Era só mais uma manhã de trânsito em São
Paulo, mas ativistas do Greenpeace mudaram a rotina e chamaram a atenção
da população para o tema da mobilidade urbana. Em um banner de dez
metros de extensão estendido no Viaduto Guadalajara no sentido
bairro-centro da Radial Leste, a mensagem “Cadê o corredor de ônibus que
poderia estar aqui?” lembrou os pedestres e motoristas que há uma
demanda antiga por um corredor nesse local. Na Avenida Paulista e na
Praça da Sé, homens-placa sinalizaram a necessidade de melhorias na
mobilidade da cidade: desde mais ciclovias, bicicletários, ônibus e
calçadas sem buracos e atitudes por um trânsito melhor.
Além desses locais, a campanha também relembrou outros pontos como a
ciclovia na Avenida Eliseu de Almeida com entrega prevista para 2010, o
corredor de ônibus da Vila Sônia (prometido pelo ex-prefeito Gilberto
Kassab e reiterado por Haddad) e áreas com ausência de faixa de
pedestres, como no acesso à Ponte da Cidade Universitária, próximo à
Marginal Pinheiros. “São pontos da cidade que já poderiam ter recebido
atenção do governo, mas que continuam deixando o cidadão sem o que lhe é
de direito”, afirma Iran Magno, Coordenador da Campanha de Clima e
Energia do Greenpeace Brasil.
O lançamento da campanha acontece no dia em que os prefeitos
completam cem dias de gestão das cidades brasileiras. Relembrando a
data, o Greenpeace endereçou hoje uma carta ao prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, cobrando o compromisso do governo municipal com a elaboração de um plano democrático e consistente.
Com o tema Cadê o Plano de Mobilidade Urbana? A campanha
incentiva que os cidadãos acompanhem a elaboração do Plano de Mobilidade
de suas cidades, reivindiquem transparência, participação e melhorias, e
também revejam seus hábitos cotidianos. Para isso, o Greenpeace oferece
a partir de hoje uma ferramenta ao cidadão:
um site que contém, além de informações sobre o tema, um panorama de
como estão sendo construídos os Planos de Mobilidade Urbana das capitais
brasileiras. Fica também disponível um guia prático de como participar
ativamente e como e cobrar ações efetivas.
- Acesse aqui o site da campanha: www.greenpeace.org.br/cade
Os Planos de Mobilidade Urbana devem orientar e regulamentar o
transporte e a mobilidade de uma cidade. Municípios com mais de 20 mil
habitantes devem elaborar de forma participativa seus Planos de
Mobilidade Urbana a partir de um diagnóstico realista sobre a cidade e
integrado com os outras políticas. Os Planos devem garantir que todas as
pessoas tenham as mesmas condições de locomoção, priorizando os
transportes não-motorizados e coletivos. É necessário também que sejam
contempladas metas a curto e longo prazo, promovendo a diversificação e
integração dos meios de transporte e controle à poluição e emissões de
gases do efeito estufa. Um bom plano deve ser planejado de forma
participativa e transparente, proporcionando melhorias de ordem
econômica, social, de saúde e ambiental.
Hoje, o setor de transportes representa um quarto do total de consumo
de energia global. O último inventário brasileiro de emissões de gases
de efeito estufa mostra o setor como o segundo maior emissor do país. O
governo federal estima que em 2020 se emita 60% a mais de CO2
do que em 2009. Investimentos para melhoria do transporte coletivo e
incentivo ao uso de transporte não-motorizado são fundamentais para
evitar o aumento da temperatura média global em mais do que 2 graus
Celsius e, consequentemente, os impactos perigosos no planeta e para
toda a sociedade.
Fonte: greenpeace.org.br
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