quinta-feira, 18 de abril de 2013

Cadê o Plano de Mobilidade Urbana?


Era só mais uma manhã de trânsito em São Paulo, mas ativistas do Greenpeace mudaram a rotina e chamaram a atenção da população para o tema da mobilidade urbana. Em um banner de dez metros de extensão estendido no Viaduto Guadalajara no sentido bairro-centro da Radial Leste, a mensagem “Cadê o corredor de ônibus que poderia estar aqui?” lembrou os pedestres e motoristas que há uma demanda antiga por um corredor nesse local. Na Avenida Paulista e na Praça da Sé, homens-placa sinalizaram a necessidade de melhorias na mobilidade da cidade: desde mais ciclovias, bicicletários, ônibus e calçadas sem buracos e atitudes por um trânsito melhor.

Além desses locais, a campanha também relembrou outros pontos como a ciclovia na Avenida Eliseu de Almeida com entrega prevista para 2010, o corredor de ônibus da Vila Sônia (prometido pelo ex-prefeito Gilberto Kassab e reiterado por Haddad) e áreas com ausência de faixa de pedestres, como no acesso à Ponte da Cidade Universitária, próximo à Marginal Pinheiros. “São pontos da cidade que já poderiam ter recebido atenção do governo, mas que continuam deixando o cidadão sem o que lhe é de direito”, afirma Iran Magno, Coordenador da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.

O lançamento da campanha acontece no dia em que os prefeitos completam cem dias de gestão das cidades brasileiras. Relembrando a data, o Greenpeace endereçou hoje uma carta ao prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, cobrando o compromisso do governo municipal com a elaboração de um plano democrático e consistente.
 
Com o tema Cadê o Plano de Mobilidade Urbana? A campanha incentiva que os cidadãos acompanhem a elaboração do Plano de Mobilidade de suas cidades, reivindiquem transparência, participação e melhorias, e também revejam seus hábitos cotidianos. Para isso, o Greenpeace oferece a partir de hoje uma ferramenta ao cidadão: um site que contém, além de informações sobre o tema, um panorama de como estão sendo construídos os Planos de Mobilidade Urbana das capitais brasileiras. Fica também disponível um guia prático de como participar ativamente e como e cobrar ações efetivas.
Os Planos de Mobilidade Urbana devem orientar e regulamentar o transporte e a mobilidade de uma cidade. Municípios com mais de 20 mil habitantes devem elaborar de forma participativa seus Planos de Mobilidade Urbana a partir de um diagnóstico realista sobre a cidade e integrado com os outras políticas. Os Planos devem garantir que todas as pessoas tenham as mesmas condições de locomoção, priorizando os transportes não-motorizados e coletivos. É necessário também que sejam contempladas metas a curto e longo prazo, promovendo a diversificação e integração dos meios de transporte e controle à poluição e emissões de gases do efeito estufa. Um bom plano deve ser planejado de forma participativa e transparente, proporcionando melhorias de ordem econômica, social, de saúde e ambiental.

Hoje, o setor de transportes representa um quarto do total de consumo de energia global. O último inventário brasileiro de emissões de gases de efeito estufa mostra o setor como o segundo maior emissor do país. O governo federal estima que em 2020 se emita 60% a mais de CO2 do que em 2009. Investimentos para melhoria do transporte coletivo e incentivo ao uso de transporte não-motorizado são fundamentais para evitar o aumento da temperatura média global em mais do que 2 graus Celsius e, consequentemente, os impactos perigosos no planeta e para toda a sociedade.

Fonte: greenpeace.org.br


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