quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

É tempo de Carnaval e de outras alegrias



Costuma-se dizer que “no Brasil, tudo acaba em samba”. E já teve engraçadinho dizendo que “melhor seria se tudo começasse também...”. Deixando de lado os comentários bem-humorados. Em princípio a realidade desmentiria tal suposição, com exceção talvez em tempos de Carnaval.
Aqui, o samba dá o tom de alegria do princípio ao fim, nas ruas, clubes, nos meios de comunicação. Dia e noite, é tudo festa.
Dizem que o Carnaval nasceu na Itália com os bacanais. Mas há os que asseguram que ele nasceu no Egito, depois passou pela Grécia e ainda por Roma. É mais ou menos isso: o Carnaval se desenvolveu na Idade Média e partiu da Europa para conquistar o mundo. Portanto, não é uma criação nossa.
Uma boa definição sobre o carnaval pode ser destacada de Goethe. O alemão nota dez, quando esteve em Roma lá pelo Século XVIII, viu uma festa muito diferente de tudo que havia em seu país, e foi definitivo em seu comentário: “O carnaval não é uma festa que alguém ofereça; é uma festa que o povo oferece a si mesmo.”
Mas se o Carnaval não é uma invenção brasileira, certamente o adotamos com gosto, ao ponto de transformar seu simpático símbolo, o ‘bolachudo’ Rei Momo, num cargo oficial.
Segundo Mary Del Priore, sua origem se perde na noite dos tempos, tanto que as religiões históricas nascidas às margens do Mediterrâneo tiveram que inventar um lugar para tais festividades no seu calendário.
“O cristianismo associou o carnaval a Quaresma, que antecede a Páscoa; o Judaísmo, à festa de Purim, em homenagem à rainha Éster. Já o Islã colocou as mascaradas no início móvel de seu ano lunar. As três festas seguem firmemente inscritas no tempo religioso, mas aparecem, em diferentes graus, como fragmentos ou parênteses pagãos”.
O Carnaval seguiu os navegadores europeus pelo resto do mundo. Desde suas origens, ele se apresenta como um espaço para revolta ritualizada. No Brasil, chegou por volta de 1723, trazido pelas mãos dos portugueses das Ilhas da Madeira e Açores.
Em 1883, entre o luxo do desfile das elites que olhavam para a Europa e as brincadeiras tradicionais do Entrudo que animava os cariocas, o Rio de Janeiro mostrava suas tensões. Já no final do Século XIX, a Rua do Ouvidor, vista como uma síntese da capital do Brasil, era a vitrine de suas contradições. A importância dessa Rua foi retratada pelo Salgueiro em carnaval recente.
O fim da escravidão e os projetos de futuro eram temas centrais das conversas em mesas de literatos e jornalistas. Esses arranca-rabos geralmente eram vistos nos desfiles. A crítica à escravidão e ao regime que a sustentava.
Já nessa época tanto os negros libertos como os escravos tinham seus grupos estruturados no Carnaval do Rio de Janeiro, conhecidos como Cucumbis.
Aos nossos dias, nem só de samba vive o Carnaval. Outros “adereços” fazem parte desse momento, para o “bem ou para o mal”.
Os desfiles de escolas de samba na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, pelo seu modo “hollywoodiano” são verdadeiros espetáculos globalizados. Para os mais tradicionais e críticos, não se faz mais Carnaval como antigamente...
Outras manifestações populares, no entanto, resistem aos tempos modernos. Os blocos de rua, bandas e os grupos de fantasias (chamados antigamente de Bloco de Sujos) ocupam e desfilam pelas vias públicas, espontaneamente, livres do cabresto do sistema e sem a “cobertura da mídia”.
Chegou o Carnaval e mais uma vez energia não faltará. Milhões de foliões estão em guarda para defender seu inabalável direito a alegria de viver.
Portanto, neste Carnaval, desejo a todos os meus leitores e leitoras, onde estiverem, dias e horas especialmente felizes,
Carnaval é do povo, pelo povo e para o povo. Sempre...

Profª Guilhermina Rocha
Especialista em Educação e Historiadora
Presidente do CEPRO
Colunista do Jornal Razão
E-mail: guilherminarocha@oi.com.br

CEPRO – Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras
Avenida das Flores, nº 394 – Bairro Residencial Praia Âncora
Rio das Ostras – RJ
Telefone: (22) 2760-6238 / (22) 9834-7409
E-mail: cepro.rj@gmail.com
Blog: http://cepro-rj.blospot.com

CEPRO – Um projeto de cidadania, educação e cultura em Rio das Ostras

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Nesse verão faça sua parte! Não deixe o mosquito tirar onda.



O CEPRO – Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras realizará no próximo dia 14 de fevereiro (sábado), a partir das 10:00 horas uma Ação de Cidadania no combate ao mosquito da DENGUE (Aedes Aegypti) através da campanha “Nesse verão faça sua parte! Não deixe o mosquito tirar onda.”

Programação:
10:00 horas – Abertura: Vídeo educativo do Governo Federal – Combate à DENGUE;


10:15 horas – Palestra com especialistas:
Profª Drª Giselda Matos XavierDoutora em Virologia e Professora de Ciências Físicas e Biológicas da Secretaria de Municipal de Educação de Rio das Ostras.


Profª Gizely Pereira da Mata HermanoProfessora de Ciências Físicas e Biológicas da Secretaria de Municipal de Educação de Rio das Ostras.
Representante da SEMUSA – Vigilância Sanitária


10:45 horas – Oficinas: Teatro, Histórias, Brincadeiras e Conscientização;


12:00 horas – Encerramento.

Participem!

CEPROCentro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras
Avenida das Flores, nº 394 – Bairro Residencial Praia Âncora
Rio das Ostras – RJ
Telefone: (22) 2760-6238 / (22) 9834-7409
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CEPRO – Um projeto de cidadania, educação e cultura em Rio das Ostras

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Rio das Ostras no Fórum Social Mundial 2009


No FSM de Belém, até Rio das Ostras mostrou a "cara"



Na 9ª edição do Fórum Social Mundial, centenas de reuniões e encontros ocorreram simultaneamente em diversos pontos do Território do FSM, UFPA e UFRA, ambas universidades federais. Essa simultaneidade dos debates não impediu que os grupos sociais pudessem se organizar para participar de uma diversidade de temas que foram debatidos.

Os mais variados movimentos discutiram o que e como fazer para realizar esta ou aquela ação de maneira mais qualificada, mais produtiva e mais atuante. Essas discussões visam desenvolver políticas e ações que valorizem o trabalho ético, a defesa do meio ambiente, a luta contra as injustiças sociais, a luta contra a violência sofrida pelas mulheres, a igualdade e o respeito nas relações étnico-raciais, a busca pela resolução dos conflitos internacionais, enfim a eterna saga por um mundo mais solidário, fraterno, menos individualista e onde de fato os governos tomem decisões reais e efetivas para transformar o mundo em algo muito melhor.

No decorrer deste Fórum ficou claro nas ruas de Belém que todas as atividades e eventos propostos acertaram no objetivo, a necessidade de congregar grupos sociais diversos, para que tomem ciência das proposições de cada um deles e ampliem ainda mais seu campo de ação.

Do ponto de vista cultural, Belém se tornou uma espécie de capital do mundo, a bela “Cidade Morena”, com suas contraditórias relações culturais, acolheu e abraçou os visitantes de uma forma tão espetacular e carinhosa que muitos pretendem voltar em breve ou assim que for possível.

Por outro lado, a “Metrópole da Amazônia” tem diversos desafios a enfrentar, prostituição infantil, assaltos, trânsito caótico, falta de saneamento básico nas proximidades das universidades e falta de acesso à saúde e à educação básica.

O cidadão comum belenense convergiu com diversos povos do mundo, latino-americanos, em sua maioria. Mas também havia por lá indianos, chineses, e até mesmo povos apátridas, que usaram o palco do Fórum para mostrar suas angústias e desejos por uma terra, já que seus nacionalismos não lhes podem ser retirados. Bascos, Palestinos e vários outros encontraram novos amigos e simpatizantes de suas causas.

O idioma, que pode ser um elemento de separação dos povos, ganhou uma poderosa adversária – a boa vontade. Assim vimos brasileiros, indígenas, ingleses, franceses, italianos, alemães, entre outros, se comunicando por meio de uma mistura de idiomas, mesclados por gestos em sua expressão mais ampla ou hora meio que contidos. Nada importou, na forma, porque os objetivos foram alcançados, manter uma conversa sadia e proveitosa.

Não podemos deixar de falar da onda de cultura que tomou a cidade. Músicas, em repertórios exóticos, com muita percussão, aparelhos eletrônicos. As danças típicas do Pará, como o carimbó, convivendo com o pagode e o samba carioca, com o rock paulista e com outros ritmos musicais. Foi a música que ditou o ritmo das atividades culturais, das manifestações políticas e civis.

Nós do CEPRO – Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras também nos misturados a essa Babel. Falamos de nós, mostramos nosso trabalho. Aprendemos e dividimos, como é a praxe fazer nestes ambientes primordiais. Trouxemos Rio das Ostras para Belém, rompemos fronteiras. Talvez no próximo verão iremos receber um bom bocado daquela gente especial que esteve no Fórum aqui em nossa cidade. Agora um pouco mais conhecida.

Esperamos ansiosos que o FSM 2009 renda frutos e amplie cada vez mais ações por um mundo melhor e mais justo.

Até o próximo FSM.

Diretoria do CEPRO*

* Foram correspondentes do Jornal Razão em Belém, nos eventos do Fórum Social Mundial os professores César Gomes, Fábio Rocha e Rosilene Macedo.


CEPRO – Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Volta às Aulas



Uma reflexão se faz necessária. Vivenciamos lutas, esperanças, desacertos, dores, conquistas, construções coletivas, propostas, dificuldades, desilusões, afetos e muito carinho! Tivemos sempre o objetivo de melhorar a vida, nossa, de nossa população e principalmente a vida de nossas crianças, adolescentes, jovens adultos e idosos. Lutamos incansavelmente pela emancipação dos sujeitos! E esse tem sido o nosso “bom combate”.

Mais um ano letivo se inicia e com ele renovamos as expectativas, reafirmando nossa intenção de trabalho, numa ação conjunta e múltipla, ‘possibilitadora’ de diálogos e trocas. Através dos professores, funcionários, alunos e pais.

Compreendemos que a escola por sua vez é um bem público, político e cultural, que deve dar voz às culturas e saberes silenciados. A escola é um espaço de poder. Portanto, o poder dominante pode ser ‘desocultado’. Ele nunca é total. Nela, é possível construir coletivamente formas de existência, de práticas políticas e pedagógicas, fundadas na horizontalidade, na autonomia, na participação e na democracia.

Destacamos a formação. Ela deve ser pensada como processo inicial e continuado e definida como direito dos profissionais da educação e dever do Estado, garantindo as condições para esse processo formativo, principalmente dentro de sua carga horária de trabalho, conforme prevê a LDBEN.

Infelizmente, as políticas educacionais pouco avançaram no sentido da construção da educação classista, pública, inclusiva, gratuita, democrática e de qualidade social.

Consideramos que as produções teóricas contribuíram para nossas reflexões e ações. Nessa perspectiva foi, e continua sendo, levar aos sujeitos de nosso tempo as experiências e as reflexões teóricas que contribuíram a luta da humanidade, principalmente em nossa especificidade educacional. Neste sentido, estar aberto ao debate, ao refazer, a repensar nossas práticas e produções.

Como uma educadora progressista, minha posição é a favor da Escola que contribui para a formação humana, num movimento permanente de re-reflexão sobre si mesma. Nas palavras de Paulo Freire: “Se a reprodução da ideologia dominante implica, fundamentalmente, a ocultação de verdades, a distorção da razão de ser dos fatos que, explicados, revelados e desvelados trabalhariam contra os interesses dominantes, a tarefa dos educadores e educadoras progressistas é ‘desolcutar’ verdades, jamais mentir”.

Para isso, é necessário enfatizar o investimento na formação teórica e prática. Tendo como base um projeto político-pedagógico que atenda a diversidade étnica e de gênero, garantindo o acesso à educação em igualdade de condições aos filhos e filhas dos trabalhadores, uma escola democrática, transparente tanto na gestão quanto em sua proposta pedagógica.

Por fim, insistimos numa afirmação - os desafios são muitos e nada melhor para se superar as dificuldades do que partir do discurso para a prática. Entendemos que este deve ser um compromisso de todos e todas. Devemos lutar por um modelo de desenvolvimento que seja socialmente justo, com valores éticos e respeito à soberania dos povos.

Concluo re-afirmando que a mais perversa armadilha da alienação é acreditar que o mundo “sempre foi assim” e, portanto, “sempre será”.

Professora Guilhermina Rocha
Especialista em Educação e Historiadora.
Presidente do CEPRO
Email: guilherminarocha@oi.com.br
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Fórum Social Mundial em Belém do Pará




Belém harmoniza-se entre florestas e concreto. Ruas e rios em larga profusão de carros e barcos. À primeira vista ficamos com a nítida impressão de que vemos muito mais barcos do que carros. Os casarões imponentes na capital em contraste com as palafitas da população ribeirinha, que se adapta em busca de melhores condições de moradia. Cheiro bom que insiste em nos acompanhar por onde andemos. Cupuaçu, bacuri, pupunha, açaí, pimentas de cheiro em profusão e a pele bronzeada da grande maioria índia agora misturada aos invasores que agora habitam Belém. É neste mundo de contrastes que ocorre o evento mais significativo dos movimentos sociais em todo mundo: o Fórum Social Mundial (FSM 2009) e sua busca por um mundo melhor.

E começou com festa a nona edição do Fórum Social Mundial, na terça-feira (27/01). Sob os auspícios de atabaques africanos, representantes das comunidades quilombolas e movimentos negros de Belém apresentaram músicas, leram poesias e pediram igualdade entre os povos. Logo em seguida, uma marcha movimentou a Avenida Presidente Vargas, num cortejo que seguiu até a Praça do Operário, num percurso de cerca de quatro quilômetros.
A caminhada percorreu as principais ruas do Centro da cidade de Belém. Parte do trajeto aconteceu sob as águas que teimam em “lavar” Belém em suas tardes quentes e ensolaradas. Em meio a diversidade marcada pela grande variedade de movimentos sociais, cada qual com suas bandeiras, mas com o mesmo objetivo, um grupo de manifestantes aproveitou para estender uma faixa com os dizeres:

“A chuva que cai sobre nossas cabeças é a chuva de um novo amanhã, de um outro mundo possível”.

Podemos destacar entre os grupos e movimentos envolvidos no FSM trabalhadores sem-terra, povos indígenas de tribos diversas, comunidades ribeirinhas, sindicatos, estudantes, ONGs e organizações da sociedade civil de diversos países do mundo. Todos embalados por muita música num momento de descontração que antecede as grandes discussões que virão logo em seguida e se estenderão até o dia 1º de fevereiro.

O CEPRO saúda a todos e todas que participam desta 9ª edição do FSM e celebra também a sua participação neste dia em que mostramos que queremos e lutamos para tornar o mundo um lugar melhor. Essa mudança é possível e mais do que necessária.

Aqui em Belém, nós do Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras estamos convivendo com essa diversidade. Travamos contato com pessoas das mais variadas origens, indo ou vindo de algum lugar na busca por melhores condições de vida. Destacamos o encontro com moradores de Belém, no transporte mais típico da região, o barco. São os rios as ruas mais importantes da Amazônia”.

Faremos o nosso trabalho por aqui. Falaremos de nossos projetos e iniciativas e ouviremos centenas de outros, que contribuirão em nossa jornada futura. Para quem não conhece, apresentaremos Rio das Ostras, indissociável em nossa jornada mata adentro em defesa de nosso meio ambiente, de nossa floresta-mãe e na luta por um outro mundo mais igualitário e justo.

Diretoria do CEPRO

CONAE Publicado cronograma das conferências estaduais da Conae A etapa estadual será realizada em todas as unidades da Federação. As datas estão disponíveis na página da Conae 2024

  A  maioria das  u nidades da Federação já agendou as datas para o lançamento e a realização das conferências estaduais, que antecedem a  C...