sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Gentileza, quem ama pratica!


“Incrível o que vocês fazem hoje com esses aparelhos tão pequenos. O primeiro computador que vi, tinha quase o tamanho dessa lanchonete!”, comenta o idoso arriscando-se a ser ignorado pelo adolescente entretido no celular na mesa vizinha. Não é o que acontece. Num sorriso gentil e pedindo licença para se juntar ao homem na mesa, o garoto responde: “Nossa, nem consigo imaginar isso, o senhor chegou a operar algum?” Foi o mesmo que declarar: senta que lá vem a história! Esquecido do café, o homem desatou a narrar suas aventuras ao lidar com os primeiros computadores da década de 60.

Enquanto prosseguiam na prosa, pairava em volta um silêncio delicado, estampado nos olhares sensibilizados das mesas vizinhas. O que chamava a atenção, não eram exatamente as reminiscências do velho, mas o respeito terno com que o garoto ouvia as histórias e a alegria visível do empolgado narrador por aquela gentil audiência.

Era possível sentir na falta de pressa das pessoas em se retirar das mesas, um misto de alegria e tristeza, como se tivesse pousado em nossos dedos um pássaro de rara beleza, ameaçado, porém, de extinção. Um pássaro que se poderia chamar Gentileza!

Embora escassa, a gentileza continua a diferenciar quem a pratica, induzindo à conclusão: “Que bela educação deve ter tido esta pessoa!”. Entretanto, sabemos que nem só de educação formal e familiar se constitui hoje a formação das crianças.

Músicas que inspiram violência ou desqualificam mulheres, programas de “humor” ridicularizando a condição ou deficiência física alheia, apresentadoras de TV entrevistando crianças pequenas com perguntas que fariam corar adultos e desenhos animados debochando da autoridade são amostras do que as crianças assistem na maior parte do tempo.

Em meio a slogans sem fundamento, o conceito de vencedor se deturpa em nome do lucro: “Ganha quem colocar o outro pra fora da pista”.  Campanhas estimulando hábitos inadequados – “A gente faz o que quer” – contrapõem-se à educação recebida em casa e na escola. Robôs armados até os dentes para “derrotar o mal” são direcionados a crianças de quatro anos (quando não menos), numa fase em que elas deveriam se maravilhar com suas descobertas sobre o mundo.

E cabe então a pergunta: Onde, nesse cenário, haverá espaço para se aprender o gosto e a razão da gentileza? Se ela é tão bonita a ponto de emocionar, porque andaria tão rara? As crianças acreditam naquilo que ouvem e veem e, para que acreditem na gentileza, necessitam do nosso exemplo e que, juntos, escola, família e meios de comunicação se responsabilizem pelo que é transmitido a elas.

Não basta, uma vez por ano, nos esmerarmos em palavras gentis de boas festas. E não basta ao marketing vender a beleza da paz entre os homens personalizada em produtos. Precisamos sim e todos os dias de cartões de Natal ao vivo como a cena do menino e o velho na lanchonete. “Gentileza gera gentileza”, dizia o poeta carioca conhecido pelo mesmo nome. Gentileza é um presente mágico que enriquece quem dá e torna feliz quem recebe. Basta experimentar.

 Maria Helena Masquetti é graduada em Psicologia e Comunicação Social, possui especialização em Psicoterapia Breve e realiza atendimento clínico em consultório desde 1993. Exerceu a função de redatora publicitária durante 12 anos e hoje é psicóloga do Instituto Alana.




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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Programa Água Brasil lança estudo sobre Pegada Hídrica



O Programa Água Brasil lança nesta quinta-feira, dia 18, a publicação “Pegada Hídrica das Bacias Hidrográficas”. O estudo traz os resultados do uso dos recursos hídricos pelas atividades econômicas mais relevantes nas sete bacias hidrográficas onde o Programa atua, que são: rio Lençóis (SP), córrego Cancã e ribeirão Moinho (SP), rio Longá (PI), rio Peruaçu (MG), córrego Guariroba (MS), ribeirão Pipiripau (DF) e igarapé Santa Rosa (AC).

O cálculo da Pegada Hídrica é um indicador que expressa o consumo de água envolvido na produção dos bens e serviços que consumimos. O método permite que as empresas, os órgãos públicos, assim como a população em geral, entendam o quanto de água é necessário para a fabricação de produtos ao longo de toda a cadeia produtiva. Desta forma, os segmentos da sociedade podem quantificar a sua contribuição para os conflitos de uso da água e a degradação ambiental nas bacias hidrográficas em todo o mundo.

A publicação, resultado de um estudo nacional, busca contribuir para o entendimento da Pegada Hídrica dessas atividades econômicas e apontar caminhos para o uso mais responsável da água. Espera-se que os diversos atores (indivíduos, comunidades, instituições de pesquisa, poder público, comitês, consórcios, agências de bacias) compreendam a importância da gestão mais eficiente, sustentável e participativa do uso da água nessas regiões para que esta iniciativa possa ser replicada em outras bacias.

Os resultados do estudo servirão também para apoiar a população e os poderes público e privado nas localidades a repensar o uso deste recurso em suas atividades e no seu planejamento futuro – um cálculo que se faz urgente e necessário frente a maior crise hídrica da história do Estado de São Paulo. “Além disso, poderemos reconhecer os indicativos de insustentabilidade do consumo da água nas bacias para identificação dos pontos críticos e sinalização das medidas mitigadoras, para, com isso, reduzirmos os impactos negativos e aumentarmos a resiliência do sistema hídrico”, explica Artur Paiva, coordenador do estudo e analista de Conservação do WWF-Brasil.

O Programa Água Brasil é uma iniciativa do Banco do Brasil com a organização ambientalista WWF-Brasil, a Agência Nacional de Águas e Fundação Banco do Brasil pela conservação dos recursos hídricos.

O download da publicação pode ser feito no site oficial.

Fonte: WWF Brasil.


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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Onde está o nó da questão ecológica (II)

Por Leonardo Boff

No artigo anterior com o mesmo título abordamos o lado objetivo da questão ecológica, tentando superar o mero ambientalismo a partir de uma nova visão do planeta, da natureza e do ser humano, como a porção pensante da Terra.

Mas esta consideração é insuficiente se não for completada por uma visão subjetiva, aquela que afeta as estruturas mentais e os hábitos dos seres humanos. Não basta ver e pensar diferente. Temos também que agir diferente.Não  podemos mudar simplesmente o mundo. Mas sempre podemos começar a mudar este pedaço do mundo que somos cada um de nós. E se a maioria incorporar esse processo daremos o salto qântico necessário para um novo paradigma de habitar a única Casa Comum que temos.

Inspira-nos a Carta da Terra, de cuja redação tive a honra de participar sob a coordenação M. Gorbachev entre outros. Insatisfeitos com os resultados finais da Rio+20 um grupo decidiu entre eles, chefes de Estado, fazer uma consulta nas bases da humanidade para levantar  princípios e valores em vista de uma nova relação para com a Terra e a nossa convivência sobre ela. Cito a parte final que resume tudo:

“Como nunca antes da história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo…Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Conclui a Carta: “devemos desenvolver e aplicar com imaginação a perspectiva de um modo de vida sustentável no nível local, regional, nacional e global”(n. 16 f).

Note-se que se fala  de um novo começo e não apenas de alguma reforma ou simples modificação do mesmo. Duas dimensões são imprescindíveis: uma mudança na mente e no coração. A mudança na mente já foi abordada no artigo anterior: a nova visão sistêmica, envolvendo Terra e humanidade como uma única entidade. Valeria incluir também o inteiro universo em processo cosmogênico dentro do qual nos movemos e somos produto dele.

Agora cabe aprofundar, ainda que suscintatemente, a mudança do coração. Para mim aqui está um dos nós essenciais do problema ecológico que deve ser desatado se quisermos mesmo fazer a grande travessia para o novo paradigma.

Trata-se do resgate dos direitos do coração. Numa linguagem científico-filosófica importa, junto com inteligência racional e instrumental, incorporar a inteligência cordial ou sensível (veja Muniz Sodré, Adela Cortina, Michel Maffesoli).

Toda nossa cultura moderna exacerbou a inteligência racional até ao ponto de torná-la irracional com a criação dos instrumentos  de nossa autodestruição e da devastação do sistema-Terra. Esta exacerbação difamou e recalcou a inteligência sensível a pretexto de que atrapalhava o olhar objetivista da razão. Hoje sabemos pela nova epistemologia e principalmente pela física quântica que todo saber, por mais objetivo que seja, vem impregnado de emoção  e de interesses.

O resgate da inteligência sensível e cordial, cujo sítio reside no cérebro  límbico que possui mais de 200 milhões de anos, quando emergiram os mamíferos, é a sede das emoções, dos sentimentos do amor, do cuidado, dos valores e de seus contrários. Nossa realidade mais profunda (previamente existe o cérebro reptílio de 313 milhões de anos) é o afeto, o cuidado, o amor ou ódio, os sentimentos básicos da vida. O neo-cortex , sitio da razão intelectual, começou a se formar há 5 milhões de anos, se aperfeiçoou com o homo sapiens há 200 mil anos e culminou com o homo sapiens sapiens dotado de inteligência racional completa, há apenas cem mil anos. Portanto,somos fundamentalmente seres de emoções e de afetos, base de todo o discurso psicanalítico.

Temos que  enriquecer a inteligência intelectual e instrumental da qual não podemos prescindir se quisermos dar conta dos problemas humanos. Mas sozinha ela se transforma em fundamentalismo da razão que é sua loucura, capaz de criar o Estado Islâmico que degola todos os diferentes ou a shoah, a solução final para os judeus. Diz o filósofo Patrick Viveret:”Só podemos utilizar a face positiva da racionalidade moderna se a utilizarmos amalgamada com a sensibilidade do coração”(Por uma sobriedade feliz, 2012, 41).

Sem o casamento da razão com o coração nunca nos moveremos para amar de verdade a Mãe Terra, reconhecer o valor intrínseco de cada ser e respeitá-lo e nos empenhar em salvar nossa civilização. Bem dizia o Papa Francisco: nossa civilização é cínica, pois perdeu a capacidade de sentir a dor do outro. Não sabe mais chorar face à tragédia milhares de refugiados.

A categoria central desta visão é o cuidado como ética e como cultura humanística. Se não cuidarmos da vida, da Terra e de nós mesmos, tudo adoece e acabamos por não garantir a sustentabilidade nem resgatar  o que E. Wilson chama de biofilia, o amor à vida.Tudo o que cuidamos também amamos.Tudo o que amamos também cuidamos.

Para mim, o núcleo da razão instrumental analítica que nos deu a tecnociência com seus benefícios e também com suas  ameaças deve ser impregnada pelo núcleo da razão cordial e sensível. Juntas constituem o nó de uma ecologia integral. 

Então seremos plenamente humanos. Sentir-nos-emos parte a natureza e verdadeiramente a própria Terra que pensa, ama e cuida. Então podemos crer e esperar que ainda nos podemos salvar sem  precisar de pensar como Martin Heidegger: ”somente um Deus nos poderá salvar. Yes, we can.


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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Onde está o nó da questão ecológica (I)?

Por Leonardo Boff

Estamos acostumados ao discurso ambientalista generalizado pela mídia e pela consciência coletiva. Mas importa reconhecer que restringir a ecologia ao ambientalismo é incidir em grave reducionismo. Não basta uma produção de baixo carbono mas mantendo a mesma atitude de exploração irresponsável dos bens e serviços da natureza. Seria como limar os dentes de um lobo com a ilusão de tirar a ferocidade dele. Sua ferocidade reside em sua natureza e não nos dentes. Algo semelhante  ocorre com o nosso sistema industrialista, produtivista e consumista. É de sua natureza tratar a Terra como um balcão de mercadorias a serem colocadas no mercado. Temos que superar esta visão caso quisermos alcançar um outro paradigma de relação para com a Terra e assim  sustar um processo que nos poder levar a um abismo.

Estamos cansados de meio-ambiente. Queremos o ambiente inteiro, vale dizer, uma visão sistêmica do sistema-Terra, do sistema-vida e do sistema-civilização humana, constituindo um grande todo, feito de redes de interdependências, complementações e reciprocidades.

Com razão a Carta da Terra tende a substituir meio-ambiente por comunidade de vida pois a moderna biologia e cosmologia nos ensinam que todos os seres vivos são portadores do mesmo código genético de base – os vinte aminoácidos e as quatro bases fosfatadas – desde a bactéria mais originária surgida há 3,8 bilhões de anos, passando pelas grandes florestas, os dinossauros, os colibris e chegando a nós. A combinação diferenciada desses aminoácidos com as bases fosfatadas origina a diversidade dos seres vivos. O resultado desta constatação é que um laço de parentesco une todos os viventes, formando, de fato uma comunidade de vida a ser “cuidada com compreensão, compaixão e amor”(Carta da Terra, n. I, 2). O que Francisco de Assis intuía em sua mística cósmica, chamando a todos os seres com o doce nome de irmãos e irmãs, nós o  sabemos por um experimento científico.

Entre esses seres vivos ressalta o planeta Terra. A partir dos anos 70 do século passado se firmou, em grande parte da  comunidade científica, primeiro a hipótese e a partir de 2001 a teoria de que a Terra não somente possui vida sobre ela. Ela mesma é viva, chamada por seu formulador principal James Lovelock e no Brasil por José Lutzenberger de Gaia, um dos nomes da mitologia grega para a Terra viva. Ela combina o químico, o físico, o ecológico e antropológico de forma tão sutil que sempre se torna capaz de produzir e reproduzir vida. Em razão desta constatação a própria ONU em 22 de abril de 2009 numa famosa sessão geral aprovou por unanimidade chamar a Terra de Mãe Terra, Magna Mater e Pachamama. Vale dizer, ela é um super Ente vivo, complexo, por vezes, aos nossos olhos, contraditório (faz conviver a ordem com a desordem) mas sempre geradora de todos os seres, nas suas mais distintas ordens, especialmente é gestadora dos seres vivos, maxime, dos seres humanos, homens e mulheres.

Acresce ainda este dado que segundo o bioquímico e divulgador  de assuntos científicos Isaac Asimov, é o grande legado das viagens espaciais: a unicidade da Terra e da Humanidade.  Lá de fora, das naves espaciais e da Lua, diz ele e o confirmaram  os astronautas, não há diferença entre ser humano e Terra. Ambos formam uma única entidade. Em outras palavras, o ser humano, dotado de inteligência, de cuidado e de amor resulta de um momento avançado e altamente complexo da própria  Terra. Esta evoluiu a tal ponto que começou a sentir, a pensar, a amar, a cuidar e a venerar, como já acenava o grande cantador e poeta argentino indígena Athaulpa Yupanqui. Eis que irrompeu o ser humano no cenário deste minúsculo planeta Terra. Por isso, diz-se que homem se deriva de humusa: terra boa e fértil; ou adamah  em hebraico bíblico: o filho e a filha da terra arável e fecunda.

Todo esse processo da gestação da vida seria impossível se não existisse todo o substrato físico-químico (a escala de Medeneleiev) que se formou no coração das grandes estrelas vermelhas, há bilhões de anos, que explodindo, lançaram tais elementos em todas as direções, criando as galáxias, as estrelas, os planetas, a Terra e nós mesmos. Portanto, esta parte que parece inerte, também pertence à vida, porque sem ela, ontem como hoje, a vida e a humana seriam impossíveis.

A sustentabilidade – categoria central desta visão – é tudo o que se ordena a manter a existência de todos os seres especialmente os seres vivos e nossa cultura sobre o planeta.

O que concluímos deste rápido percurso? Devemos mudar nosso olhar sobre a Terra, a natureza e sobre nós mesmos. Ela é nossa grande mãe que como  nossas mães merece respeito e veneração. Quer dizer, conhecer  e respeitar seus ritmos e ciclos, sua capacidade de reprodução, não devastá-la como  temos feito desde o advento da tecnociência e do espírito antropocentrista que pensa que ela só tem valor na medida em que nos é útil. Mas ela não precisa de nós. Nós precisamos dela.

Esse paradigma está chegando ao seu limite, porque a Mãe Terra está dando sinais inequívocos de estar extenuada e doente. Ou reinventamos outra forma de atender nossas necessidades vitais na relação com a Terra ou ela, que é viva, poderá não nos querer mais sobre seu solo.
Assumir este novo olhar e esta nova prática é, para mim, o grande nó e o desafio decisivo  da questão ecológica atual.


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CONAE Publicado cronograma das conferências estaduais da Conae A etapa estadual será realizada em todas as unidades da Federação. As datas estão disponíveis na página da Conae 2024

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