Agência da ONU afirma que é necessária ação global para impedir mais
perdas; especialistas dizem que danos chegam a US$ 42 bilhões por ano; Brasil concentra 7% de todos os manguezais do planeta.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, alertou que o ritmo de destruição dos manguezais é de 3 a 5 vezes maior do que o das florestas em todo o mundo.
Segundo relatório, “Importância dos Manguezais: Pedido para Ação”,
lançado esta segunda-feira, em Atenas, Grécia, os danos econômicos
chegam a US$ 42 bilhões, o equivalente a R$ 101 bilhões, por ano.
Brasil
Os manguezais são encontrados em 123 países e cobrem uma área de 152
mil km². Mais de 100 milhões de pessoas vivem a uma distância de 10 km
dessas regiões e se beneficiam de seus recursos.
O relatório mostra que o Brasil abriga 7% dos manguezais no mundo.
Segundo o Pnuma, o país registra uma das taxas mais baixas de perda
porque mais de 70% dessas áreas estão em regiões protegidas. A cidade de
Caeté, no Pará, é citada no documento como um dos exemplos. Com uma
população de 13 mil habitantes, o Pnuma afirma que 83% tiram seu
sustento do manguezal da região.
Caranguejo
Somente o caranguejo retirado do local é fonte de renda para 38% das
famílias. A situação se repete na ilha de Caratateua, também no Pará.
O diretor-executivo da agência da ONU, Achim Steiner, afirmou que os
serviços fornecidos pelos manguezais movimentam US$ 57 mil por hectare,
por ano.
Além disso, Steiner menciona a capacidade dos manguezais de absorver
carbono, que de outra forma seria expelido na atmosfera. Segundo ele,
“fica claro que a contínua destruição dessas áreas não faz nenhum
sentido ambiental ou econômico”.
Mudança climática
A mudança climática representa outra ameaça ao manguezais. O
relatório mostra que o fenômeno pode resultar numa perda de 10% ou 15%
da região até 2100.
O chefe do Pnuma disse que a destruição e a degradação dos manguezais
está ocorrendo num passo alarmante, seja pela conversão do local para
atividades de aquacultura, agricultura, desenvolvimento da costa ou poluição.
Steiner declarou que mais de 25% dos manguezais no mundo já foram perdidos.
Para ele, esse fato tem efeitos devastadores sobre a biodiversidade, segurança alimentar e bem estar de várias comunidades que vivem nesses locais.
O documento diz ainda que apesar das provas dos benefícios gerados
pelas regiões de mangues, essas áreas continuam sendo um dos ecosistemas
mais ameaçados do planeta.
Fonte: Rádio ONU.
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