Com 40 anos de carreira, Sebastião Salgado é o mais renomado
fotógrafo brasileiro, já tendo recebido praticamente todos os prêmios
mundiais de fotografia como reconhecimento pelo seu trabalho. Depois de
registrar em imagens os dramas humanos de um mundo em constante
transformação, ele está voltado atualmente para um gigantesco projeto
fotográfico que documenta a beleza do que ainda existe de territórios
virgens e vida selvagem ao redor do planeta.
Os bastidores desse projeto são revelados no filme O Sal da Terra, documentário do cineasta alemão Wim Wenders
e do filho do fotógrafo, Juliano Ribeiro Salgado, escolhido para abrir
na noite de hoje (24), no Cinépolis Lagoon, na Lagoa, zona sul do Rio de
Janeiro, a 16ª edição do Festival do Rio. Ganhador do Prêmio do Júri na mostra Um Certo Olhar, no Festival de Cannes deste ano, será exibido também sábado (27), segunda-feira (29) e terça-feira (30).
O festival, que a cada ano faz do Rio de Janeiro, por duas semanas, a capital mundial do cinema, apresenta nesta edição 350 filmes de mais de 60 países, exibidos em 30 locais da cidade, entre cinemas e espaços culturais. A Premiére Brasil, que inclui a parte competitiva do festival, vai exibir 69 produções - 41 longas e 28 curtas. Inéditos, os filmes que concorrem ao Troféu Redentor também podem receber os votos do público nas categorias ficção, documentário e curta-metragem.
Uma das novidades é a mudança da sala que abriga as sessões de gala do festival. Devido às obras de reforma
do tradicional Cine Odeon, na Cinelândia, centro do Rio, as
movimentadas sessões, com a presença de celebridades do cinema, foram
transferidas para o Cinépolis Lagoon, complexo de salas às margens da
Lagoa Rodrigo de Freitas.
Outra novidade são os filmes com temática LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais). Durante anos, o Festival do Rio programava esses filmes para a mostra chamada Mundo Gay. A curadoria da mostra, acompanhando a mudança de comportamento da sociedade, sentiu a necessidade de espalhar os filmes gays, a partir desta edição, pelas demais mostras. Ao mesmo tempo foi criado o Prêmio Felix para o melhor filme LGBT da programação.
Com
mais de 15 mostras em sua programação, o festival tem como destaque os
debates e sessões com presença de convidados. Entre eles, importantes
diretores e atores do cinema brasileiro e mundial. “Este é um de nossos
objetivos: buscar aproximação cada vez maior entre o público e nossos
convidados”, disse a diretora executiva de programação do festival, Ilda
Santiago. “Este ano, além do tradicional Cine Encontro, vamos promover palestras também no CCBB [Centro Cultural Banco do Brasil], CCJF [Centro Cultural Justiça Federal], Instituto Moreira Salles e outros cinemas do circuito”, anunciou.
Quatro grandes cineastas serão homenageados com mostras especiais: o italiano Roberto Rosselini, o norte-americano Michael Cimino,
o brasileiro Hugo Carvana e o mestre do suspense Alfred Hitchcock.
Este, com exibição de cinco longas do início de sua carreira, na
Inglaterra, ainda na fase do cinema mudo, com acompanhamento musical ao
vivo.
Como ocorre todos os anos, o Festival do Rio homenageia um
país, dedicando a ele uma mostra de sua produção mais recente e de
clássicos. Este ano o foco é o México. Entre os destaques está o longa Cantinflas
- biografia do comediante Fortino Mario Alfonso Moreno Reyes - dirigido
por Sebastian del Amo e selecionado para concorrer a uma vaga no Oscar
2015.
A programação completa do Festival do Rio, que vai até o dia 8 de outubro, está disponível no site www.festivaldorio.com.br.
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