Cientistas norte-americanos destacam redução das emissões dióxido de carbono no Brasil.
Relatório produzido pela associação de cientistas norte-americanos
Union of Concerned Scientists (UCS) destaca iniciativas brasileiras para
a redução do desmatamento e da emissão de gases de efeito estufa.
“Muitos países tomaram providências para conter ameaças às mudanças
climáticas, e alguns conseguiram que suas emissões parassem de crescer,
mas não há dúvida de que o Brasil é o que mais tem resultados”, afirma o
documento intitulado “Histórias de sucesso: países tropicais onde
políticas de proteção e reflorestamento deram resultados”.
Apesar de considerado um fenômeno natural, o efeito estufa tem sido
intensificado nas últimas décadas acarretando mudanças climáticas. Essas
alterações resultam do aumento descontrolado das emissões de gases como
o dióxido de carbono e o metano. A liberação dessas substâncias é
consequência de atividades humanas como o transporte, o desmatamento, a
agricultura, a pecuária e a geração e o consumo de energia.
Medida padrão
“Entre 2005 e 2010, o país reduziu as emissões em 38%, o que
significou um decréscimo anual de 800 milhões de toneladas CO²
equivalente, principalmente devido às reduções do desmatamento na
Amazônia”, relata a coordenadora e Mudanças Climáticas e
Sustentabilidade, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Josana Lima,
referindo-se à medida padrão do potencial de aquecimento global dos
vários gases de efeito estufa, comparados ao dióxido de carbono, que é o
principal deles.
O Decreto 7.390/2010 determina a publicação de estimativas anuais (a
partir de 2012). A mais recente é de 2013, que divulgou dados referentes
a 2010. Até o final deste ano, deverão ser revelados os números
relacionados a 2011. O levantamento é realizado por um grupo de trabalho
coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
“As mudanças na Amazônia brasileira na última década e a contribuição
que elas deram para a redução do aquecimento global não têm
precedentes”, afirma o documento dos cientistas norte-americanos. Eles
consideram que os resultados são consequência de mudanças do uso do solo
na Amazônia.
Unidades de conservação
O relatório cita que as reduções começaram com a criação de unidades
de conservação e de terras indígenas, que colaboraram com a proteção das
florestas, e em seguida com a criação do Plano de Prevenção e Controle
do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm). Também são destacadas
iniciativas de governos dos estados e do Ministério Público, que
influenciaram nos resultados positivos.
“O desmatamento chegou ao pico em 2004-2005, movido pela expansão da
produção da soja e da carne, em resposta aos altos preços do mercado
internacional, mas começou a cair mesmo quando os preços atingiram
níveis recorde”. O documento cita a parceria do governo com ONGs e com
os movimentos sociais e ambientais, que favoreceram a aceitação
voluntária das moratórias da carne e da soja por empresários.
Moratória da soja
No contexto histórico, os cientistas destacam a expansão das
exportações de soja – 2,5 milhões de toneladas em 1990 para 31,4 milhões
de toneladas em 2010 – com estímulos ao desmatamento, emissões de gases
de efeito estufa, poluição das águas e trabalho escravo. Em 2006,
associações empresariais aceitaram boicotar a comercialização de safras
plantadas em novas áreas desmatadas.
“O sucesso da moratória da soja foi demonstrado por estudos baseados
em imagens de satélite. Entre 2009 e 2010, apenas 0,25% de lavouras
anuais haviam sido plantadas nessas novas áreas – o que representava
0,04% do total das terras plantadas com soja no Brasil”, acrescenta o
documento. A UCS cita que a safra de 2013/2014 era então estimada em 95
milhões de toneladas, superior às 88 milhões de toneladas do ano
anterior, sem expansão dos limites das lavouras e dos danos às
florestas.
Em 2009, haveria a conexão entre o desmatamento da Amazônia e a
expansão das pastagens para criação de gado. Viriam assim as parcerias
que resultaram em acordos com produtores, influenciados por boicotes à
comercialização de produtos derivados de áreas de desmatamento. Novas
leis também passariam a condicionar os negócios ao cadastro ambiental
dos imóveis rurais na Amazônia.
A associação de cientistas norte-americanos também enfatiza que os
resultados positivos também foram alcançados por causa dos apoios e dos
compromissos internacionais do Brasil. O documento da UCS destaca a
decisão brasileira de reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% até 2020
e ainda as parcerias com países como Alemanha, Reino Unido e Noruega,
esse considerado o maior programa do mundo para a redução das emissões
por desmatamento e degradação florestal (REED+).
Para acessar o relatório clique aqui.
Fonte:Ministério do Meio Ambiente.
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