A maioria
dos(as) leitores(as) estará diante de diversos artigos que trarão satisfação e
alegria por mais um aniversário de nossa cidade.Desde sua emancipação a cidade
vem tentando construir sua própria marca trazida pelos indígenas e portugueses.
Ela cresceu – e põe crescimento nisso! Tanto do ponto de vista geográfico em
ocupações desordenadas, quanto populacional que, segundo os dados do IBGE, em
menos de 9 anos o município teve um aumento de 400%.
Poderíamos
estar aqui levantando diferentes fatores que contribuíram para esse
crescimento.
Infelizmente,
as opiniões se dividem sobre o que chamamos “desenvolvimento”. Existem aqueles
que gostariam que a cidade de Rio das Ostras se mantivesse como “antigamente”
com o bucolismo e a tranquilidade, sem muito trânsito e multidão”.
Outros
avaliam ser positivo o seu crescimento e desenvolvimento. Assim, produz oportunidade
de emprego e renda, a cidade entra no cenário nacional.
Penso
que, tanto uma como outra visão, apesar de distintas trazem alguns elementos
significativos para a organização administrativa de uma cidade. Ambas as visões
combinam memória e tradição cultural com inovações e experiências bem
sucedidas, que contribuem para o crescimento econômico e administrativo da
cidade.
Entretanto,
este é o Brasil, um país de contradições. Poucos lugares no mundo apresentam
contrastes tão intensos e enraizados, e com tanto potencial de crescimento.
O desafio
é construir uma cidade no mundo contemporâneo que combine o binômio
“experiência e renovação”. Não é uma fórmula, mas tende a ser um bom
ingrediente.
Um outro
aspecto muito evocado é o da “responsabilidade social”, muitas às vezes
utilizada, demagogicamente, como um efeito de marketing. Responsabilidade
Social é um lema muito empregado e praticado por alguns governos e empresas. O
nosso entendimento é que precisa ocorrer de fato, fazendo parte do seu programa
de ação e de governo.
Em pleno
século XXI notícias demonstram os desafios para a superação das desigualdades
ainda marcantes em nosso ESTADO. Escolas públicas precárias, falta de
professores, profissionais mal-remunerados, taxa de analfabetismo ainda
elevada, pouco acesso ao estudo universitário tanto para os jovens com os
adultos, violência, principalmente, contra os jovens, que tem aumentado
assustadoramente.
Outro
aspecto são as tecnologias de ponta em áreas como exploração do petróleo e o
biocombustível que contrastam com indústrias reféns do setor primário. Além, da
ausência de mecanismos mais democráticos que garantam a participação da
população e em suas decisões, como a construção dos marcos regulatórios sobre o
royalties do petróleo e outros.
Não
podemos permitir nossa população humilde, mas digna, ser manipulada. Prometer é
algo fácil, pois as palavras voam ao vento...
E por
falar em democracia, você, cidadão e cidadã, o que avalia desses 22 anos sobre
o nosso município? A cidade de Rio das Ostras conseguiu atingir metas
importantes para o seu desenvolvimento? Na área da educação, é garantido o
atendimento à educação para todas às crianças e jovens? As creches (apesar da
Lei de Diretrizes e base) são oferecidas às crianças de 0 a 3 anos e às mães
trabalhadoras? Quanto à saúde, o atendimento, o medicamento e a marcação dos
exames? Quanto à infra-estrutura, como andam o saneamento básico e a água
potável (como um direito à vida)? Quanto à segurança pública, a violência às
mulheres e aos jovens? O transporte? Uma cidade com mais de 125 mil habitantes
somente uma empresa? E a Cultura, ela é extensiva aos setores mais
desfavorecidos?
Poderíamos
elencar mais, porém deixamos para que o(a) leitor(a), neste momento de
felicidade, também pense que tipo de “CIDADE DESEJAMOS VIVER”.
Aliás,
não podemos só pensar... Precisamos construir mecanismos de mudanças e
transformação e a população – donas de casa, trabalhadores (as), estudantes,
aposentados(as), dentre outros – são os diretamente interessados em manter suas
vidas numa cidade, mas principalmente humana e sustentável.
Rio das
Ostras ganha sua responsabilidade de ser uma cidade que constitua em suas ações
com ética, democracia, transparência e respeito ao ser humano.
Por fim,
PARABÉNS ao povo Riostrense que defende dia-a-dia o pão de sua família e a
sobrevivência de seu maior patrimônio, que é a sua própria vida.
PARABÉNS!
Guilhermina
Rocha
Pedagoga
e Historiadora/ especialista em Educação
Presidente
do CEPRO
CEPRO – Um Projeto de Cidadania, Educação e Cultura
em Rio das Ostras.
Alameda
Casimiro de Abreu , n° 292, 3º andar, sala 02 - Bairro Nova Esperança – centro
- Rio das Ostras
Tel.: (22) 2771-8256 e Cel 9807-3974
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E-mail: cepro.rj@gmail.com
Blog: http://cepro-rj.blogspot.com/
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