Conhecido por sua beleza e biodiversidade de águas e nascentes, o
Vale do Ribeira (SP) vêm sofrendo com a falta de água potável em
algumas comunidades. Em Iporanga, por exemplo, fica a Casa do Mel do
quilombo de Porto Velho que para funcionar de acordo com as normas
sanitárias precisa de água de boa qualidade.
Há tempos, a comunidade de Porto Velho, em Iporanga, no Vale do
Ribeira, reivindica uma solução para o abastecimento de água potável às
famílias. Por conta da composição geológica do terreno, a água das
nascentes é salobra e essa falta de água de qualidade têm trazido
problemas de saúde para os moradores. Além disso, é em Porto Velho que
funciona Casa do Mel, inaugurada em outubro de 2011, e a associação do
quilombo precisa agora registrar as unidades de beneficiamento de mel e
de mandioca. (veja quadro no final do texto) Para conseguir a
Certificação Sanitária as unidades produtivas precisam de água de boa
qualidade.
Por essa razão, a Associação Quilombola de Porto Velho reuniu-se no
dia 29 de abril com parceiros – Instituto Socioambiental e Fundação
Instituto de Terras do Estado de São Paulo – e órgãos governamentais –
Sabesp, Prefeitura de Iporanga, Câmara Municipal de Iporanga e
Prefeitura de Itaóca, que também sofre com a falta d’água – para buscar
uma solução.
O representante da Sabesp, Flávio Rocha apresentou as possibilidades
de colaboração da empresa com as prefeituras na solução do problema e
também as dificuldades, principalmente porque os custos de trazer água
tratada e esgoto para a zona rural ainda são muito altos. Ele destacou,
porém, que não é impossível pensar em uma estratégia de estender a rede
de Itaóca até Porto Velho, que embora fique no município de Iporanga
está territorialmente mais próximo de Itaóca.
Os prefeitos de Iporanga e Itaóca, Valmir da Silva e Rafael Rodrigues
de Camargo respectivamente reconheceram o problema da água e se
comprometeram a buscar uma solução. Ao fim da reunião, os presentes
elaboraram uma carta destinada aos órgãos públicos do Estado de São
Paulo – Casa Civil, secretário de Saneamento e Recursos Hídricos e
Conselho Curador da Secretaria de Justiça e da Defesa da Cidadania. Os
prefeitos se responsabilizaram por levar a discussão à Casa Civil e
Secretaria de Recursos Hídricos e buscar solução conjunta entre os dois
municípios para viabilizar o abastecimento de água potável para as
unidades de beneficiamento nas comunidades quilombolas do Vale do
Ribeira.
A Casa do Mel de Porto Velho é o resultado de um projeto da
comunidade em parceria com o Instituto Socioambiental e o Instituto de
Terras do Estado de São Paulo (Itesp), com apoio da Fundação Banco do
Brasil. Em 2013, o projeto foi ampliado para atender as demandas nas
atividades de manejo e comercialização do mel de mais cinco comunidades
quilombolas do Vale do Ribeira. Mas sem água de boa qualidade, o projeto
todo estará prejudicado.
Fonte: Instituto Socioambiental.
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