O incentivo às
dietas que incluam o consumo de insetos tem proporcionado novas
discussões entre os brasileiros. A recomendação foi feita na última
semana pela Organização das Nações Unidas e ainda gera dúvidas sobre sua
popularização em meio aos hábitos tradicionais do Brasil.
Conforme reportagem publicada no G1, ainda não existe regulamentação
ou menção sobre o consumo de insetos no Guia Alimentar para a População
Brasileira e a Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional, do
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, acredita que esse
não seja um hábito recorrente à cultura local.
Mesmo assim, existem regiões do Brasil em que alguns insetos se fazem
presente em pratos tradicionais. Este é o caso do consumo da formiga
popularmente conhecida como Tanajura, que é bastante apreciada em Minas
Gerais e no Nordeste, usada como um dos ingredientes de uma farofa. A
larva do besouro Pachymerus nucleorum, também é consumida por moradores
da zona rural.
A justificativa da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO) é o fato de que os insetos podem ser altamente
nutritivos, devido à imensa quantidade de proteína que possuem. Isso os
coloca como solução barata e eficiente para reduzir os níveis mundiais
de desnutrição.
Os insetos já estão presentes nos pratos de países da África, Ásia e,
até mesmo, na América Latina. No Brasil, existe apenas uma empresa que
produz insetos para o consumo, no entanto, ele atualmente é destinado
apenas aos animais. A Nutrinsecta já solicitou uma licença para o tipo
de produção ao Ministério da Agricultura, mas nunca recebeu resposta.
Agora o presidente do grupo, Luiz Gonçalves, espera expandir a produção
também para o consumo humano.
Os insetos destinados ao consumo devem ser produzidos especificamente
para este fim. Portanto, não é indicado que as pessoas consumam insetos
encontrados em qualquer local, mesmo que eles estejam entre as opções
usadas para a alimentação. Em declaração ao G1, o especialista Eraldo
Costa Neto, explica que ainda é necessário haver muito estudo para a
definição de quais espécies são indicadas ou não para serem incluídos na
alimentação.
Fonte: CicloVivo.
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