As cidades, embora ocupem menos de 2% da superfície do Planeta,
consomem 78% da energia mundial e produzem mais de 60% de todo o dióxido
de carbono. Ademais, expelem na atmosfera volumes expressivos de outros
gases de efeito estufa, principalmente como consequência da geração de
energia, utilização de biomassa e das emissões dos veículos automotores e
indústrias. Os dados são do Programa das Nações Unidas para
Assentamentos Humanos (ONU-Habitat). O organismo tem-se preocupado em
encontrar alternativas para mitigar a influência do meio urbano no
fenômeno das mudanças climáticas, que tanto preocupa a humanidade.
A boa notícia é que há soluções para que isso ocorra, considerando
que o conceito de cidades sustentáveis é absolutamente factível,
começando pelo adequado planejamento urbano. A coleta seletiva dos
resíduos sólidos, com o devido tratamento, reaproveitamento/reciclagem
do que for possível e correta deposição do restante em aterros
sanitários adequados, já contribuiria bastante para reduzir a emissão de
carbono. Saneamento básico universalizado, com garantia de
abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, é outro item
fundamental para o conceito de cidade sustentável.
Medida igualmente importante é a qualidade e oferta dos transportes
públicos, com a drástica redução do tráfego de automóveis particulares e
o uso intensivo dos coletivos por parte da população. O peso e
significado disso são atestados por estudo da Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental (Cetesb), empresa de economia mista ligada ao
Governo do Estado de São Paulo. Realizado na capital paulista em 2008, o
trabalho mantém-se atualizado quanto aos percentuais de poluentes de
cada fonte: veículos leves, veículos pesados e processos industriais. A
conclusão é a de que, dentre os gases tóxicos, como o monóxido de
carbono (CO), os hidrocarbonetos (HC) e os óxidos de nitrogênio (NOx),
os automóveis são os maiores poluidores, com 77% em média, contra 5% dos
processos fabris.
Fica claro, portanto, que a mobilidade é uma das questões mais
decisivas quanto ao equacionamento da emissão de gases de efeito estufa
no meio urbano. Além de transportes públicos de qualidade, há que se
pensar no adensamento adequado da população, de modo que as pessoas
tenham de se locomover em distâncias menores para ir ao trabalho, à
escola, às compras, a consultórios, ambulatórios médicos e hospitais e
aos cinemas, teatros, restaurantes, parques e outros equipamentos de
lazer e cultura. O melhor adensamento, reduzindo-se as distâncias e a
excessiva capilaridade das edificações, também possibilitaria economia
de energia elétrica com iluminação pública e do consumo das unidades
residenciais e empresariais.
Iniciativa interessante no sentido de se equacionar todas essas
questões está sendo implementada pelo ONU-Habitat, que organiza um pacto
de cidades de todo o mundo na luta contra as mudanças do clima. O
acordo deverá ser assinado em reunião de cúpula prevista para setembro
próximo, na sede das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos. A
expectativa é que cerca de 10 mil cidades de numerosos países tornem-se
signatárias do documento.
Essa mobilização internacional pode representar um novo passo para se
entender, de modo mais amplo, o significado correto do planejamento
urbano, em especial no Brasil e na América Latina, onde dogmas
anacrônicos, burocracia excessiva e legislação exageradamente restritiva
ainda permeiam o conceito. A urbanização sustentável, como define o
próprio Programa ONU-Habitat, coloca os municípios na vanguarda das
novas iniciativas da humanidade para conter as mudanças climáticas.
* Luiz Augusto Pereira de Almeida é diretor da Fiabci/Brasil e diretor de Marketing da Sobloco Construtora.
CEPRO –
Um Projeto de Cidadania, Educação e Cultura em Rio das Ostras.
Alameda
Casimiro de Abreu , n° 292, 3º andar, sala 02 - Bairro Nova Esperança - centro
Rio das Ostras
Tel.: (22) 2771-8256 e Cel 9807-3974
E-mail: cepro.rj@gmail.com
Blog: http://cepro-rj.blogspot.com/
Twitter: http://www.twitter.com/CEPRO_RJ
Rio das Ostras
Tel.: (22) 2771-8256 e Cel 9807-3974
E-mail: cepro.rj@gmail.com
Blog: http://cepro-rj.blogspot.com/
Twitter: http://www.twitter.com/CEPRO_RJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário