quinta-feira, 24 de julho de 2014

Brasil mostra avanços, mas é apenas 79º em Índice de Desenvolvimento Humano


A vulnerabilidade persistente ameaça o desenvolvimento humano. E se não for combatida sistematicamente por políticas e normas sociais, o progresso não será nem equitativo nem sustentável. Esta é a premissa central do Relatório do Desenvolvimento Humano 2014, divulgado nesta quinta-feira, 24 de julho, pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (Pnud).

Intitulado Sustentar o Progresso Humano: Reduzir as Vulnerabilidades e Reforçar a Resiliência, o relatório fornece uma nova perspectiva sobre a vulnerabilidade e propõe maneiras de fortalecer a resiliência.

De acordo com as medidas de pobreza com base na renda, 1,2 bilhão de pessoas vivem com US$ 1,25 ou menos por dia. No entanto, as estimativas mais recentes do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) do Pnud revelam que quase 1,5 bilhão de pessoas em 91 países em desenvolvimento estão vivendo na pobreza, com a sobreposição de privações em saúde, educação e padrão de vida.
Embora a pobreza esteja diminuindo em geral, quase 800 milhões de pessoas estão sob o risco de voltar à pobreza caso ocorram contratempos.

“Ao enfrentarmos as vulnerabilidades, todas as pessoas poderão compartilhar o progresso do desenvolvimento e o desenvolvimento humano vai se tornar cada vez mais justo e sustentável”, afirma Helen Clark, administradora do Pnud.

O Relatório do Desenvolvimento Humano 2014 chega em um momento crítico com as atenções voltadas para a criação de uma nova agenda de desenvolvimento pós-2015, prazo final definido para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

Brasil

O Brasil ocupa a 79ª posição do levantamento (entre 187 países), com IDH de 0,744, pertencente a categoria de Alto Desenvolvimento Humano, que tem média de 0,735. A colocação brasileira no ranking é compartilhada por Geórgia e Granada. Em comparação aos países latino-americanos, desempenho semelhante tem México e Colômbia, que se encontram no 71ª e 98º lugar, respectivamente.

Segundo o relatório, entre 1980 e 2013, o valor do IDH do Brasil passou de 0,545 para 0,744, o que representa um aumento de 36,4% ou um aumento anual médio de cerca de 0,95%. A expectativa de vida ao nascer aumentou 11,2 anos; a média de anos de estudo aumentou em 4,6 anos e a expectativa de anos de escolaridade (estudos) aumentou em 5,3 anos.

Dar atenção

O relatório afirma que, à medida que as crises se espalham de forma cada vez mais rápida e ampla, é fundamental entender a vulnerabilidade a fim de garantir os ganhos já obtidos e manter o progresso. O documento aponta para uma desaceleração do avanço do desenvolvimento humano em todas as regiões, medido pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ele observa que ameaças como crises financeiras, flutuações nos preços dos alimentos, desastres naturais e conflitos violentos impedem o progresso de forma significativa.

“Reduzir tanto a pobreza em si quanto a vulnerabilidade das pessoas a cair na pobreza deve ser um objetivo central da agenda pós-2015″, afirma o Relatório. “Eliminar a pobreza extrema não significa apenas “chegar a zero”; é também manter-se lá.”

Ingrediente chave

“A redução da vulnerabilidade é um ingrediente chave em qualquer agenda para melhorar o desenvolvimento humano”, escreve o prêmio Nobel Joseph Stiglitz, em uma contribuição para o Relatório. “[Nós] precisamos encará-la a partir de uma ampla perspectiva sistêmica.”

O Relatório de 2014 trata dessa abordagem usando uma lente de desenvolvimento humano para ter um novo olhar sobre a vulnerabilidade como um conjunto de riscos sobrepostos e que se reforçam mutuamente.

O documento defende a prestação universal de serviços sociais básicos como instrumento para aumentar a resiliência, refutando a ideia de que apenas os países ricos podem dar-se ao luxo de fazer isso.

O Relatório apresenta uma análise comparativa de países de diferentes níveis de renda e sistemas de governo que já começaram a implementar ou têm totalmente implementadas tais políticas.

Seguridade social

Entre esses países estão exemplos mais conhecidos, como Dinamarca, Noruega e Suécia, mas também as economias de rápido crescimento, como a Coreia do Sul e os países em desenvolvimento, como a Costa Rica.

“Esses países começaram a colocar em prática medidas de seguridade social quando seus respectivos valores de Produto Interno Bruto (PIB) per capita eram menores que os de Índia e Paquistão agora”, o Relatório observa.

Esforço coletivo

O Relatório também convoca todos a uma ação coletiva mais forte, bem como uma melhor coordenação global e um compromisso de reforçar a resiliência, em resposta às vulnerabilidades que são cada vez mais globais em sua origem e impacto.

Ameaças que vão desde crises financeiras a mudanças climáticas, passando por conflitos e fluxos de refugiados, são transnacionais por natureza, mas os efeitos são sentidos local e nacionalmente, sobrepondo-se com frequência.

Ameaças transnacionais não podem ser resolvidas sozinhas pelas nações, que agem de forma independente; elas precisam de um novo foco da comunidade internacional que vai além de respostas de curto prazo, como a ajuda humanitária, argumenta o Relatório.

Para aumentar o apoio aos programas nacionais e abrir espaço político para as nações adaptarem o universalismo às condições específicas do país, o Relatório recomenda que se chegue a “um consenso internacional sobre a proteção social universal”, que seja incluído na agenda pós-2015.


Fonte: EcoD.


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