Um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros buscou avaliar se
diferentes níveis de fiscalização ambiental na Amazônia Legal tiveram
impacto sobre a redução recente nas taxas de desmatamento da região. A
pesquisa mostra que esses esforços de fiscalização intensa e específica
evitaram até 10.653 km2 de desmatamento.
Essa redução evitou ainda a emissão de 1,44 × 10-1 Pg de carbono. Tal
diminuição de emissões provenientes de atividades que desmatam e
degradam florestas, especialmente em países em desenvolvimento, são uma
importante estratégia para reduzir os impactos das mudanças climáticas.
Para chegar aos resultados, o estudo comparou as taxas de
desmatamento medidas pelo Inpe em municípios que entraram na lista de
desmatadores – divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente – com as de
municípios fora dessa lista. Os municípios da lista sofreram embargos e
sanções a partir do ano de 2009 como forma de penalização pelos altos
índices de desmate.
No período de três anos (2006-2008) antes da implementação de
políticas, os 43 municípios na lista de embargo do MMA foram
responsáveis por quase metade do desmatamento total de 38.764 km2 na
Amazônia brasileira.
Resultados encorajadores
Esses municípios desmataram em média cerca de 435 km2 nesse período,
em comparação com apenas cerca de 28km2 dos municípios fora da lista. Já
entre 2009 e 2011, o desmatamento caiu em ambos os grupos, mas foi mais
pronunciado no grupo de municípios embargados (redução de 60%) do que
no grupo fora da lista (47%).
Embora esses resultados sejam encorajadores, é importante notar que o
Brasil ainda precisa enfrentar desafios significativos para continuar a
obter êxito neste sentido em virtude das mudanças recentes no Código
Florestal, de investimentos maciços em empreendimentos hidrelétricos,
redução de Áreas Protegidas e da demanda crescente por produtos
agrícolas.
Segundo Paulo Barreto, pesquisador do Imazon e coautor do estudo, “o
aumento de 28% na desmatamento entre 2012 e 2013 evidencia a necessidade
de reforçar as políticas que funcionaram no período avaliado neste
trabalho”.
Para conferir o estudo, clique aqui.
Fonte: EcoD.
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