A taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos
ou mais caiu de 9,7% em 2009 para 8,6% em 2011, totalizando 12,9 milhões
de brasileiros. A maior proporção ainda é verificada na Região
Nordeste, mesmo com queda na taxa de 18,8% para 16,9%.
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
2011, divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), 96,1% dos analfabetos do país têm 25 anos ou mais.
Mais da metade deles se concentram na faixa acima de 50 anos.
A gerente da Pnad, Maria Lúcia Vieira, destaca a desigualdade regional
na taxa de analfabetismo. De acordo com os dados, 35,6% das pessoas no
Nordeste com 50 anos ou mais eram analfabetas em 2011.
“As taxas de analfabetismo para as populações até 24 anos são muito
baixas, no Sul e no Sudeste, então, não chega a 1%. Elas são maiores
quando a gente vai para as regiões Norte e Nordeste e conforme a faixa
etária vai aumentando”, destaca Maria Lúcia.
Para a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila
Cruz, a pesquisa do IBGE não leva em conta o nível de proficiência dos
alunos em leitura e escrita.
“Alfabetização é muito mais do que escolarização. O IBGE olha os
jovens e adultos com mais de 15 anos, aqueles que tem quatro anos ou
mais de escolaridade já são considerados alfabetizados. Mas, como a
gente tem uma qualidade de educação muito ruim no Brasil, o que ocorre é
que tem muita criança de 11, 12 anos, jovem que está no ensino médio
com 15, 17 anos, que ainda é analfabeto. Infelizmente, isso ainda é uma
realidade no nosso país”, diz Priscila.
De acordo com ela, dados da Prova ABC - uma parceria do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionaisa (Inep), do Todos pela
Educação, do Instituto Paulo Montenegro, a Fundação Cesgranrio - mostram
outra realidade. “Essa prova mostrou que, das crianças de 8 anos no
Brasil, só metade é plenamente alfabetizada. É um dado bem diferente do
apresentado pelo IBGE. É diferente você fazer a prova e testar [o aluno]
de você considerá-lo alfabetizado apenas pelo número de anos de estudo
que ele tem.”
Os dados da Pnad apontam ainda que, de 2009 a 2011, houve aumento do
nível de instrução entre pessoas com 25 anos ou mais. A proporção de
brasileiros com ensino fundamental completo subiu de 8,8% para 10%. No
caso do ensino médio, passou de 23% para 24,5% e do ensino superior, de
10,6% para 11,5%. Do mesmo modo, caíram os percentuais para o ensino
fundamental incompleto (de 36,9% para 31,5%), médio incompleto (de 4%
para 3,9%) e superior incompleto (de 3,5% para 3,4%).
Na distribuição por gênero, a média de anos de estudo entre as
mulheres ficou em 7,5 em 2011 enquanto entre os homens atingiu 7,1.
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