Oferecer atendimento individual para jovens de
comunidades pacificadas, com orientação para a construção de um plano de
vida e auxílio para que os objetivos sejam alcançados, é o que propõe o
Programa Caminho Melhor Jovem. O programa foi lançado hoje (14) pelo
governo fluminense na comunidade de Manguinhos, na zona norte da cidade,
que recebeu uma Unidade de Polícia Pacificadora UPP) em janeiro.
“Nesse atendimento individualizado nós vamos construir um programa
específico de desenvolvimento para cada jovem. Ele vai conversar com o
tutor, vai colocar as suas aspirações, será construído um plano de
trabalho que ele precisa seguir para que o sonho dele possa virar
realidade e nós estamos aqui para auxiliar nesse caminho”, disse o
secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu
Teixeira.
O projeto recebeu financiamento de US$ 60 milhões do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) e US$ 24 milhões de
contrapartida do governo do estado. A equipe inicial conta com quatro
conselheiros, três tutores, um diretor e seis articuladores por unidade.
A coordenadora do Caminho Melhor Jovem, Morgana Eneile, disse que o
programa inverte a lógica do estado sempre oferecer pacotes prontos, sem
ouvir as comunidades atendidas. “O desafio do programa é que, em geral,
na política pública, a gente tenta, por meio de um estudo ou de uma
identificação, fazer uma coisa genérica: jovens de 15 a 29 anos precisam
de escola, pronto, está aqui a escola. E muitas vezes o estado não se
preocupa se essa é a escola que ele quer, se aquele é o curso de
qualificação que ele gostaria.
Então, é uma inversão. Nós temos um
jovem, nós vamos escutar, vamos conhecer a sua demanda e nós vamos
adaptar o serviço do estado à demanda dele. Isso é a lógica de terminar o
pacote pronto, e por isso que o programa é realmente um desafio
diário”, declarou.
O público-alvo do programa são jovens como João Ricardo Germano, 18
anos, morador de Jacarezinho, comunidade vizinha a Manguinhos. Ele está
terminando o ensino médio e pretende fazer vestibular para uma faculdade
de dança ou de história, mas não foi bem na redação do Enem no ano
passado. Para João, a juventude da comunidade precisa de mais incentivos
para ter um futuro melhor.
“Para os jovens que estão procurando cursos profissionalizantes, que
não conseguiram entrar na faculdade, vai ser uma boa [o projeto], porque
a pessoa pode não ter condições financeiras para bancar o curso, então o
estado oferece meio que uma bolsa para estudar. Estamos aí, vamos
abraçar [a oportunidade]”, disse.
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