sexta-feira, 30 de agosto de 2013

É difícil discutir sustentabilidade com milhões ainda excluídos, diz ministra


A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, afirmou nesta sexta-feira 23 que não é mais possível discutir sustentabilidade sem uma correlação entre as agendas ambiental, social e econômica. De acordo com ela, o mais adequado seria que os governos comecem a pensar um projeto de médio e longo prazo que incorpore as três questões de forma equilibrada. “Dificilmente se pode discutir sustentabilidade com milhões de pessoas, infelizmente, ainda excluídas de tudo – excluídas até do consumo – e acreditar que as pessoas aceitem continuar a ser excluídas”, afirmou.

Num momento ainda turbulento para a economia mundial, os reflexos sentidos pela desaceleração têm recaído sobre os direitos sociais dos indivíduos, em primeiro plano. De acordo com a ministra, houve recuo da agenda social do mundo todo de uma forma mais geral, inclusive nos países com uma rede de proteção social bastante avançada para as populações mais pobres ou não. “E a tendência é, se não gritarmos bastante, que ela retroceda ainda mais”, alertou.

O Brasil, segundo a ministra, tem recebido atenção internacional nos últimos anos justamente por não aceitar mais que “uma parcela gigantesca” da população não seja incorporada à agenda de desenvolvimento. Como exemplos, Tereza citou os programas Luz Para Todos, Bolsa Família e a construção de 606 mil cisternas no semiárido nordestino de 2003 a 2013. Tudo, de acordo com ela, fruto do investimento em tecnologia e cadastramento minucioso de mais de 20 milhões de famílias (quase 90 milhões de brasileiros, ao todo) nos rincões e regiões desatendidas e desprovidas de serviços públicos. “Nós temos incorporadas informações sobre escolaridade, tipo de residência, acesso a emprego de cada uma dessas pessoas. A partir disso, cruzamos os dados com Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e outros bancos de dados. Isso nos permite construir o que chamamos de ‘mapa da pobreza’”.

Fonte; Carta Capital.


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