da Agência Brasil
A sexta edição do Festival Internacional de Filmes
sobre Deficiência Assim Vivemos começa na quarta-feira (21) no Rio de
Janeiro, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), com 28 filmes
inéditos no Brasil, entre documentários, ficção e animações. A curadora
do festival, Lara Pozzobon, explicou que, ao longo dos últimos dez anos –
desde que a mostra bienal foi criada –, houve uma evolução das
narrativas dos filmes com essa temática, cada vez mais próximos dos
assuntos abordados.
“Nas primeiras edições, os filmes que eram selecionados, alguns mais
antigos, de até 15 anos atrás, víamos que existia um certo
distanciamento da pessoa com deficiência que estava sendo retratada”,
comentou ela. “Hoje, percebemos que há muito mais compreensão da
abordagem do tema, pois o filme passa a ser um parceiro daquele
personagem, passa a ter mais cumplicidade com ele, e isso é um retrato
da maior consciência que se tem hoje em relação as dificuldades e
possibilidades das pessoas com deficiência”, contou.
Além dos filmes, haverá debates sobre surdez e comunicação,
institucionalização de pessoas com deficiência e o autismo e seus
desafios. A curadora informou que embora o público seja
predominantemente de pessoas da área de educação, educação especial,
pedagogia, psicologia e psicanálise, as produções são desafiadoras e
interessantes para o público em geral.
“São filmes que mostram exemplos de superação, são diferentes do que
estamos acostumados a ver, por isso, são transformadores e
inspiradores. Esse é o diferencial do festival”, acrescentou ela, que
informou também que muitas pessoas com deficiência frequentam as salas,
pois o festival é pioneiro em garantir acessibilidade a esse público. “A
Audiodescrição, que é feita por dois atores em todas as sessões,
transmitida para fones de ouvidos para pessoas com deficiência visual, é
feito desde 2003”, disse ela.
Também são oferecidos catálogos em
braile, legendas nos filmes e intérpretes da Linguagem Brasileira de
Sinais (Libras) nos debates.
Entre as atrações do festival, Lara citou o documentário britânico Missão para Lars,
que conta a história de Tom Spicer com síndrome do X Frágil, causa mais
comum de autismo, que é fã do baterista Lars Ulrich da banda Metálica.
Com a ajuda dos irmãos, Kate e Will, ele começa uma aventura atrás da
turnê da banda heavy metal na esperança de conhecer seu ídolo.
“É uma aventura cheia de obstáculos e complicações, com situações
engraçadas, e acompanhamos um longa-metragem sobre o cotidiano desse
personagem com uma síndrome do Espectro Autista, que ao mesmo tempo vai
além da questão da deficiência”, contou ela.
Nesta edição, o filme Meu Olhar Diferente sobre as Coisas é
o único brasileiro totalmente escrito, produzido e atuado por pessoas
com deficiência. Um grupo de jovens com síndrome de Down fala sobre
sonhos, projetos de vida realizados, cidadania, casamento, filhos. A
música tema também foi escrita pelo grupo.
Assim Vivemos termina no dia 1º de setembro no Rio. No dia 1º de
outubro, o festival estreia no CCBB da capital de São Paulo, onde fica
até 12 de outubro. A entrada é gratuita. Mais informações estão
disponíveis no site www.assimvivemos.com.br.
CEPRO – Um
Projeto de Cidadania, Educação e Cultura em Rio das Ostras.
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