sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Extremos de 2012 podem já ser o “normal” para o clima


Relatório reúne o trabalho de 384 pesquisadores de 52 países e aponta que altas temperaturas, degelo do Ártico e aquecimento dos oceanos fazem parte do que pode ser considerado o novo padrão para o planeta.

A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) divulgou na última sexta-feira (1) um extenso relatório sobre o clima em 2012, contendo centenas de dados e dezenas de gráficos que detalham como o ano foi marcado por altas temperaturas, maior frequência e intensidade de eventos extremos e pelo degelo do Ártico. Mas, o mais preocupante é que a entidade sugere que o cenário visto no ano passado já pode ser considerado como a nova “normalidade climática” do planeta.

“Muitos dos eventos que fizeram de 2012 um ano tão interessante são parte de tendências de longo prazo que prevemos em um clima em mudança – níveis de carbono estão aumentando, os oceanos estão subindo, o gelo do Ártico está derretendo e nosso planeta como um todo está ficando um lugar mais quente”, explicou Kathryn D. Sullivan, administradora da NOAA.

Intitulado “State of the Climate in 2012” o documento possui mais de 250 páginas e é uma coletânea do trabalho de 384 pesquisadores de 52 países.

Para chegar às conclusões apresentadas, foram utilizados dezenas de indicadores que acompanham e identificam mudanças e tendências gerais no sistema climático global. Entre esses indicadores estão: concentração de gases do efeito estufa, temperaturas na baixa e alta atmosfera, cobertura de nuvens, temperatura na superfície dos oceanos, aumento no nível dos oceanos, salinidade dos oceanos, extensão do gelo marinho e da cobertura de neve. Cada um desses fatores foi avaliado através de milhares de medições de forma independente.

O Ártico ganha bastante destaque no relatório, com os pesquisadores afirmando que a região está experimentando mudanças sem precedentes e quebrando muitos recordes. O gelo marinho chegou a seu nível mínimo registrado desde que as observações começaram há 34 anos. Além disso, mais de 97% da cobertura de gelo da Groenlândia apresentou alguma forma de degelo durante o verão, o que é uma porcentagem quatro vezes maior do que a média entre 1981 a 2010.

As temperaturas médias do planeta também merecem atenção, pois quatro entidades de monitoramento independentes classificaram 2012 como um dos dez anos mais quentes já registrados. Países como os Estados Unidos e Argentina tiveram no ano passado sua temperatura média mais alta.

No geral, a América Latina apresentou em 2012 temperaturas acima da média, com anomalias de calor e grandes variações acontecendo com frequência.

Por exemplo, São Paulo registrou a temperatura mais alta em 57 anos em um mês de setembro, 34,1ºC no dia 18, sendo que as altas esperadas seriam na faixa de 24ºC. Poucos dias depois, no dia 25, o sul do Brasil foi atingido por uma frente fria fora de época que trouxe temperaturas de 0,7ºC e neve.

A variação prosseguiu, e pouco mais de um mês depois, entre os dias 28 a 31 de outubro, toda a região sudeste enfrentou recordes de calor. Ribeirão Preto marcou 43ºC e São Paulo 42ºC.

O relatório destaca ainda que o Rio de Janeiro teve em 2012 o dia mais quente desde que começaram as medições, em 1915, 43,2ºC em 26 de dezembro.

A superfície dos oceanos também mostra aquecimento, com a média da temperatura em 2012 ficando entre as 11 mais elevadas. No entanto, o relatório afirma que, devido ao La Niña, a taxa de elevação das temperaturas entre 2000 a 2012 foi menor do que a acompanhada entre 1970 a 1999. No entanto, o avanço dos níveis do mares prossegue, o ritmo estimado está em 2,8 a 3,6 milímetros por ano.

O relatório registra ainda a maior concentração de gases do efeito estufa na atmosfera. A presença de dióxido de carbono, por exemplo, ultrapassou pela primeira vez a marca das 400 partes por milhão em mais de 3,2 milhões de anos.

A NOAA destaca que todos esses dados já eram conhecidos e que esse novo relatório tem como grande mérito apresentá-los em conjunto e de forma interligada. “É como estivéssemos verificando o pulso do planeta”, concluiu Sullivan.

Fonte:  CarbonoBrasil.


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