O Brasil pode ter sua matriz energética majoritariamente limpa
até 2050 – se quiser. É o que mostra a 3ª edição do relatório
[R]evolução Energética, elaborado pelo Greenpeace.
A participação das fontes renováveis pode ser 47% maior na matriz
energética brasileira, nos próximos 40 anos, do que o projetado pela
política atual do governo. Segundo o relatório [R]evolução Energética,
divulgado hoje pelo Greenpeace, a matriz pode contar com 66,5% de fontes
como vento, sol e biomassa para alimentar os setores elétrico,
industrial e de transportes em 2050.
Ao considerar apenas a matriz elétrica, a projeção é ainda mais
dramática: 92% da eletricidade que alimentará o Brasil em quatro décadas
pode ser limpa. Atualmente, esse cenário e a tradição nacional de
renováveis neste setor estão em risco devido a decisões equivocadas da
administração federal, que tem abraçado fontes sujas, como o carvão.
Em sua 3a edição no Brasil, o [R]evolução Energética propõe uma
matriz energética limpa e sustentável com base nos recursos disponíveis e
tecnologias atuais. Este cenário atende à necessidade futura de energia
para o país e concilia crescimento econômico com preservação ambiental.
O estudo também demonstra como o uso racional e eficiente de energia
em edifícios, indústrias e meios de transporte pode reduzir a
dependência dos combustíveis fósseis. Pelo cenário [R]evolução
Energética, a demanda de energia é 25% menor em 2050 quando comparada
com o cenário de referência, mesmo se o PIB crescer anualmente entre
2,5% e 3,7%.
O documento também indica caminhos para reduzir as emissões de CO2 do
país. O conjunto de medidas proposto contribuiria para um corte de 60%
dessas emissões até 2050 – de 777 milhões de toneladas por ano pelo
cenário de referência para 312 milhões de toneladas pelo cenário
proposto.
Até 2040, é possível abdicar da energia produzida pelas usinas
nucleares, térmicas movidas a óleo combustível e carvão mineral, e
evitar a construção de novas grandes hidrelétricas na Amazônia. Também é
possível crescer sem explorar reservas não convencionais de gás e óleo,
como o gás de xisto ou o pré-sal.
Para tornar isso realidade, o [R]evolução Energética prevê um
significativo aumento do uso de fontes renováveis – serão 396 gigawatts
de eletricidade em 2050 instalados, principalmente, por meio das fontes
eólica, solar fotovoltaica, solar heliotérmica, biomassa e pequenas
centrais hidrelétricas.
Em termos de investimento, a construção de menos termelétricas e a
maior participação de renováveis poupará R$ 1,11 trilhão até 2050. Isso
porque, apesar de um investimento maior – R$ 2,39 trilhões até 2050, R$
690 bilhões a mais do que o governo pretende despender no mesmo período –
as vantagens econômicas ficam evidentes ao se colocar na conta os altos
gastos com combustíveis fósseis previstos no cenário de referência.
Afinal, vento e sol são de graça, ao contrário de gás e óleo
combustível.
Para o setor de transporte, o cenário prevê a necessidade que uma
radical mudança do modal – hoje muito centrada no uso rodoviário e no
automóvel – para o transporte por trilhos e coletivo. Também a indústria
precisa adotar padrões mais rígidos de eficiência, com veículos menores
e motores que consomem menos combustível. As energias renováveis
responderão por 40% do consumo de combustíveis no setor de transporte
até 2050. A participação da eletricidade chegará a 7% no mesmo ano.
“É técnica e economicamente possível atender à crescente demanda de
energia do país de modo limpo e sustentável. E, neste sentido, o
Revolução Energética é uma provocação pública pois tudo depende de
vontade e visão política”, diz Ricardo Baitelo, coordenador da campanha
de Clima e Energia do Greenpeace no Brasil.
“A iminência de uma crise climática coloca desafios sem precedentes a
todas as nações. Há um forte movimento mundial para se reduzir a
dependência dos combustíveis fósseis e aumentar a participação das
energias renováveis”, diz Sven Teske, diretor de energias renováveis do
Greenpeace Internacional. “O Brasil tem recursos naturais de sobra para
se tornar uma potência energética limpa. Ao contrário do que acontecia
no passado, as energias renováveis – em especial a solar fotovoltaica e
eólica – são mais competitivas que o carvão e ainda utilizam recursos
locais e criam mais empregos. Utilizar mais renováveis agora é mais uma
vantagem econômica que um fardo e reduz a dependência de combustíveis
importados”, conclui Teske.
Acesse aqui o relatório [R]evolução Energética.
Fonte: Greenpeace.
CEPRO – Um
Projeto de Cidadania, Educação e Cultura em Rio das Ostras.
Alameda Casimiro de Abreu, 292, Bairro Nova
Esperança - centro
Rio das Ostras
Tel.: (22)
2771-8256 e Cel.:(22)9966-9436
E-mail: cepro.rj@gmail.com
Comunidade no
Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=55263085Twitter: http://www.twitter.com/CEPRO_RJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário