Os casos de trabalho infantil no mundo tiveram redução de
um terço entre 2000 e 2012, segundo dados do estudo Medir o Progresso
na Luta contra o Trabalho Infantil: Estimativas e Tendências, divulgado
hoje (23) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O número de
crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhando nos últimos 12
anos caiu de 246 milhões para 168 milhões.
Para a OIT, o avanço no combate ao trabalho infantil foi possível
devido à intensificação de políticas públicas e da proteção social das
crianças e dos adolescentes nos últimos anos, acompanhada pela adesão a
convenções da organização e pela adoção de marcos legislativos sólidos
no âmbito nacional. A instituição verificou que os maiores progressos na
queda do uso desse tipo de mão de obra ocorreu entre 2008 e 2012.
De acordo com a OIT, essa redução, no entanto, não é suficiente para
eliminar as piores formas de trabalho infantil - meta assumida pela
comunidade internacional em parceria com a organização, por meio da Convenção 182. A estimativa é que mais da metade das crianças envolvidas em algum tipo de trabalho exercem atividades consideradas perigosas.
“Estamos nos movendo na direção correta, mas os progressos ainda são
muito lentos. Se realmente queremos acabar com o flagelo do trabalho
infantil no futuro próximo, é necessário intensificar os esforços em
todos os níveis. Existem 168 milhões de boas razões para fazê-lo”,
declarou o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
As piores formas de trabalho infantil são as consideradas perigosas -
atividade ou ocupação, por crianças ou adolescentes, que tenham efeitos
nocivos à segurança física ou mental, ao desenvolvimento ou à moral da
pessoa. O trabalho doméstico, por exemplo, é considerado uma das piores
formas. Segundo a OIT, aproximadamente 15 milhões de crianças estão envolvidas nesse tipo de atividade. Só no Brasil, são quase 260 mil.
A divulgação do estudo levou em consideração a proximidade da 3ª Conferência Global sobre Trabalho Infantil, que será realizada em Brasília, em outubro.
Regionalmente, o maior número de crianças em atividade no mercado de
trabalho está na Ásia - 78 milhões, cerca de 46% do total.
Proporcionalmente à população, no entanto, o Continente Africano é o que
concentra o maior percentual de menores de 18 anos envolvidos nesse
tipo de atividade, 21%.
Em relação ao setor em que crianças e adolescentes são encontrados
trabalhando com maior frequência, a agricultura é o que tem a maior
concentração, 59% dos casos (98 milhões). Os setores de serviços (54
milhões) e da indústria (12 milhões) também mostram incidência de uso de
mão de obra infantil, especialmente na economia informal.
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