O último resumo técnico do Censo Escolar do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), realizado em 2011, apresentou
um dado negativo em relação à inclusão digital nas escolas públicas
brasileiras. Hoje, apenas 42,6% das escolas de ensino fundamental têm
acesso a internet e 55,9% das instituições não têm laboratórios de
informática.
A região Norte é a que apresentou menor porcentual de
acesso a internet, com apenas 18,7%. Em seguida vem o Nordeste, com
apenas 25,3% de acessos. Depois, o Sudeste (72%), o Centro-Oeste (73%)
e, por fim, o Sul (74%), atingindo a marca da região com melhor
resultado de inclusão digital nas escolas públicas do país.
Mesmo
com esse cenário negativo, 79,5% dos estudantes do ensino fundamental da
rede pública possuem recursos tecnológicos disponíveis e 76,9% contam
com laboratórios. Mas, para a presidente da União Nacional dos
Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho, a simples
existência de laboratórios de informática não basta, é preciso fomentar o
uso do equipamento. “Em unidades grandes, como temos na rede pública,
ter um laboratório com 15 computadores faz com que cada criança consiga
passar por ele, em média, apenas a cada 15 dias”, afirma.
A
presidente acredita, ainda, que uma das principais dificuldades para a
introdução dos meios digitais nas instituições de ensino é a falta de
infraestrutura, como o uso de um bom sistema de banda larga. O wi-fi,
por exemplo, daria acesso a internet de qualquer lugar da escola, e não
só nos laboratórios. Para ela, um dos principais desafios do Brasil é
sanar as dificuldades de operacionalização de suas redes.
Soluções
O
Ministério da Educação (MEC) desenvolveu o Programa Nacional de
Tecnologia Educacional (ProInfo) a fim de disseminar a tecnologia
pedagógica na rede pública de ensino, levando recursos digitais às
escolas. O papel das instituições é apenas garantir a estrutura
necessária para os equipamentos.
Além dessa medida, o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, anunciou, no início do ano, a distribuição de 600 mil tablets
para os professores, com um investimento em torno de R$ 180 milhões. A
distribuição começará antes que se tenha uma análise do impacto do
Programa Um Computador Por Aluno (Prouca), do governo federal. O Prouca
garante que Estados e municípios possam adquirir laptops novos para as escolas. Mas, até o momento, apenas 2% das escolas foram beneficiadas.
De
acordo com profissionais da área, o principal problema seria a
capacitação dos profissionais da educação para lidar com tais
tecnologias. Para Marcus Vinicius Maltempi, especialista no uso de
tecnologias na Educação, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o
maior problema começa na educação tecnológica dos professores na própria
licenciatura. “A formação inicial pouco mudou nos cursos de
licenciatura, nas últimas décadas. Atualmente, ela não entrelaça os
conteúdos específicos com as tecnologias e com os conteúdos
pedagógicos”, afirma.
A solução, segundo Maltempi, está no
investimento em capacitação de professores e no apoio direcionado à
comunidade e às secretarias de Educação. “A introdução das tecnologias
digitais deve ser feita de modo a não perder de vista os conteúdos. Não é
a tecnologia como um acessório, mas, sim, entrelaçada aos conteúdos. E
são eles que dão a base para que o uso da tecnologia tenha sentido”,
declara.
Fonte: Blog Educação.
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Um comentário:
ótimas dicas, que posso aplicar no colegio objetivo zona norte sp, obrigada por esse post excelente, recomendo
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