da Agência Brasil
Os direitos das pessoas com deficiência já estão
garantidos em lei. O que falta é uma mudança de atitude da sociedade e
dos governos para que eles sejam respeitados. A opinião é do
superintendente de Políticas para Pessoa com Deficiência do Estado do
Rio de Janeiro, Márcio Rodrigues, que participou hoje (23) da abertura
da 3ª Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Para Rodrigues, que também preside o Conselho Estadual para a
Política de Integração da Pessoa com Deficiência, a legislação avançou
muito, mas ainda existe discriminação ao portador de necessidades
especiais.
“Nós queremos discutir a acessibilidade universal. Ela é muito mais
ampla do que a acessibilidade arquitetônica. Nós queremos, enquanto
pessoa com deficiência, ter acesso à saúde de qualidade, a transporte
com dignidade, ao trabalho digno. Merecedor de salário, como todo
trabalhador, claro, respeitando as nossas limitações. Queremos ter uma
política de assistência social”, disse.
De acordo com Rodrigues, a luta agora também passa por mostrar à
sociedade que a pessoa com deficiência também pode contribuir para o
crescimento do país. “O mundo inteiro via a pessoa com deficiência com
outro olhar, de que éramos inválidos e doentes, que não éramos capazes
de produzir. E hoje essa relação está mudando, você é capaz de mostrar
para sociedade que, respeitando as nossas limitações e dando para nós as
possibilidades, nós podemos trabalhar, ter dinheiro e também mover a
economia do país”, ressaltou.
Também durante a cerimônia de abertura, o deputado estadual Márcio
Pacheco (PSC), presidente da Comissão de Defesa da Pessoa Portadora de
Deficiência da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj),
defendeu que políticas públicas efetivas podem dar às pessoas com
deficiência condições de competir em condições de igualdade.
“Se trouxéssemos a política pública para todos os espaços, não
haveria pessoa com deficiência, nenhuma pessoa teria deficiência, se
entendermos a deficiência como algo que nos limita. Porque uma vez dada a
ela, por meio de política pública efetiva, acessibilidade, ela
[estaria] em pé de igualdade com todos os outros”, disse.
Já o secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com
Deficiência, Antônio José Ferreira, lembrou que um dos objetivos da
conferência é avaliar os avanços alcançados desde o último encontro. “É
um ciclo que fecha. A outra conferência foi em 2008. Então, nesses
últimos quatro anos, o que avançou no Rio de Janeiro, no Brasil, quais
eram os nossos desafios em 2008 e quais são os nossos desafios agora?”
A subsecretária de estado de Assistência Social e Direitos Humanos,
Maria Célia Vasconcelos Pucu, anunciou durante o evento que o governador
Sérgio Cabral assinou hoje (23) a adesão ao Plano Viver sem Limites, do
governo federal.
Os debates no Rio de Janeiro ocorrem até sábado (25), com a
participação de 300 representantes municipais, para reunir 40 propostas
do estado a serem levadas para a 3ª Conferência Nacional dos Direitos da
Pessoa com Deficiência, prevista para dezembro em Brasília.
Entre os desafios do governo fluminense, o presidente do Conselho
Márcio Rodrigues destacou a implantação dos conselhos municipais em
todas as cidades. Hoje, apenas 36 dos 92 municípios do estado têm o
conselho funcionando.
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