As etiquetas do Inmetro que informam o consumo de combustível nos carros vão ter uma utilidade a mais.
Em
São Paulo a fumaça dos carros é problema de saúde pública. Segundo uma
pesquisa da USP, os paulistanos estão vivendo em média dois anos a menos
por complicações causadas pela péssima qualidade do ar. São quatro mil
mortes por ano.
“Os carros hoje representam a maior parte da
poluição urbana. Ou seja, resolver o problema das emissões dos veículos
significa resolver a poluição das cidades onde vivem milhões de pessoas
com efeitos na saúde importantes”, afirmou o pesquisador da USP Paulo
Saldiva.
Quem compra um carro tem o poder de gerar mais ou menos
poluição. Para isso, vale muito a informação que aparece nesta etiqueta.
Ela informa quantos quilômetros se faz com um litro de álcool ou de
gasolina, na estrada ou na cidade. Quanto mais próximo da letra “A”,
mais eficiente é o carro. Menos poluição ele gera. E ainda sobra um
dinheirinho no bolso.
Mas no meio de tantos atrativos, fica
difícil prestar atenção no detalhe. Vale a pena reparar. Um carro
popular mil cilindradas letra “A”, que ande 40 quilômetros por dia,
consome até R$600 de combustível a menos que um carro do mesmo modelo,
letra “E”. Em cinco anos, essa economia pode corresponder a 8% do valor
do veículo.
Até o fim do ano, a etiqueta vai trazer mais uma
informação importante: as emissões de dióxido de carbono, um gás
altamente poluente que agrava o aquecimento global.
Para fazer a
medição, pesquisadores do Inmetro vão colocar os carros para rodar em
esteiras e simulam o desempenho na estrada e na cidade. Ao contrário de
outros países como Estados Unidos e Japão, a etiquetagem de veículos no
Brasil não é obrigatória.
Até o momento, as montadoras certificaram cento e cinco modelos diferentes de carros.
“É
importante citar o crescimento desse programa, que em quatro anos
cresceu em número de modelos 250%. O objetivo que nós queremos são
carros melhores no mercado e mais economia no bolso das pessoas”,
afirmou engenheiro do INMETRO Marco André Borges.
André Trigueiro
é jornalista com pós-graduação em Gestão Ambiental pela Coppe-UFRJ onde
hoje leciona a disciplina Geopolítica Ambiental, professor e criador do
curso de Jornalismo Ambiental da PUC-RJ, autor do livro Mundo
Sustentável – Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em Transformação,
coordenador editorial e um dos autores dos livros Meio Ambiente no
Século XXI, e Espiritismo e Ecologia, lançado na Bienal Internacional do
Livro, no Rio de Janeiro, pela Editora FEB, em 2009. É apresentador do
Jornal das Dez e editor-chefe do programa Cidades e Soluções, da Globo
News. É também comentarista da Rádio CBN e colaborador voluntário da
Rádio Rio de Janeiro.
Fonte: Mundo Sustentável.
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