da Agência Brasil
Responsável pela solução de conflitos fundiários no estado, o
Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (Iterj),
vinculado à Secretaria de Estado de Habitação, vai publicar a memória da
luta pela terra no território fluminense. O livro terá também registro
de imagens e depoimentos de lideranças comunitárias e personagens
importantes de assentamentos urbanos e rurais.
O projeto é fruto de uma parceria com o centro universitário Unisuam,
que ficará a cargo da editoração, da diagramação do projeto e da parte
audiovisual. A elaboração do texto, a captação das entrevistas, a
logística de locomoção e a pesquisa ficarão por conta do Iterj. O termo
de cooperação técnica será assinado amanhã (12) à tarde, no centro
cultural da instituição de ensino, em Bonsucesso, zona norte da capital.
A
presidenta do Iterj, Mayumi Sone, explicou que a publicação pretende
valorizar e reconhecer o processo de luta de vários cidadãos pelo
direito fundamental à moradia decente. “Uma comunidade não nasce por
acaso. Toda regularização fundiária, rural ou urbana, tem uma história,
cada local tem sua história. É importante levar esse conhecimento para a
população e para as comunidades que assentamos ou regularizamos,”
contou ela.
A presidenta do instituto adiantou que o trabalho de pesquisa, com
entrevistas, já começou, e que o projeto deve levar cerca de um ano para
ser concluído. A pesquisa começa a partir da criação do instituto, há
23 anos. As comunidades mais antigas da capital fluminense, como as do
Vidigal, da Rocinha, zona sul, e do Alemão, zona norte, onde a luta pela
terra começou na década de 1960, estarão contempladas no livro.
“Gostaríamos de incluir todos, mas não será possível, talvez em uma
segunda etapa. Estamos selecionando os que têm um histórico mais
antigo”, explicou.
Mayumi disse que, desde 2012, o estado tem concedido em média mais de
10 mil títulos de posse e propriedade. Cerca de 900 comunidades estão
no programa de regularização fundiária de interesse social Nossa Terra,
que garante a legalização da terra e da moradia para famílias de renda
mais baixa. Nos últimos quatro anos, o Iterj já entregou 22.955 títulos
e outros 63.580 processos encontram-se em fase de conclusão.
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