Ativista com máscara do ministro Edson Lobão faz leilão de energia sobre
pilha de carvão, combustível poluente que abastece termelétricas. Foto:
©Greenpeace
Em anúncio realizado hoje Ministério da Fazenda e Ministério de
Minas e Energia anunciam que consumidores pagarão parte das despesas do
setor elétrico.
A falta de chuvas e a possibilidade de racionamento de água e de
energia não são as únicas preocupações da população brasileira. Pelo
menos não deveriam ser diante do recente anúncio do governo de que a
conta de luz dos consumidores brasileiros vai aumentar. Devido aos
baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas e do funcionamento
constante das usinas termelétricas desde o inicio do ano, o governo
brasileiro já gastou R$ 12 bilhões para manter o fornecimento de energia
no país. E, para fechar essa conta, os consumidores de energia vão ter
que pagar parte das despesas.
Com essa decisão, a conta de luz deve subir a partir de 2015. O
governo vai autorizar um financiamento privado de R$ 8 bilhões que será
ressarcido com o aumento das tarifas. “Há muito tempo alertávamos que os
gastos exorbitantes com o combustível das termelétricas sobraria para o
consumidor”, afirma Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Clima e
Energia do Greenpeace Brasil, “ já que boa parte do parque termelétrico
foi construído para operar apenas em poucos meses do ano devido ao
custo do combustível queimado por elas que é caríssimo.”
Ainda para tentar equilibrar as contas e para evitar o risco de
‘apagão’, também foi anunciado hoje a realização de um leilão de energia
A-0 – para contratação de energia emergencial ou imediata, não havendo
necessidade de construir novas usinas – na tentativa de reduzir o preço
da eletricidade e o gasto das distribuidoras.
O governo vem pagando parte da conta das distribuidoras desde o ano
passado para evitar impactar o bolso do consumidor, no entanto, a conta
ficou tão elevada que decidiu socorre-las financeiramente. Em 2013, a
conta repassada ao Tesouro pelo setor elétrico foi de R$10 bilhões e
apenas em janeiro de 2014 alcançou R$1,2 bilhão.
A real solução para complementar as hidrelétricas no período seco do
ano e economizar água nos reservatórios são renováveis como eólicas,
solares e biomassa uma vez que o pico de geração dessas renováveis
acontece justamente nos meses secos que tanto prejudicam os
reservatórios das hidrelétricas.
“O governo deveria adotar daqui por diante um planejamento que não
onere o consumidor nem o meio ambiente para evitar que bilhões tenham
que ser desembolsados no futuro. Com os R$ 12 bilhões gastos pelo
Tesouro poderíamos ter construído 3500 MW permanentes de energia eólica
para o Brasil”, conclui Baitelo.
Fonte: Greenpeace.
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