da Agência Brasil
O Brasil ganha novo museu, com foco no frevo, ritmo pernambucano
agraciado em 2012, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco), com o título de Patrimônio Imaterial da
Humanidade. O Museu do Frevo foi inaugurado ontem (9), no Recife, na
data comemorativa do dia do ritmo, que completa 107 anos. O museu está
instalado no Paço do Frevo, na Praça do Arsenal.
A historiadora e assessora técnica da Secretaria Municipal de Cultura
do Recife, Carmem Lélis, destacou hoje (10), em entrevista à Agência Brasil,
que o Museu do Frevo transcende o Recife e Pernambuco, e passa a
pertencer ao Brasil. “Ele transcende porque o frevo é uma música
brasileira, assim como o choro, o samba, o forró. O frevo é uma
manifestação artística brasileira. Na verdade, é um sistema de
manifestações que envolve profundo nível de sociabilidade e de
cidadania”.
O projeto contou com apoio de R$ 3 milhões em recursos não
reembolsáveis do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), como resultado da parceria entre o banco, a Fundação Roberto
Marinho, a prefeitura do Recife, o governo do estado e outras
instituições públicas e privadas.
A pesquisadora informou que além da exposição de longa duração,
assinada pela cenógrafa Bia Lessa, o museu tem exposições temporárias,
de duração semestral. “Mas, além dessa parte museal, tem cursos de dança
e de música e oficinas de adereços, bem como um estúdio de gravação, um
programa de pesquisa e um centro de documentação, uma rádio online
e todo um processo e projeto de atendimento à comunidade, aos
praticantes do frevo e à sociedade de maneira geral”. Segundo a
historiadora, trata-se de um fator de inclusão e de reconhecimento da
diversidade cultural brasileira.
"O Paço do Frevo é singular, porque congrega no mesmo projeto a
preservação do patrimônio histórico material e imaterial. Além disso,
vai atrair visitantes para o centro histórico do Recife, contribuindo
para sua revitalização, e gerará receitas, por meio de venda de produtos
e do estúdio de gravação", acrescentou a chefe do Departamento de
Cultura, Entretenimento e Turismo do BNDES, Luciane Gorgulho. Para ela,
esse “é o exemplo de projeto de economia da cultura que o BNDES busca
apoiar”.
O imóvel que sedia o Paço do Frevo foi tombado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1998 e reformado
com recursos do BNDES, que investiu R$ 21,2 milhões, nos últimos 14
anos, em 18 projetos de preservação do patrimônio histórico,
arquitetônico e arqueológico de Pernambuco.
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