da Agência Brasil
A Rua da Carioca, uma das mais tradicionais da
cidade do Rio de Janeiro, com edificações que remontam ao Rio antigo, é
considerada, a partir de hoje (13), sítio cultural da capital
fluminense. Decreto nesse sentido foi assinado pelo prefeito Eduardo
Paes. Segundo o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, o novo local de
proteção do patrimônio teve nove imóveis tombados de forma definitiva,
entre os quais estabelecimentos comerciais históricos como A Guitarra de
Prata e o Bar Luiz, ambos fundados em 1887. O decreto criou também uma
nova categoria de patrimônio imaterial, que é a atividade econômica
notável.
O professor Carlos Vainer, do Instituto de Pesquisa e Planejamento
Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasil,
avaliou que, em princípio, a iniciativa da prefeitura é positiva, na
medida em que preserva atividades comerciais desempenhadas na Rua da
Carioca há muitas gerações. “A cidade não é feita apenas de edificações,
mas é feita de gente, de ocupações, de atividades que são abrigadas e
se relacionam com o entorno edificado. Esse ambiente construído é parte
de um conjunto de relações. Não adianta você preservar a edificação se
você mata as atividades, as ocupações, as relações que dão sentido
àquela edificação”, disse à Agência Brasil.
Para o presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade,
Washington Fajardo, o reconhecimento da Rua da Carioca como sítio
cultural reforçou muito o aspecto de valor cultural do local. “Nós
tombamos definitivamente, do ponto de vista do patrimônio arquitetônico,
toda a rua. E, além disso, sobre esse valor material, foi reconhecido
também o valor imaterial, reconhecendo alguns dos negócios que estavam
em uma situação de risco como atividades econômicas tradicionais e
notáveis”. Essa passa a ser, disse Fajardo, uma nova categoria de
patrimônio imaterial vigente na cidade do Rio de Janeiro.
O Opportunity, que adquiriu recentemente parte dos imóveis
localizados na Rua da Carioca, permanecerá na condição de proprietário,
mas não exercerá o controle exclusivo dos novos usos que possam ocorrer
ali. “Os possíveis novos usos deverão respeitar esse uso cultural
identificado. A decisão de novos usos passa a ser compartilhada entre o
interesse privado e o interesse coletivo”, ressaltou Fajardo. Como as
atividades de uso passam a ser reduzidas, o presidente do Instituto Rio
Patrimônio destacou que, em consequência, o valor imobiliário também se
reduz.
“O que a prefeitura espera é que esses valores de nova negociação de
aluguéis sejam levados em consideração”, disse. Ele explicou que, com
isso, a lógica do valor cultural passa a influir um pouco no valor de
mercado. “É um modo de preservar”, sustentou. De acordo com Fajardo, a
intenção da prefeitura é dar mais visibilidade a esses estabelecimentos e
usar outros instrumentos que ajudem os imóveis a sobreviver. Ele
destacou que os próprios comerciantes devem adotar estratégias, do ponto
de vista de marketing e de negócio, que valorizem esse aspecto cultural e aumentem a receita do local.
Procurado pela Agência Brasil, o Opportunity não se manifestou sobre o decreto até a hora do fechamento da matéria.
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