O
Furacão Sandy causou enorme devastação na América Central, no Caribe e
também nos Estados Unidos. Mas a mídia nativa, sempre tão colonizada, só
deu atenção para a tragédia no território estadunidense. A TV Globo,
com as suas longas matérias, até parecia uma sucursal de alguma poderosa
emissora ianque. Novamente, em mais este caso dramático, a mídia
brasileira demonstrou que não tem qualquer identidade com os povos
latino-americanos. Ele serve ao império, sente as suas dores e reproduz
as suas versões dos fatos.
Um balanço parcial indica
que o furacão Sandy, que virou uma tempestade nos EUA, causou ao menos
41 mortes em Nova Iorque e deixou milhares de pessoas desabrigadas.
Governo e corporações empresariais também já fazem cálculos sobre os
prejuízos econômicos, que devem superar os 50 bilhões de dólares – mais
de 101 bilhões de reais. Já na América Central e no Caribe, os danos são
bem maiores, devido principalmente à frágil estrutura dos países da
região – sempre saqueados e oprimidos pelo império do norte.
Segundo
relato da Adital, o furacão deixou 54 mortos no Haiti, 11 em Cuba, dois
nas Bahamas, dois na República Dominicana, um na Jamaica e um em Porto
Rico. A situação mais dramática é a do Haiti. “O ciclone aprofundou a
crise nesse país caribenho, que já contava com 400 mil pessoas sem
habitação desde o devastador terremoto de janeiro de 2010. Agregou à
lista mais 200 mil pessoas. Agora, o governo haitiano teme o aumento do
número das vítimas de cólera; no último mês, foram registrados 86 novos
casos”.
Na Jamaica, ele deixou dezenas de famílias sem
teto e causou prejuízos estimados em 16,5 milhões de dólares, segundo
informou a primeira-ministra do país, Portia Simpson Miller. Em Cuba, a
tormenta matou 11 pessoas em Santiago de Cuba e nas províncias de
Guantánamo. Cerca de 5 mil edifícios foram parcialmente destruídos e 30
mil cubanos ficaram sem teto. Na República Dominicana, mais de 18 mil
pessoas tiveram que ser evacuadas e cerca de 3.500 casas foram
destruídas.
A mídia colonizada simplesmente “esqueceu”
destas vítimas. Como observa o jornalista João Paulo Charleaux,
“enquanto o furacão Sandy matava 69 pessoas na América Central e no
Caribe, pouco se via sobre ele nos jornais daqui. Bastou a ventania
entrar nos radares americanos para entrar, também, na pauta da imprensa
brasileira com força total. Agora, escoado o aguaceiro, resta, além das
mortes, a ideia de que ainda falta ao jornalismo internacional
brasileiro criar sua própria agenda, em vez de comprar a dos
outros”.
Charleaux trabalhou durante oito anos na Cruz
Vermelha Internacional e já cobriu catástrofes para vários veículos. Ele
lembra que “nas redações, a piada mais comum é a de que um americano
assustado equivale a uns 40 centro- americanos mortos ou uns 50 corpos
africanos e por aí vai”. De fato, para a mídia colonizada pouco importa o
sofrimento dos povos que sempre foram explorados e oprimidos pelo
império e que hoje lutam por sua libertação. A mídia servil chora pelo
império!
Fonte: Brasil de fato
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