Cada vez mais comum, o infarto acomete mulheres em todo o mundo. Os
principais motivos estão relacionados ao estilo de vida inadequado. E,
na maioria das vezes, os sintomas são diferentes dos sintomas típicos do
homem.
De acordo com o cardiologista do Grupo Hospitalar
Conceição (GHC), vinculado ao Ministério da Saúde, e presidente da
Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul, Justo Antero Leivas, no
Brasil, a cada três mortes em mulheres, uma está relacionada ao infarto.
“As mulheres podem apresentar falta de ar e buscam a emergência achando
que pode ser outra coisa, mas quando é atendida recebe o diagnóstico de
infarto”, explica.
Segundo Leivas, o atendimento precoce é
fundamental e as mulheres não devem esperar o aparecimento de qualquer
sintoma, como dores no peito, falta de ar e náuseas. “O sucesso do
tratamento do infarto está relacionado a isso, ou seja, reabrir a
artéria que está obstruída. Uma frase que usamos na medicina: tempo é
miocárdio, tempo é músculo. Isso significa que na medida que perdemos na
atitude, perderemos uma quantidade do músculo do coração para fazer a
sua função”, ressalta o cardiologista. Caso a mulher tenha algum
sintoma, ela deve pedir ajuda às pessoas próximas e ligar para o Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) – pelo número 192. O
profissional de saúde irá avaliar o caso e realizar os primeiros
procedimentos.
Mito na Internet – Circula na Internet um boato
dizendo que se a pessoa tomar dois copos de água antes do repouso à
noite reduz a incidência de infarto. Conforme o cardiologista Leivas,
isso não é verdade. “A hidratação é recomendada, mas o fato de ingerir
água antes de deitar não muda o curso de uma doença cardiovascular”,
desvenda.
Com a idade avançada, a mulher perde um pouco o fator de
proteção dos hormônios e a chance de desenvolver um infarto é maior
quando entra na fase da menopausa. O cardiologista destaca que
atualmente há uma antecipação devido aos maus hábitos. “Os infartos
costumavam ocorrer em uma fase adiantada da vida, mas isso está se
antecipando no mundo, pois hoje em dia, as mulheres fumam mais, não
praticam atividades físicas e se alimentam mal. Hábitos que levam à
obesidade, diabetes e hipertensão – doenças mais propensas a levar ao
infarto”, afirma.
O stress, segundo ele, também é um dos fatores
que contribuem para aumentar a incidência de casos, pois tem muita
ligação com o sistema cardiovascular. A recomendação é que as pessoas
dediquem parte do seu tempo a momentos de descontração e lazer. “A
questão que se discute hoje é mobilizar a população de que o infarto
pode ocorrer em qualquer pessoa. A única maneira é mudar os hábitos do
cotidiano e o item principal é a prevenção”, conclui Justo Leivas.
Fonte: Blog da Saúde.
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