Inventar com a Diferença trabalha com o audiovisual a temática dos direitos humanos com 5.400 alunos do Brasil
Luz, câmera e… educação. O cinema passou a fazer parte da rotina
escolar de aproximadamente 5.400 alunos do ensino fundamental e médio de
todo o país. Com atividades que trabalham a temática dos direitos
humanos a partir dos recursos audiovisuais, o projeto Inventar com a Diferença,
promovido pela UFF (Universidade Federal Fluminense) em parceria com a
Secretaria Nacional dos Direitos Humanos da Presidência da República,
capacita educadores de escolas públicas para trabalhar com vídeo na sala
de aula e oferece ferramentas para os próprios alunos produzirem seus
conteúdos.
O projeto começou a ser desenvolvido em janeiro deste ano. Durante os
meses de janeiro e fevereiro, cerca de 500 professores participaram de
uma capacitação. Guiados por mediadores regionais, eles aprenderam
noções de audiovisual e receberam o material de apoio
do Inventar com a Diferença, que traz propostas de exercícios para
serem trabalhados nas oficinas, DVDs com trechos de filmes e dicas de
sites com informações complementares e exemplos de exercícios. Após esse
processo, em março começaram a ser realizadas as primeiras oficinas nas
escolas.
“O cinema é uma ferramenta potente para os direitos humanos porque
ele pode dar visibilidade para grupos e sujeitos que não seriam
retratados em outros lugares”, contou Isaac Pipano, professor da UFF e
um dos idealizadores do projeto. Segundo ele, a partir de elementos do
audiovisual, é possível trabalhar com os estudantes formas de olhar para
o outro, respeitando as suas singularidades. “É nesse lugar da
diferença que a gente vê a possiblidade de valorizar os direitos
humanos”, pontuou, ao fazer menção ao nome da iniciativa.
As atividades são desenvolvidas pelos estudantes a partir de pequenos
exercícios, que, segundo Pipano, ajudam a desencadear processos de
aproximação com o outro. Em um dos primeiros exercícios, os alunos
precisam fazer um vídeo de um minuto em um plano fixo, captando o espaço
a sua frente de forma semelhante às imagens feitas pelos Irmãos Lumièr,
consideradas o marco inicial da história cinema. Em outras atividades,
por exemplo, eles são estimulados a filmar pessoas desconhecidas com o
objetivo de se aproximar do outro. De acordo com Pipano, o
desenvolvimento dessas atividades ajuda os alunos a aumentarem a sua
percepção do ambiente escolar. “O modo como eu percebo os espaços são
formas de criar outros mundos.”
Para José Augusto Ribeiro, mediador do projeto na cidade de Bauru,
muitos professores já possuem o hábito de passar filmes na sala de aula
para trabalhar alguns conteúdos curriculares. No entanto, eles ainda não
oferecem a possiblidade de os estudantes vivenciarem o outro lado do
cinema, podendo desenvolver atividades práticas. “Apesar de os
professores utilizarem o cinema como uma ferramenta pedagógica, eles
ainda não têm o conhecimento de todos os recursos que podem utilizar”,
afirmou.
Mais do que possuir uma câmera, um microfone ou um computador, o
essencial para que o projeto aconteça é o engajamento de professores e
alunos. Segundo Pipano, dentro desse contexto, o educador não deve
trabalhar como aquele que leva o conhecimento, mas como aquele que
propõe formas para os alunos refletirem. “É possível que a gente crie
condições de igualdade para que os alunos e professores possam chegar ao
conhecimento juntos”, contou Pipano, ao afirmar que o audiovisual
oferece a possiblidades para ambos descobrirem juntos.
Na escola estadual Iracema de Castro Amarante, 34 alunos da oitava
série estão participando do projeto. Segundo o professor de geografia
Adalberto Caracho, a experiência tem motivado os estudantes. “Eu percebo
que eles estão cada vez mais empolgados e o projeto traz resultados
positivos”, contou, ao afirmar que os alunos já estavam acostumados a
utilizar a câmera de seus aparelhos celulares, porém ainda não tinham
tido a oportunidade de criar com equipamentos diferenciados.
O interesse do professor em participar do projeto surgiu por conta do
seu envolvimento com o audiovisual. Além de dar aulas de geografia para
turmas do ensino fundamental, ele também ministra aulas de fotografia
fora da escola. “Sempre tive interesse por cinema e já costumava passar
filmes para os alunos durante as minhas aulas para trabalhar conceitos
da matéria, porém nunca tinha desenvolvido nenhuma atividade que os
próprio alunos pudessem produzir”, contou. Segundo ele, ao trabalhar
audiovisual com os alunos também é possível aumentar a percepção do
espaço geográfico.
Fonte: O Porvir.
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