Agência Internacional de Energia afirma que o mundo já gasta tanto
em medidas de eficiência quanto em geração elétrica por fontes
renováveis e combustíveis fósseis.
Entre 2005 e 2010, iniciativas como padrões de consumo de
eletricidade em prédios públicos, selos em aparelhos eletrônicos e
melhorias em redes de transmissão resultaram na economia de US$ 420
bilhões que seriam gastos em petróleo por apenas 11 países.
Essa é uma das informações que apresenta o primeiro relatório Mercado de Eficiência Energética, da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado nesta quarta-feira (16).
Segundo o documento, foram gastos mais de US$ 300 bilhões em 2011 em
eficiência energética, o que a AIE classifica como uma quantia
semelhante ao que é investido anualmente na geração de eletricidade por
renováveis ou fósseis.
“Eficiência
energética tem sido chamada de ‘combustível invísivel’, mas está na
realidade em plena vista. O investimento global em eficiência e a
economia resultante dele são tão imensos que nos obrigam a perguntar: a
eficiência energética é mesmo somente o combustível invísivel ou seria
na verdade o principal combustível do planeta?”, afirmou Maria van der
Hoeven, diretora executiva da AIE.
O relatório é centrado nos impactos de medidas de eficiência em 11
países desenvolvidos: Alemanha, Austrália, Dinamarca, Estados Unidos,
Finlândia, França, Holanda, Itália, Japão, Suécia e Reino Unido.
Desde a década de 1970, quando essas ações ganharam força devido a
crise de petróleo, tecnologias de eficiência energética teriam evitado o
consumo de 32 bilhões de barris.
Com a evolução dessas tecnologias, em 2010 a eficiência energética
teria evitado o consumo de 63 exajoules (EJ), enquanto o petróleo
forneceu 43 EJ e o gás natural e eletricidade cerca de 22 EJ cada.
O Japão aparece como o líder mundial em eficiência. Os consumidores
japoneses economizam anualmente mais de US$ 3 bilhões graças à
iluminação, veículos e equipamentos especialmente projetados para
funcionarem com o mínimo de energia.
Nos Estados Unidos, as geradoras e distribuidoras vem aumentando seus
programas de relacionamento e conscientização dos consumidores, em 2000
foram US$ 1 bilhão investidos, valor que saltou para US$ 7 bilhões em
2011.
“O mais limpo megawatt-hora será sempre aquele que nunca utilizamos, e
o mais seguro barril de petróleo aquele que nunca queimamos”, destacou
van der Hoeven.
A AIE afirmou estar agora trabalhando para ajudar os países a
entenderam os benefícios de medidas de eficiência energética. O
relatório aponta que existem ganhos em termos de criação de postos de
trabalho, de diminuição dos preços nas contas, na competitividade
empresarial e até na saúde pública.
“Oportunidades em eficiência formam uma constelação interligada – há
ganhos para serem conseguidos em transportes, indústria, construção
civil etc. Estamos apenas começando a compreender o quanto podemos
lucrar com mais inteligência no uso da energia”, concluiu a diretora
executiva da AIE.
Fonte: Carbono Brasil.
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