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Saber se expressar oralmente, nas mais variadas situações que surgem
na vida cotidiana, é um competência fundamental para qualquer cidadão.
Dominá-la, no entanto, não é tarefa fácil. Isso é o que afirma o
consultor de comunicação Renato Mindus. Foi a partir dessa observação e
analisando tal deficiência encontrada em muitos estudantes brasileiros
que Mindus resolveu criar a Frontline Academy, um projeto que busca estimular a prática de debates entre alunos da educação básica.
Com a recém criada “escola de debates”, o consultor pretende
oferecer, por meio de tutoriais, videoaulas e ferramentas de interação
on-line, um portal aberto com orientações sobre como desenvolver
atividades de debate dentro da sala de aula. Por enquanto, estão
disponíveis os procedimentos detalhados sobre como implantar de forma
sistematizada esse tipo de discussão, chats de discussão em tempo real e
link para acesso ao Meevs, uma plataforma de debates on-line. Os vídeos
estarão disponibilizados a partir de janeiro do ano que vem. Também
está nos planos da Frontline, realizar, de forma gratuita, treinamentos
para educadores que têm interesse em implantar a prática dos debates
entre seus alunos. Para os workshosps, serão cobrados apenas despesas de
locomoção.
Toda a metodologia adotada pela Frontline Academy foi desenvolvida a
partir de referencias norte-americanas, europeias e asiáticas.
Baseando-se nas orientações desses países, onde os debates acadêmicos
são mais populares, Mindus conseguiu simplificar a formato da atividade
para ser melhor assimilada no Brasil. Assim, o usuário interessado no
assunto poderá conferir dois estágios propostos para a implantação do
debate no ambiente escolar.
O primeiro é uma espécie de fase de preparação do estudante. Nesse
estágio inicial, a ideia é estimular o aluno a aprender a falar em
público. Para tanto, os estudantes são incentivados a exporem de forma
geral suas opiniões sobre determinados temas. Depois, os alunos são
incentivados a defenderem suas ideias, mas agora por meio da exposição
clara de argumentos. Ou seja, eles deixam de simplesmente opinar e
passam a refletir sobre a construção da sua opinião. Dessa forma, eles
são incitados a justificarem mais a colocação dos seus argumentos e
ainda a pensarem sobre aspectos que fortalecem e enfraquecem a sua tese.
Em seguida, numa segunda fase de debates, a ideia é deixar os alunos
se colocarem de forma mais autônoma. Para isso, é preciso que outros
critérios de coesão e articulação de argumentos sejam trabalhados antes
da discussão. Estratégias de convencimento, de exposição do raciocínio e
discordância serão observadas durante o debate a ser comandado pelos
próprios estudantes. Para trabalhar o desenvolvimento da habilidade de
convencimento, por exemplo, os professores vão ensinar aos alunos o uso
de expressões adequadas para expressar opinião, certezas e suposições.
Além disso, eles serão orientados sobre como melhor definir o
encadeamento de ideias e de que maneira deve ser enfatizada cada uma
delas durante o discurso.
Nesse segundo estágio, competições em grupos de estudantes farão mais
sentido. A “batalha”, no entanto, deve estar sempre baseada em
princípios de solidariedade. “Não devem existir vencedores ou
perdedores. Ao final, a ideia é que todos aprendam com todos e que o
grupo saia vitorioso”, fala Mindus.
Segundo o consultor, a inclusão desse tipo de atividade nas escolas
brasileiras pode melhorar “como um todo” o aprendizado dos alunos.
“Buscamos com o projeto, estimular ainda mais o interesse dos alunos
pelo estudo, motivá-los a ir atrás do conhecimento e incentivá-los a
exporem suas opiniões por meio das discussões geradas no debate. Além
disso, queremos, com a atividade, aproximar de forma mais interativa o
professor do aluno”, explica o consultor.
Para Mindus, o debate tem o poder de “descobrir a voz” do estudante.
“Existem muitos alunos tímidos ou estudantes que não sabem se comunicar
muito bem. Falta uma melhor articulação da fala e clareza na
argumentação”. Será com as atividades de preparação para o debate que o
aluno poderá desenvolver suas próprias ideias e defendê-las diante de
seus colegas, diz Mindus. “Implantar o debate acadêmico dentro da sala
de aula permite aos estudantes se aprofundarem nos conteúdos escolares
de forma mais interessante. Além disso, ele ainda estimula o
cooperativismo, a troca de conhecimento e o desenvolvimento do
vocabulário e da leitura”.
Fonte: o porvir
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