Enquanto a COP-19 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do
Clima) chega ao fim em Varsóvia e não se vê compromisso por parte dos
países para que se definam metas ambiciosas que possam mitigar as
mudanças climáticas, o jornal Climatic Change
publicou a pesquisa “Rastreando as emissões de CO2 e de metano dos
produtores de cimento e dos combustíveis fósseis (1854-2010)”. (clique aqui para ler em inglês)
O cientista Richard Heede pesquisou a acumulação histórica das
emissões de carbono dos 90 maiores emissores, entre eles empresas
multinacionais e estatais de petróleo, carvão, gás natural e cimento.
Ele descobriu que o principal responsável pelas mudanças climáticas não
são as atuais emissões, mas o que foi acumulado desde a Revolução
Industrial.
Desde 1864, as 90 empresas emitiram 914 bilhões de toneladas de CO2 e
de metano, o equivalente a 63% das emissões industriais em todo o
mundo. Apesar de ter se industrializado muito mais recentemente que os
países europeus, o Brasil figura na lista. A estatal Petrobras aparece
entre os 30 maiores vilões do clima sendo responsável por 6 Gton
(gigatoneladas) de emissões.
As empresas de óleo e gás são o grupo que mais emitiram sendo
responsáveis por nada menos que 77,5% de todas as emissões acumuladas e
formam um verdadeiro “Clube do Carbono”. Além dessa notícia ruim, há uma
ainda pior: como se não bastassem todas as emissões acumuladas
historicamente, as grandes petrolíferas são ambiciosas e pretendem
perfurar em fronteiras inóspitas.
É o caso da anglo-holandesa Shell e da russa Gazprom que juntas já
emitiram 4% do total global. Ambas pretendem explorar petróleo no frágil
ecossistema Ártico mesmo que não possuam tecnologia para isso e sabendo
que se houver um acidente na região, as consequências podem ser
irreversíveis. Foi para proteger o Ártico que 28 ativistas e 2
jornalistas foram presos na Rússia após protesto pacífico em plataforma
da Gazprom.
Desde de 18 de setembro, eles foram detidos pela guarda costeira
russa e estão sendo acusados de pirataria e de vandalismo. Esta semana
Colin Russell teve sua prisão estendida por mais três meses e 29 foram
liberados após pagamento de fiança. “Eles aguardam os julgamentos em
liberdade, mas ainda precisamos que as acusações sejam retiradas”,
afirmou Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional.
Fonte: Greenpeace.org.br
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