A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) promoveu hoje o
primeiro leilão de energia no qual empreendimentos de energia solar
foram incluídos. O que poderia significar um avanço para a fonte que
mais tem potencial para crescer no país até 2050, no entanto apenas
reforçou a necessidade que a energia solar tem de receber incentivos
para que consiga se consolidar na matriz energética.
“A excelente decisão do governo de ter permitido pela primeira vez a
entrada da energia solar na competição foi neutralizada com o
inexplicavelmente baixo preço-teto por MWh. Isso inviabilizou totalmente
a competitividade dos projetos inscritos”, afirmou Ricardo Baitelo,
coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
Ainda que o resultado do leilão tenha sido positivo para a fonte
eólica e para o desenvolvimento de sua indústria, o mesmo não pode ser
dito para as outras fontes. Também participaram do leilão as fontes
eólica, hidrelétricas e termelétricas a biomassa e gás natural sendo que
no total, foram contratados 876,6 MW apenas para energia eólica.
Para a energia solar, foram inscritos 3 mil MW em projetos
interessados, mas que não saíram do papel devido ao baixo preço. O
Brasil tem um potencial enorme em termos de radiação solar, mas ainda
não consegue aproveitá-lo por falta de coordenação, direcionamento dos
incentivos e ações coordenadas e claras do governo que poderiam
impulsionar seu desenvolvimento.
Ao contrário do que acontecia no passado, os preços para as energias
renováveis – em especial a solar fotovoltaica e eólica – são cada vez
mais competitivos no mercado e ainda utilizam recursos locais e criam
mais empregos. Segundo A EPE (Empresa de Pesquisa Energética), em 2012, o
MWh de energia solar custava entre R$300 e R$400, enquanto que outras
projeções dão conta de preços na faixa de R$180 nos próximos 5 anos.
“A iniciativa do governo foi confusa. Se o governo quer abrir caminho
para o desenvolvimento da fonte no país, porque deu um sinal contrário e
colocou um preço que não apenas é inviável para energia solar como para
boa parte das demais fontes?”, afirmou Baitelo. “O crescimento da
energia solar só é possível a partir da sinalização do Brasil de que
quer desenvolver essa indústria e este sinal não foi dado neste leilão.”
Fonte: Greenpeace.org.br
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