Durante JMJ, Pastoral da Juventude (PJ) fez passeata para pedir por
direitos sociais dos jovens. Bandeira do desmatamento zero também estava
la. Foto: Greenpeace/Rafael Daguerre
Foi
apenas uma semana. Mas tempo suficiente para que milhares de católicos
conhecessem – e apoiassem – o movimento pelo Desmatamento Zero. A
presença do Greenpeace na Jornada Mundial da Juventude rendeu muita
conversa, debates e mostrou como uma grande quantidade de religiosos
carrega na veia a causa socioambiental.
Um deles chama-se Thiesco Crisóstomo. Militando há anos na Pastoral
da Juventude, da qual hoje é secretário nacional, Thiesco é natural do
Piauí, mas tem suas raízes na Amazônia. Na década de 80, quando os
tratores começavam a avançar sobre a região, ele mudou-se, ainda
pequeno, para Marabá, no Pará, cidade encravada numa das regiões mais
afetadas pelo desmatamento e por conflitos de terra.
“Vivo na Amazônia, mas você não consegue visualizar a floresta ali:
ela foi extremamente reduzida. É uma região que já foi riquíssima em
recursos naturais, e hoje é muito pobre em termos sociais”, diz ele. “O
desmatamento zero é muito relevante, para preservar os pequenos espaços
de floresta que restaram, e para que o agronegócio não continue
avançando sobre esses locais”.
Militante de berço, Thiesco ajudou a introduzir pautas
socioambientais na programação da JMJ, e foi um dos organizadores da
Marcha Mundial das Juventudes, que na última sexta-feira arrastou
centenas de jovens pelas ruas de Copacabana. Com o tema "Chega de
violência e extermínio de jovens", eles pediram justiça social e
respeito à juventude, principalmente a das periferias.
“É muito importante que os jovens se engajem nessas lutas. O
dinamismo da juventude pode gerar uma força de mudanças estruturantes”,
aposta ele. “Somos um potencial enorme se conseguirmos nos organizar e
pensar pautas coletivas. Na medida em que a gente vai ‘se ajuntando’,
como se diz lá no norte, vamos formando uma grande força para uma nova
sociedade”.
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