Marcelo Barros
Monge beneditino e escritor
Para os habitantes de Goiânia e mesmo para todos os
brasileiros, deve ter um significado importante o fato do aniversário de
Goiânia coincidir com o mesmo dia da fundação da ONU. Em 24 de outubro de 1933,
Pedro Ludovico lançou a pedra fundamental de Goiânia que logo se tornou
metrópole, ponto de encontro e convergência para quem vem dos quatro pontos do
Brasil. No 24 de outubro de 1945, o mundo ainda fragilizado pelas feridas da
guerra que mal acabara, viu nascer a Organização das Nações Unidas (ONU) para
velar pela paz entre os povos e pela justiça entre as nações. De lá para cá, a
ONU instituiu diversos organismos internacionais para ajudá-la em sua função e
hoje reúne 193 países membros, além de diversos organismos internacionais que
têm representação na Assembleia Geral. Atualmente, todos concordam que a ONU
parece desprestigiada e carente de uma profunda reforma, principalmente depois
que o governo dos Estados Unidos assumiu abertamente que não obedece a leis
internacionais e invade países frágeis, de acordo apenas com seus interesses
econômicos e militares.
Desde a década de 80, organizações civis da Europa
criaram uma "ONU dos Povos”. Era uma iniciativa que não queria se contrapor ou
substituir a Organização das Nações Unidas, mas assessorá-la em sua função
internacionalista a serviço da paz e da justiça. No começo desse século, o
processo dos diversos fóruns sociais criou efetivamente o que o próprio
secretário geral da ONU chamou de "protagonismo da sociedade civil
internacional como sujeito político”. Cada vez mais a humanidade toma
consciência de que a política, diferentemente da politicagem, é uma atividade
nobre e diz respeito ao bem comum.
Tornou-se, também, mais claro que quanto mais nos
sentimos filhos e filhas de nossa cidade, região e país, mais podemos ser, ao
mesmo tempo, cidadãos e cidadãs do mundo inteiro, sem fronteiras e sem
nacionalismos. Essa consciência nova de mundialidadeé o que nos faz sofrer e chorar com a dor de todas as vítimas de opressão e de
guerras e colaborar para uma organização nova e que integre todas as pessoas da
terra em uma só família humana e com a consciência de ser membros da grande
comunidade da vida.
Na Europa, economistas e cientistas sociais lançam
manifestos contra os dogmas da ditadura do mercado e do individualismo desumano
da sociedade neoliberal e seus pressupostos. No mundo inteiro, cresce o
movimento para que a ONU declare ilegal a pobreza. Ela é injusta e provocada
por um sistema político e econômico que cria desemprego, desequilíbrio social,
por visar apenas o lucro fácil e desordenado. O cientista social português
Boaventura de Sousa Santos chega a afirmar que "na América Latina está surgindo
uma forma nova de integração continental que é o caminho para um novo
socialismo para o século XXI”. Ele se refere ao bolivarianismo que emerge em
Venezuela, Equador e Bolívia, além de dar sinais de emergência em vários outros
países.
Igrejas e tradições espirituais têm aprendido que a
espiritualidade é se deixar conduzir pelo Espírito e é um caminho de amor solidário.
Não pode dividir a dimensão interior de cada pessoa e o aspecto social. Por
isso quem busca uma espiritualidade mais profunda é chamado a colaborar com
essa integração mundial e de paz. Dom Pedro Casaldáliga afirmava: "Quem diz
amor e justiça, diz Deus”. Oxalá que todas as pessoas que dizem Deus estejam
sim afirmando justiça e amor.
Fonte: Adital
CEPRO – Um
Projeto de Cidadania, Educação e Cultura em Rio das Ostras.
Alameda Casimiro de Abreu, 292, Bairro Nova
Esperança - centro
Rio das Ostras
Tel.: (22)
2760-6238 e Cel.:(22)9966-9436
E-mail: cepro.rj@gmail.com
Comunidade no
Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=55263085Twitter: http://www.twitter.com/CEPRO_RJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário