Artistas do grupo de teatro de rua francês Les
Souffleurs abriram extraoficialmente hoje (5) o Festival Internacional
de Artes Cênicas (O Tempo_Festival das Artes). Há dois meses no Brasil
“trabalhando” o idioma português, o grupo recitou poesias no Largo da
Carioca, no centro da cidade. Repetirão a performance na Central do
Brasil e, no domingo (7), nas praias de Copacabana e Ipanema.
Oficialmente, o festival será aberto na noite de hoje, às 21 horas, no Espaço Sergio Porto, no Humaitá, com a peça Eu Não Sou Bonita,
com a renomada artista catalã Angélica Liddell. O trio de diretores e
curadores do festival é formado por Márcia Dias, Bia Junqueira e Cesar
Augusto.
Esta é a terceira edição do evento. O foco deste ano é a cena
holandesa. “O festival tem uma característica. Todo ano faz um recorte
de um país, um estado e de uma cidade. O objetivo do recorte é que a
gente possa trazer mais de um artista, grupo ou companhia de um país ou
uma cidade, para que possa conhecer melhor a cena daquele lugar,” disse
Márcia Dias. Nas edições anteriores, foram abordadas as artes cênicas do
Chile (2010) e da Argentina, no ano passado.
Até o dia 14 deste mês, o público poderá conferir 20 atrações, com mais
de 200 artistas nacionais e estrangeiros, englobando sete produções
internacionais e seis brasileiras. O Tempo_Festival das Artes não se
resume a peças teatrais. “É um festival internacional de artes cênicas,
mas que tem diálogo com todas as artes. Ele não se limita ao teatro.”
Haverá espetáculos de música, poesia, dança, flashmob
(mobilizações-relâmpago de um grupo de pessoas em local público para
realização de uma ação previamente organizada). “Ele [festival] é bem
híbrido, porque é essa relação com a cena que nos interessa. O festival
já tem uma característica de se realizar em tempos distintos:
pensamentos, processos. A gente não é um festival de mostra. A gente não
faz um festival que pretende só mostrar um espetáculo”, acrescentou
Márcia Dias.
Um dos destaques do evento é a estreia da versão integral da peça Noites Brancas,
inspirada no conto do escritor russo Fiódor Dostoiévski, com direção do
belga radicado no Brasil, Thierry Trémouroux. A montagem será
apresentada na sede da Companhia dos Atores, na Lapa, com temporada até o
dia 29.
A programação prevê ainda performances e oficinas em palcos e espaços
ao ar livre, com entrada gratuita. No Espaço Sesc, estão agendadas
leituras dramatizadas de autores holandeses, nos dias 9 e 10. No mesmo
local, videodanças do Festival Cinedans serão exibidas de graça nos dias
13 e 14.
No site do
festival, são mostradas todas as etapas do processo de desenvolvimento
dos espetáculos, da criação até a apresentação ao público.
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