Meus netos, como sempre, estão passando as férias na minha casa em
Florianópolis. Eles estão acostumados com “lições” sobre conservação da
natureza e o uso adequado dos recursos naturais. Seus pais são
engenheiros florestais e, Marc e eu, somos ambientalistas profissionais.
Sempre os levamos para ver Parques Nacionais, no Brasil e no Peru, para
admirar grandes animais como baleias, tamanduás, ou acompanhar
acontecimentos como, por exemplo, os dos papagaios charões.
Eles amam os cachorros que têm, bem como o gato, mas sabem, pois
sempre explicamos as diferenças de animais silvestres e domésticos.
Lembro-me a primeira vez que fiz meu neto, então com quatro anos,
combater uma espécie invasora: os caramujos africanos. Como é difícil
ensinar que não há que matar animais silvestres, não há que abater
árvores e, ao contrário, que devemos amar a natureza e depois ter de
capturar e matar uma espécie invasora e, portanto, perigosa para o meio
ambiente. Não sei como funciona isto na cabeça de uma criança pequena,
mas deve ser bem complicado de processar. Sobre o assunto, publiquei a
coluna “A Chegada dos Netos“.
Realidade versus Eletrônicos
Como é difícil ensinar os pequerruchos. Porém, mais difícil é tentar
ensiná-los hoje, com tudo o que eles têm disponível nos aparelhos que
nós mesmos presenteamos nos natais da vida: ipods, computadores,
smartphones, tablets e o que mais chegar de novidades tecnológicas.
Quando os convidei a última vez para um passeio meu neto perguntou: “O
que vamos fazer?”, e respondi que iríamos visitar um Parque Nacional de
paisagens espetaculares. Ele protestou: “Só ver paisagens? Eu as tenho
na internet. Vocês são uns ultrapassados, pois tudo está na internet
sobre este Parque Nacional”. Durma-se com uma destas!
Parabenizo as nossas pobres educadoras ambientais e chego à evidente
conclusão que ensinar crianças sobre as medidas corretas e equitativas
de como tratar a natureza e seus recursos é coisa de profissionais
capacitados para tal. O que continua a me preocupar é: Naquele que é, a
meu ver, o assunto mais importante de todos, quem está capacitando
nossas professoras ou professores, se no Brasil ainda não existe
formação profissional específica para este assunto?
Leia a segunda parte da matéria no link original.
Maria Tereza Jorge Pádua é engenheira
agrônoma, presidente da Associação O Eco, membro do Conselho da Fundação
Grupo Boticário de Proteção à Natureza e da comissão mundial de Parques
Nacionais da UICN.
Fonte:Mercado Ético.
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