A Abong promoveu, em 25 e 26 de fevereiro, o Seminário Internacional
Governança e Solidariedade Global: o lugar da Sociedade Civil, que teve
por objetivo debater os espaços de governança da sociedade civil em
âmbito internacional. A mesa de abertura contou com a participação de
Sérgio Haddad, do Grupo de Apoio ao Processo do Fórum Social Mundial –
GRAP. Ele falou sobre a formação do campo de atuação das Organizações
Não Governamentais no Brasil e no mundo, bem como da experiência das
organizações da sociedade civil e movimentos sociais do Brasil em
espaços internacionais.
Grande parte das organizações da sociedade civil começou a ser
formada nos anos 1970, período de mudanças, revoluções, golpes de estado
e processos que alteraram profundamente o cenário internacional. Após a
Segunda Guerra Mundial, a Europa estava aberta para ampliar sua
presença em outras regiões. Em contrapartida, na América Latina
vigoravam políticas ditatoriais, fechando-a politicamente. Essa
conjuntura redefiniu uma nova forma de relação entre os países do Norte e
do Sul, e por meio das agências de cooperação iniciou-se um longo
processo de apoio aos processos de democratização e participação
popular, com base na solidariedade global.
No Brasil, a forte presença da Igreja Católica, sobretudo através das
comunidades de base e da teologia da libertação, impulsionou a criação
de organizações pelas iniciativas da sociedade civil e voltadas a
criação de nova cidadania. Para Haddad, a presença de pessoas ligadas à
Igreja também tiveram papel fundamental ao denunciar a violência e os
desrespeitos aos direitos humanos pelos agentes do Estado, ganhando
destaque e força de pressão internacional: “Dom Elder Câmara seja talvez
a figura mais importante nesse sentido”.
Redemocratização e virada do século
Na década de 80, o brasileiro pôde voltar a eleger seus
representantes. As organizações da sociedade civil ganharam outro peso,
debatendo e combatendo outras formas de opressão. Elas seguem em
crescimento até a década de 90, financiadas por projetos da cooperação
internacional. Entretanto, uma série de fatores transforma a conjuntura
internacional: A queda do muro de Berlim; o fim da URSS com todas as
consequências de movimentos democráticos na Europa e Ásia central; o fim
do apartheid na África do Sul; o regime democrático no Camboja
em 93; a liberação econômica da Índia em 91; e as manifestações na
China de 89. Para Haddad, esses movimentos apresentam uma “tendência de
democratização por um lado e também um momento em que a voz da sociedade
se faz mais presente”.
O século XX foi inaugurado com uma crise econômica global, gerada
pelas especulações do mercado financeiro. Uma nova ordem mundial tem se
desenvolvido desde então: a China se torna a segunda economia no mundo; a
crise de 2008 leva a uma situação de decadência do modelo de bem estar
social, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, com diversas
políticas sociais abandonadas em prol dos agentes financeiros.
Hoje
Nesse contexto, diferentes organismos passam a produzir pesquisas
para compreender as mudanças em curso e seus impactos no campo de
atuação das Organizações não governamentais (ONG). Com a emergência das
Revoluções no mundo Árabe e de mobilizações de movimentos organizados de
forma autônoma por pessoas e entidades da sociedade civil, torna-se
fundamental a reflexão sobre seus impactos na construção de caminhos
alternativos ao sistema vigente.
Em sua conferência, Haddad apresentou duas delas. Lançada em 2012 por
um conjunto de seis ONGs (localizadas nos países:Tanzânia, África do
Sul, Índia, Inglaterra, Holanda e Uruguai), a pesquisa “Civil Society @ Crossroads / Shifts, Challenges, Options?”
faz uma leitura sobre o papel de organizações da sociedade civil e
movimentos sociais em diversos países. Como resultado, aponta-se algumas
tendências que permeiam os movimentos, como as novas tecnologias de
informação, aumento no fluxo de informação e na solidariedade global
entre os Cidadãos. Os protestos estudados refletem uma desconexão entre
as expectativas dos manifestantes e as políticas públicas vigentes, além
da visível e constante concentração de renda e poder.
Na sequência, Haddad apresentou resultados de um relatório divulgado
em janeiro de 2013 e idealizado durante o Fórum Econômico de Davos, que
traça algumas perspectivas para o futuro das Organizações Não
Governamentais. Construído a partir do conhecimento de 200 líderes da
sociedade civil, 80 especialistas e cinco oficinas de visões
estatísticas, o texto traz outro tipo de abordagem e discussão dos
“próximos passos” a serem dados tanto em nível local como
internacionalmente. Tais pesquisas auxiliam aqueles que trabalham em
conjunto com as organizações e no fomento à ação direta da população.
Fonte: Abong
CEPRO – Um Projeto de Cidadania, Educação e Cultura
em Rio das Ostras.
Alameda
Casimiro de Abreu , n° 292, 3º andar, sala 02 - Bairro Nova Esperança - centro
Rio das Ostras
Tel.: (22) 2771-8256/ Cel.:(22)9966-9436 e 9807-3974
E-mail: cepro.rj@gmail.com
Blog: http://cepro-rj.blogspot.com/
Comunidade no Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=55263085
Twitter: http://www.twitter.com/CEPRO_RJ
Rio das Ostras
Tel.: (22) 2771-8256/ Cel.:(22)9966-9436 e 9807-3974
E-mail: cepro.rj@gmail.com
Blog: http://cepro-rj.blogspot.com/
Comunidade no Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=55263085
Twitter: http://www.twitter.com/CEPRO_RJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário