quarta-feira, 27 de março de 2013

Síndrome de Down: inclusão em escolas depende de professores capacitados


No dia 21 de março, é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Criada em 2006, a data visa valorizar os portadores da síndrome além de conscientizar a sociedade sobre os direitos deles, para que sejam tratados de forma inclusiva. E uma das principais portas de inclusão dos portadores é o local que deveria ser o mais democrático e pluralista quanto possível: a escola.

A síndrome de Down, ou trissomia do 21, é uma condição geneticamente determinada, sendo a alteração de um cromossoma mais comum em humanos.

O número de estudantes especiais matriculados em escolas regulares saltou de 43,9 mil em 1998, para 558 mil, em 2011. Em instituições de ensino superior, segundo dados do Censo de 2009, há cerca de 465 alunos matriculados com algum tipo de deficiência intelectual – dos quais 62 estão em instituições federais.

Apesar do número significativo, a educação inclusiva segue ainda sendo um desafio no país, pois, embora a lei obrigue a matrícula de alunos com deficiências em todas as escolas, nem todas têm o preparo adequado para lidar com esses estudantes.

Formação

Especialista em educação especial, a professora Edicléa Mascarenhas defende que a formação para lidar com esses estudantes deve ser obrigatória na graduação, na pós-graduação e na educação continuada em todos os cursos de licenciatura.

“Há 20 anos, quase não tínhamos crianças com síndrome de Down terminando o ensino fundamental. Hoje, felizmente, elas vão muito além e temos que preparar também o professor. A inclusão é um direito e, felizmente, na Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência apontamos novamente a necessidade de que esses cursos sejam obrigatórios, mas sem dúvida as políticas têm avançado muito”, destacou à Agência Brasil.

Desde 2008, a Política Nacional de Educação Especial estabelece a garantia do acesso e permanência de estudantes com necessidades especiais em escolas públicas e privadas. Antes da idade escolar de 4 anos, o Ministério da Educação (MEC) prevê o atendimento educacional especializado para apoiar o desenvolvimento dos alunos.

Segundo ela, que também integra o Conselho Estadual para a Política de Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, a inclusão de crianças especiais nas classes comuns é necessária, mas pode haver casos de estudantes que necessitem de atendimento mais restritivo. “O projeto de inclusão não se esgota em estar ou não na classe comum. Por isso, a formação é tão importante, para que esta criança tenha o que é melhor para ela”.


Fonte: EcoD.


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