Novo relatório
do Greenpeace lista os 14 maiores projetos de produção e exploração de
combustíveis fósseis para as próximas décadas e seus impactos no
aquecimento global.
Quem são os vilões mundiais do
clima? Aqueles projetos que, apesar do alerta da comunidade científica
global, pretendem levar adiante a exploração de combustíveis fósseis
como petróleo, carvão e gás –maiores responsáveis pelas emissões de
gases do efeito estufa?
Relatório lançado hoje pelo Greenpeace
Internacional dá nome aos suspeitos. Chamado “Caminho sem Volta”
(tradução livre do inglês “Point of no Return”), o documento identifica
os 14 maiores projetos de energias sujas planejados para as próximas
décadas.
O
Brasil aparece na nona colocação com a exploração do pré-sal, óleo
descoberto nas camadas profundas do oceano e que irá contribuir com a
emissão de 330 milhões de toneladas de CO2 por ano até 2020.
“Com
um potencial abundante de geração renovável como eólica, solar e
biomassa, o Brasil perde a chance de inovar e deixaria de se posicionar
como uma das economias mais sustentáveis e limpas do planeta”, disse
Ricardo Baitelo, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
“Infelizmente, o governo investe uma enormidade de recursos em uma
exploração arriscada do ponto de vista técnico e altamente danosa para o
clima.”
Entre os maiores projetos de energias sujas listados no
relatório estão a enorme expansão da exploração de carvão na China, a
grande expansão das exportações de carvão da Austrália, Estados Unidos e
Indonésia, a exploração não convencional de petróleo nas areias
betuminosas do Canadá, no Ártico, no Iraque, no Golfo do México e no
Cazaquistão. Além disso, também consta na lista a produção de gás
natural na África e no Mar Cáspio.
De acordo com o estudo, esses
novos projetos irão acrescentar um total de 300 bilhões de toneladas de
novas emissões de CO2 equivalente para a atmosfera até 2050, a partir da
extração, produção e queima de 49 bilhões de toneladas de carvão, 29
trilhões de metros cúbicos de gás natural e 260 bilhões de barris de
petróleo.
Os 14 vilões do clima:
No
Brasil, o setor de transportes é o maior emissor de CO2 fóssil. Mesmo
assim, o país ainda não possui padrões de eficiência energética, ao
contrário dos Estados Unidos, China e União Europeia. “Se os
regulamentos sobre a eficiência de combustível fossem melhorados e
fontes alternativas de energia limpa fossem desenvolvidos no Brasil e no
mundo, a demanda por petróleo poderia ser drasticamente reduzida,
eliminando a necessidade de embarcar no caminho perigoso da exploração
do pré-sal”, afirma Baitelo.
A estimativa é que entre 50 e 100
bilhões de barris de petróleo sejam extraídos a cerca de 8 quilômetros
abaixo do nível do mar. As petroleiras planejam extrair em torno de 2
milhões de barris por dia até 2020. Só a Petrobras vai investir US$ 53
bilhões em atividades de exploração e produção até 2015.
Fonte: Greenpeace.
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