quinta-feira, 1 de julho de 2010

SAUDAÇÃO AOS DELEGADOS E CONVIDADOS À II CONFERÊNCIA NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA.


Após meses de grandes esforços e muita alegria também, a II CONAES chega a sua etapa final. (...)

A economia solidária está sendo construída há poucas décadas em nosso país, pelo trabalho e pela luta de milhões de mulheres e homens de todos os rincões do Brasil. Ela se originou duma série de crises que paralisou nosso desenvolvimento por mais de duas décadas e colocou milhões diante dum desafio: ou se resignavam ao desemprego de longa duração e á submersão na miséria ou uniam suas forças para forjar outra economia, baseada na cooperação, na propriedade coletiva e na autogestão.

Esta ultima opção foi abraçada por trabalhadores rurais sem terra, operários de empresa em crise que ameaçavam fechar as portas, por mães de família que se uniam para disputar o vasto mercado de serviços informais e muitos outros. Suas iniciativas aos poucos foram reconhecidas e passaram a ser apoiadas pelas nossas instituições mais importantes do ponto de vista social: pela Igreja, pelos sindicatos de trabalhadores e pelas universidades, além de movimentos sociais. Depois chegou a vez de fazerem o mesmo governos municipais e estaduais e finalmente, a partir de 2003, o governo federal.

Com a criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária e em seguida do Conselho Nacional de Economia Solidária, o processo de reconhecimento da economia solidária aparentemente se completou. Multiplicaram-se os governos municipais e estaduais e os ministérios do governo federal que passaram a praticar ações de fomento à economia solidária. (...)

Agora estamos iniciando a II CONAES, que tem por tema exatamente o reconhecimento do direito de produzir e viver em cooperação de maneira sustentável. O desenvolvimento de inúmeras políticas de fomento da economia solidária comprova que o reconhecimento político deste direito existe e avança. O que falta no entanto é traduzir este reconhecimento em mudanças efetivas, que permitam de fato que os empreendimentos de economia solidária possam vender serviços a outras empresas sem serem punidas por alegadamente precarizar direitos trabalhistas e que as comunidades tradicionais possam dispor de seus territórios com segurança contra invasões e grilagem e contra a devastação dos recursos naturais pelo avanço do capitalismo predatório.

Temos pois uma rica agenda a cumprir nos próximos dias. Desejo a nós todos muita empolgação e alegria que animem discussões profícuas capazes de nos orientar a um futuro melhor.

Paul Singer (Secretário Nacional de Economia Solidária)

(*) Resumo do texto de apresentação do Boletim Informativo – Edição Especial – “Acontece SENAES”

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