Em tempo de crise como o nosso “tempo de homens partidos”, Segundo as palavras de Carlos Drummond de Andrade, como encontrar significado na política e nos partidos políticos?
A história nos oferece algumas pistas para se elucidar tal problema . O que a política significa hoje é o resultado de longo e tortuoso processo histórico. E, como se sabe , ela é a atividade por excelência na vida social dos homens.
Seguindo a trilha deste trajeto é possível perceber as idas – e – vindas que tornaram realizável a atividade política em seu contínuo movimento e aberta às novas transformações.
A atual desmoralização da chamada “política oficial”, quando a ética é afrontada frontalmente, ocorre progressivo descrédito e descrença na sua capacidade de resolver os problemas institucionalmente. Buscam-se caminhos alternativos , por vezes perigosos.
Por exemplo, situações como as ditaduras de qualquer matriz e práticas terroristas de qualquer origem têm resultado em experiências bárbaras e calamitosas, que precisam ser descartados definitivamente.
O sistema democrático que não é nada do que o senso comum imagina, é, na verdade, uma ditadura da minoria. A democracia tanto a antiga como a nova, foi e é racista, escravagista e discriminatória. Seu funcionamento se estrutura num apartheid social, onde a miséria é socializada e o lucro privatizado, ou onde a participação é socializada, mas o controle do poder político é aristocrático.
Mas fica outra indagação. Como a democracia se tornou um sistema tão atraente? Através da ideologia. Nas democracias, as eleições e o voto estão infectados de ideologia. O abstrato povo acredita que sua participação é efetiva. Acredita também, que ele “povo” por ser maioria determina o funcionamento da máquina democrática, pois, é regularmente convocado para fazer ajustes nessa máquina simples. Seus ajustes ocorrem através das eleições. Por isso, é fundamental pensar a superação da crise política atualmente para abrir novas perspectivas quanto a atuação da sociedade civil, para além dos próprios governos e dos partidos políticos.
E hoje, desgastados e esgotados...
O que importa é resguardar e mesmo recuperar a atividade política nos seu principais aspectos quanto a como , quando e onde ela se apresente.
UTOPIA? Não chegamos a pensar , como alguns , em sociedade em ESTADO. No entanto, nada impede que se pense na política sob outras formas , quando as próprias instituições desabam em crise de credibilidade e confiabilidade, como é o caso dos “partidos políticos”, e tudo que eles representam.
Os movimentos sociais e a “política de base”, como usualmente denominada , são agentes políticos importantes e oportunos para estes tempos.
A busca do significado político da política , portanto, não dependeria mais nem tanto das instâncias convencionais de poder , mas de novas formas de atuação e prática política. Estaríamos no âmbito das políticas, no plural , agora valorizadas pelas direta participação social dos homens e das mulheres.
Do que disso resultará, cabe à história dizer.
Profª GUILHERMINA ROCHA
Especialista em Educação e Historiadora
Presidente do CEPRO
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