Dois anos se passaram nessa relação semanal que se estabeleceu entre mim, o Jornal Razão e meus queridos leitores. E assim como naquele momento é com grande satisfação que comemoramos este tempo de muita reflexão e discussão de idéias. Volto como no início para falar de educação, mola que move em meu dia-a-dia prazeroso, e gênero. Nessa sintonia, quero ressaltar que o CEPRO – Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras – esteve recentemente representado no Seminário da Secretaria de Mulheres do Governo Federal, que aconteceu na cidade de Maricá. Em discussão o tema “As mulheres e as políticas públicas”.
Há dois anos falávamos da I Conferência Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres em Rio das Ostras e naquele momento se chamava atenção sobre a necessidade de tratarmos deste assunto numa perspectiva do redirecionamento do papel do Estado e das vias das políticas públicas. Essa é uma necessidade ainda presente. Por isso ganha importância ímpar os encontros que o CEPRO realiza uma vez por mês. No sentido mesmo de tratarmos de questões pequenas e amplas pertinentes ao nosso interesse.
Ressaltamos que a educação é a grande ferramenta para a construção desta mudança. Como antes, reafirmo que a educação para a igualdade entre meninos e meninas é um elemento fundamental de cidadania para a construção da democracia entre gêneros. Em relações de gênero, ressalto, educação e cidadania são mais do que palavras-chave de um debate teórico. Elas correspondem à maneira de entender e ler o mundo e suas práticas educativas, cujas articulações podem conferir uma dimensão profundamente transformadora à educação escolar democrática.
Lidar com as diferenças sem transformá-las em desigualdades é um dos desafios que se apresentam a educadores e educadoras todos os dias.
E por entender que a diretriz da igualdade de gênero está na agenda das políticas públicas, cabe às nossas escolas o papel de através da educação banir qualquer traço que remeta à intolerância e ao preconceito, fatores umbilicalmente ligados à violência. Devemos educar crianças, jovens e adultos de diferentes etnias, gêneros e origens sociais e culturais para se tornarem pessoas livres de preconceitos e sentimentos racistas. E isso só será possível se a igualdade, na diversidade, for estabelecida como parâmetro comum.
Voltando no tempo, eu dizia que o que hoje chamamos de preconceito sexista era a norma na sociedade: homem não chora; lugar de mulher era na cozinha; o homem era o responsável por sustentar a casa, enquanto à mulher cabiam os cuidados e a educação dos filhos. Salta aos olhos ver que as próprias mulheres reproduziam toda a forma de preconceito. A coisa mudou um pouco, mas para isso foram importantes os movimentos pela emancipação feminina e as conquistas de direitos, entre eles maior acesso à educação.
As mulheres foram às ruas, reivindicaram e conquistaram direitos. Aos poucos foram transformando a sociedade para que a linha que separa homens e mulheres seja cada vez mais tênue. Para tanto, é fundamental a atuação dos educadores na base, na pré-escola, no ensino fundamental. Mas para isso, é preciso que também os educadores vençam os seus preconceitos e estejam preparados para viver em uma sociedade moderna sem os ranços do passado.
Sabemos que a transformação na direção da igualdade, respeitando as diferenças, não se dá por inércia e nem por acaso. Se outros modelos de masculino e feminino estão sendo gestados é porque setores do movimento de mulheres e educadores questionaram as discriminações de gênero. Ainda é necessário ampliar os referenciais para uma nova pedagogia e um novo projeto político-pedagógico das escolas que entrelace as diversas perspectivas de classe, raça/etnia e gênero, alterando as pautas valorativas que permeiam as interações multifacetadas entre os sujeitos no cotidiano escolar.
Entendemos que, se Rio das Ostras quer ser reconhecida como uma cidade verdadeiramente educadora, a questão de gênero, que ainda tem um longo percurso até ser resolvida, deve estar presente na formação de seus cidadãos e cidadãs e entrar, de modo consciente e crítico, como parte da educação escolar.
Esperamos que a leitura desse texto contribua para que mais e mais educadores se sintam instigados a desvendar essas relações.
Profª Guilhermina Rocha
Especialista em Educação e Historiadora
Presidente do CEPRO
Colunista do Jornal Razão - Rio das Ostras
Email: guilherminarocha@oi.com.br
CEPRO – Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras
Avenida das Flores, nº 394 – Bairro Residencial Praia Âncora
Rio das Ostras – RJ
Telefone: (22) 2760-6238 / (22) 9834-7409
E-mail: cepro.rj@gmail.com
Blog: http://cepro-rj.blogspot.com
CEPRO – Um projeto de cidadania, educação e cultura em Rio das Ostras
Há dois anos falávamos da I Conferência Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres em Rio das Ostras e naquele momento se chamava atenção sobre a necessidade de tratarmos deste assunto numa perspectiva do redirecionamento do papel do Estado e das vias das políticas públicas. Essa é uma necessidade ainda presente. Por isso ganha importância ímpar os encontros que o CEPRO realiza uma vez por mês. No sentido mesmo de tratarmos de questões pequenas e amplas pertinentes ao nosso interesse.
Ressaltamos que a educação é a grande ferramenta para a construção desta mudança. Como antes, reafirmo que a educação para a igualdade entre meninos e meninas é um elemento fundamental de cidadania para a construção da democracia entre gêneros. Em relações de gênero, ressalto, educação e cidadania são mais do que palavras-chave de um debate teórico. Elas correspondem à maneira de entender e ler o mundo e suas práticas educativas, cujas articulações podem conferir uma dimensão profundamente transformadora à educação escolar democrática.
Lidar com as diferenças sem transformá-las em desigualdades é um dos desafios que se apresentam a educadores e educadoras todos os dias.
E por entender que a diretriz da igualdade de gênero está na agenda das políticas públicas, cabe às nossas escolas o papel de através da educação banir qualquer traço que remeta à intolerância e ao preconceito, fatores umbilicalmente ligados à violência. Devemos educar crianças, jovens e adultos de diferentes etnias, gêneros e origens sociais e culturais para se tornarem pessoas livres de preconceitos e sentimentos racistas. E isso só será possível se a igualdade, na diversidade, for estabelecida como parâmetro comum.
Voltando no tempo, eu dizia que o que hoje chamamos de preconceito sexista era a norma na sociedade: homem não chora; lugar de mulher era na cozinha; o homem era o responsável por sustentar a casa, enquanto à mulher cabiam os cuidados e a educação dos filhos. Salta aos olhos ver que as próprias mulheres reproduziam toda a forma de preconceito. A coisa mudou um pouco, mas para isso foram importantes os movimentos pela emancipação feminina e as conquistas de direitos, entre eles maior acesso à educação.
As mulheres foram às ruas, reivindicaram e conquistaram direitos. Aos poucos foram transformando a sociedade para que a linha que separa homens e mulheres seja cada vez mais tênue. Para tanto, é fundamental a atuação dos educadores na base, na pré-escola, no ensino fundamental. Mas para isso, é preciso que também os educadores vençam os seus preconceitos e estejam preparados para viver em uma sociedade moderna sem os ranços do passado.
Sabemos que a transformação na direção da igualdade, respeitando as diferenças, não se dá por inércia e nem por acaso. Se outros modelos de masculino e feminino estão sendo gestados é porque setores do movimento de mulheres e educadores questionaram as discriminações de gênero. Ainda é necessário ampliar os referenciais para uma nova pedagogia e um novo projeto político-pedagógico das escolas que entrelace as diversas perspectivas de classe, raça/etnia e gênero, alterando as pautas valorativas que permeiam as interações multifacetadas entre os sujeitos no cotidiano escolar.
Entendemos que, se Rio das Ostras quer ser reconhecida como uma cidade verdadeiramente educadora, a questão de gênero, que ainda tem um longo percurso até ser resolvida, deve estar presente na formação de seus cidadãos e cidadãs e entrar, de modo consciente e crítico, como parte da educação escolar.
Esperamos que a leitura desse texto contribua para que mais e mais educadores se sintam instigados a desvendar essas relações.
Profª Guilhermina Rocha
Especialista em Educação e Historiadora
Presidente do CEPRO
Colunista do Jornal Razão - Rio das Ostras
Email: guilherminarocha@oi.com.br
CEPRO – Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras
Avenida das Flores, nº 394 – Bairro Residencial Praia Âncora
Rio das Ostras – RJ
Telefone: (22) 2760-6238 / (22) 9834-7409
E-mail: cepro.rj@gmail.com
Blog: http://cepro-rj.blogspot.com
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