Belém harmoniza-se entre florestas e concreto. Ruas e rios em larga profusão de carros e barcos. À primeira vista ficamos com a nítida impressão de que vemos muito mais barcos do que carros. Os casarões imponentes na capital em contraste com as palafitas da população ribeirinha, que se adapta em busca de melhores condições de moradia. Cheiro bom que insiste em nos acompanhar por onde andemos. Cupuaçu, bacuri, pupunha, açaí, pimentas de cheiro em profusão e a pele bronzeada da grande maioria índia agora misturada aos invasores que agora habitam Belém. É neste mundo de contrastes que ocorre o evento mais significativo dos movimentos sociais em todo mundo: o Fórum Social Mundial (FSM 2009) e sua busca por um mundo melhor.
E começou com festa a nona edição do Fórum Social Mundial, na terça-feira (27/01). Sob os auspícios de atabaques africanos, representantes das comunidades quilombolas e movimentos negros de Belém apresentaram músicas, leram poesias e pediram igualdade entre os povos. Logo em seguida, uma marcha movimentou a Avenida Presidente Vargas, num cortejo que seguiu até a Praça do Operário, num percurso de cerca de quatro quilômetros.
A caminhada percorreu as principais ruas do Centro da cidade de Belém. Parte do trajeto aconteceu sob as águas que teimam em “lavar” Belém em suas tardes quentes e ensolaradas. Em meio a diversidade marcada pela grande variedade de movimentos sociais, cada qual com suas bandeiras, mas com o mesmo objetivo, um grupo de manifestantes aproveitou para estender uma faixa com os dizeres:
“A chuva que cai sobre nossas cabeças é a chuva de um novo amanhã, de um outro mundo possível”.
Podemos destacar entre os grupos e movimentos envolvidos no FSM trabalhadores sem-terra, povos indígenas de tribos diversas, comunidades ribeirinhas, sindicatos, estudantes, ONGs e organizações da sociedade civil de diversos países do mundo. Todos embalados por muita música num momento de descontração que antecede as grandes discussões que virão logo em seguida e se estenderão até o dia 1º de fevereiro.
O CEPRO saúda a todos e todas que participam desta 9ª edição do FSM e celebra também a sua participação neste dia em que mostramos que queremos e lutamos para tornar o mundo um lugar melhor. Essa mudança é possível e mais do que necessária.
Aqui em Belém, nós do Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras estamos convivendo com essa diversidade. Travamos contato com pessoas das mais variadas origens, indo ou vindo de algum lugar na busca por melhores condições de vida. Destacamos o encontro com moradores de Belém, no transporte mais típico da região, o barco. São os rios as ruas mais importantes da Amazônia”.
Faremos o nosso trabalho por aqui. Falaremos de nossos projetos e iniciativas e ouviremos centenas de outros, que contribuirão em nossa jornada futura. Para quem não conhece, apresentaremos Rio das Ostras, indissociável em nossa jornada mata adentro em defesa de nosso meio ambiente, de nossa floresta-mãe e na luta por um outro mundo mais igualitário e justo.
Diretoria do CEPRO
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