Entidades ressaltam a importância de políticas públicas para a população negra e periférica no Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima
Uma campanha inédita lançada neste dia 25 de maio reúne mais de 140 entidades da sociedade civil (entre organizações do movimento negro, ambientalista, de pesquisa, reforma urbana e dos direitos humanos) com reivindicações concretas ao poder público e ao setor privado para combater o racismo ambiental e climático. O documento que sustenta a iniciativa “Adaptação Antirracista” será entregue inicialmente ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, seguindo uma agenda estratégica de mobilização em âmbito nacional.
As organizações entendem que “a crise climática é também humanitária e tem impacto direto na vida das populações negras, quilombolas e indígenas”. São esses os grupos que habitam as áreas de risco, localizadas em periferias e favelas, nas baixadas e encostas, convivendo com a iminência de tragédias evitáveis causadas, pelos eventos climáticos extremos que impactaram as populações e as cidades nas regiões Norte, Nordeste e Nordeste nos últimos três anos no país.
“Temos a responsabilidade de atualizar e tornar efetivo o Plano Nacional de Adaptação e de eliminar as desigualdades raciais, étnicas, de gênero, geracionais e sociais, assegurando o desenho e implementação de políticas nacionais, com ênfase na gestão ambiental e territorial, e fortalecendo a agricultura familiar e a titulação de terras quilombolas. Além disso, é preciso reforçar a importância da retomada dos mecanismos e espaços de participação, tais como os conselhos, em questões relacionadas ao meio ambiente.”,
apontam as organizações.
Para lidar com a crise, são apresentadas algumas sugestões para as áreas de risco já mapeadas pelo poder público municipal, como a instalação de sistemas de alertas, sirenes e planos de fuga, que devem ser construídos em conjunto com as pessoas atingidas. Além de ações pontuais, se faz necessária a elaboração de um planejamento de adaptação nas cidades, baseado no conceito de justiça climática antirracista e em conjunto com o plano diretor do município, de modo a atender as especificidades de cada território.
Na carta, as organizações também destacam a necessidade de participação da iniciativa privada, especialmente na adoção de práticas responsáveis para com a sociedade e o meio ambiente, seguindo também as diretrizes de direitos humanos.
Confira a carta na íntegra no link : Link
*Com informações de assessoria
Fonte: EM TEMPO
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