sábado, 23 de agosto de 2014

Exposição leva arte contemporânea brasileira aos moradores do Complexo da Maré

Abertura da exposição Travessias 3 - Arte Contemporânea na Maré. Na foto, as obras Suicida Alto Astral e Natureza Espiritual da Realidade, de Luiz Zerbini Fernando Frazão/ Agência Brasil

Da Agência Brasil

Obras com qualidade para figurar no acervo de qualquer museu ou galeria de arte contemporânea do mundo podem ser vistas, gratuitamente, ao longo dos próximos três meses, em um espaço cultural do Complexo da Maré - um dos maiores conjuntos de favelas da zona norte do Rio de Janeiro. Os trabalhos integram a terceira edição da exposição Travessias – Arte Contemporânea na Maré, aberta na tarde de hoje (23), no Galpão Bela Maré, que fica na Nova Holanda, uma das favelas do complexo.

Com obras inéditas ou de acervo, estão representados na mostra artistas renomados como o pintor Luiz Zerbini, o escultor Barrão, a multimídia Dora Longo Bahia, a cineasta Sandra Kogut e o fotógrafo Mauro Restife. A eles se juntaram os fotógrafos do Imagens do Povo, programa realizado pela ONG Observatório de Favelas, responsável por criar o Galpão Bela Maré e o projeto Travessias.

Além de integrar criações artísticas de múltiplas linguagens – audiovisual, pintura, instalação, fotografia, objetos - a proposta do Travessias é gerar um espaço de diálogo e de circulação democrática de informações no Complexo da Maré, com participação ativa da população local.

A organização da mostra coube ao artista plástico carioca Daniel Senise, que no ano passado havia participado como expositor. “Quando participei, como artista, pensei: tenho que sair da minha área de conforto e fazer um trabalho que se comunique com esse lugar, porque expor aqui é diferente de expor no MAM [Museu de Arte Moderna], por exemplo. Como organizador, eu pensei em artistas que poderiam fazer o mesmo e também naqueles cujas obras seriam muito interessantes de serem vistas aqui”, disse.

Senise ressaltou o fato de que todos os artistas da mostra vieram antes conhecer a Maré, e alguns criaram seus trabalhos na própria comunidade, como Mauro Restiffe, o alagoano Jonathas de Andrade, que vive e trabalha no Recife, e Sandra Kogut. Ela fez um documentário no qual moradores da Maré dão suas ideias para um filme. Jonathas está com duas obras na exposição, e uma delas, chamada Alfabetização de Adultos, é inspirada no método de alfabetização do educador Paulo Freire.

Para Jorge Luís Barbosa, coordenador do Observatório de Favelas, o trabalho educativo que a ONG faz nas escolas do complexo é fundamental para o sucesso da mostra, que na edição do ano passado foi vista por 12 mil pessoas. “Trazendo as crianças para ver a exposição, elas acabam voltando e trazendo seus pais, irmãos, primos”, destacou. “Queremos que a comunidade não só vivencie essa experiência, mas também que isso entre em seu cotidiano, já que algumas obras foram criadas a partir da própria experiência da favela, para que as pessoas daqui se reconheçam”, completou.

Ao longo da exposição, que fica em cartaz até 16 de novembro, haverá no galpão uma série de debates sobre questões não apenas artísticas, mas também do mundo contemporâneo, com participação de artistas, acadêmicos, gestores públicos, jornalistas e moradores do complexo.

A exposição Travessias – Arte Contemporânea na Maré, que tem patrocínio da Petrobras, pode ser visitada às terças, quartas, sábados e domingos, das 10h às 18h, e às quintas e sextas, das 10h às 20h. O Galpão Bela Maré fica na Rua Bittencourt Sampaio, 169, com acesso pela Avenida Brasil, entre as passarelas 9 e 10.


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