quarta-feira, 30 de novembro de 2011

COMO LIDAR COM O DESEJO INFINITO?

Por Leonardo Boff

O desejo não é um impulso qualquer. É um motor que põe em marcha toda a vida psíquica. Ele goza da função de um princípio, traduzido pelo filósofo Ernst Bloch por princípio esperança. Por sua natureza, não conhece limites como já foi visto por Aristóteles e por Freud. A psiqué não deseja apenas isto o aquilo. Ela deseja a totalidade. Não deseja a plenitude do homem, procura o super-homem, aquilo que ultrapassa infinitamente o humano como afirmava Nietzsche. O desejo se apresenta infinito e confere o caráter de infinito ao prejo humano.

O desejo torna dramática e, por vezes, trágica, a existência. Mas também, quando realizado, uma felicidade sem igual. Estamos sempre buscando o objeto adequado ao nosso desejo infinito. E não o encontramos no campo da experiência cotitidiana. Aqui somente encontramos finitos.

Produz grave desilusão quando o ser humano identifica uma realidade finita como sendo o objeto infinito buscado. Pode ser a pessoa amada, uma profissão sempre ansiada, a casa dos sonhos. Chega o momento que, geralmente, não tarda muito, em perceber uma insatisfação de base e sentir o desejo por algo maior.

Como sair deste impasse, provocado pelo desejo infinito? Borboletar de um objeto a outro, sem nunca encontrar repouso? Temos que nos colocar seriamente na busca do verdadeiro objeto de nosso desejo. Entrando in medias res, vou logo respondendo: este é o Ser e não o ente, é o Todo e não a parte, é Infinito e não o finito. Depois de muito peregrinar, o ser humano é levado a fazer a experiência do cor inquietum (coração inquieto) de Santo Agostinho: Tarde te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova.Tarde de te amei. Meu coração inquieto não descansará enquanto não respousar em Ti. Só o Infinito Ser se adequa ao desejo infinito do ser humano e lhe permite descansar.

O desejo envolve energias vulcânicas poderosas. Como lidar com elas? Antes de mais nada, se trata de acolher, sem moralizar, esta condição desejante. As paixões puxam o ser humano para todos os lados. Algumas o atiram para a generosidade e outras para o egocentrismo. Integrar, sem recalcar tais energias, exige cuidado e não poucas renúncias.

A psiqué é convocada a construir uma síntese pessoal que é a busca do equilíbrio de todas as energias interiores. Nem fazer-se vítima da obsessão por uma determinada pulsão, como, por exemplo, a sexualidade, nem recalcá-la como se fosse possível emasculhar-lhe o vigor. O que importa é integrá-la como expressão de afeto, de amor e de estética e mantê-la sob vigilância pois temos a ver com uma energia vital não totalmente controlável pela razão mas por vias simbólicas de sublimação e por outros propósitos humanísticos. Cada um deve aprender a renunciar no sentido de uma ascese que liberta de dependências e cria a liberdade interior, um dom dos mais apreciáveis.

Outra forma de lidar com o desejo infinito é pela precaução que nos previne des ciladas da própria vulnerabilidade humana. Não somos onipotentes, nem deuses, inatingíveis ao fracasso. Podemos mostrar-nos fracos e, por vezes, covardes. Mas podemos precaver-nos contra situações que nos poderão fazer cair e perder o Centro.

Talvez uma chave inspiradora nos seja nos oferecida por C.G.Jung com sua proposta de construir, ao largo da vida, um processo de individuação. Este possui uma dimensão holística: assume com destemor e humildade todas as pulsões, imagens, arquétipos, luzes e sombras. Ouve o rugir das feras que o habitam, mas também o canto do sabiá que o encanta. Como criar uma unidade interior cujo efeito seja o equilíbrio dos desejos, a vivência da liberdade e da alegria de viver?

C. G. Jung sugere que cada um procure criar um Centro forte, um Self unificador que tenha a função que o sol possui no sistema solar. Ele sateliza ao seu redor todos os planetas. Algo semelhante deve ocorrer com a psiqué: alimentar um Centro pessoal que tudo integre, com reflexão e com interiorização. E não em último lugar, com o cultivo do Sagrado e do Espiritual. A religião, como instituição, não raro cerceia a vida espiritual por excesso de doutrinas e de normas morais demasiado rígidas. Mas religião como espiritualidade desempenha uma função fundamental no processo de individuação. Cabe a ela ligar e re-ligar a pessoa com seu Centro, com todas as coisas, com o universo, com a Fonte originária de todo o ser, dando-lhe um sentimento de pertença.

A falta da integração da energia do desejo se manifesta pela dilaceração das relações sociais, pela violência assassina praticada em escolas ou nas matanças de pessoas negras, pobres e homoafetivos.

Lidar com as forças do desejo implica, pois, uma preocupação pela sanidade social. Não se poderá passar ao lado da educação humanística, ética e cidadã que eduque o desejo. O grande obstáculo reside na lógica mesma do sistema imperante que exaspera o desejo de ter, descuidando dos valores civilizatórios, da gentileza, do bom trato e do respeito a cada pessoa. Ao contrário, os meios de comunicação de massa exaltam o desejo individual e a violência para resolver os conflitos humanos.

A globalização como fenômeno humano, nos obrigará a moderar os desejos pessoais em favor dos coletivos e assim tornar mais equilibrada e amigável a coexistência humana. Como desejamos tempos favoráveis!



CEPRO – Um Projeto de Cidadania, Educação e Cultura em Rio das Ostras.

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PARA UNICEF, ADOLESCENTE BRASILEIROS TÊM DIREITOS MAIS VIOLADOS DO QUE OUTROS GRUPOS

da Agência Brasil


O relatório Situação da Adolescência Brasileira 2011, divulgado hoje (30) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em Brasília, aponta evolução do quadro social em que vivem os jovens brasileiros de 12 a 17 anos, mas também avalia que este estrato da população tem alguns de seus direitos mais violados do que outros grupos etários.

O documento assinala problemas atuais como maior incidência de pobreza, risco de morte violenta, privação da convivência familiar e comunitária; e outras situações que podem influenciar negativamente o futuro como gravidez na adolescência, exploração sexual, abuso de drogas, contágio com doenças sexualmente transmissíveis e baixa escolaridade.

De dez áreas investigadas, o relatório aponta evolução em oito aspectos no período de 2004-2009. Diminuíram, por exemplo, os percentuais de jovens de 12 a 17 anos que não estudam e não trabalham (de 6,6% para 5,4%); de adolescentes que só trabalham (de 4,8% para 3,4%); e de adolescentes não alfabetizados (de 2,5% para 1,6%).

A taxa de abandono no ensino médio caiu de 15% para 11,5%, enquanto o percentual de quem frequenta o ensino médio subiu de 44,4% para 50,9%. Segundo o relatório, dois de cada dez adolescentes de 15 a 17 anos estão fora da escola. Metade dos que frequentam sala de aula ainda está no ensino fundamental, quando já deveria estar no ensino médio. A escolaridade média na faixa etária é 7,3 anos de estudo, quando deveria ser superior a nove anos de estudo.

Além de menos escolarizados do que deveriam ser conforme a legislação que regra a educação no Brasil, os adolescentes são mais pobres do que o conjunto da população. Segundo o Unicef, a pobreza afeta 29% dos brasileiros e a extrema pobreza afeta 11,9%; entre os meninos e meninas de 12 a 17 anos esses percentuais são 38% e 17,6%, respectivamente.

Para a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, os adolescentes pobres “têm menos chances de chegar às mesmas oportunidades” que jovens de outros estratos sociais. Para o estudante Israel Victor de Melo, 16 anos, que participou da discussão sobre o relatório do Unicef antes da divulgação, “a sociedade está falhando em algum ponto” e “é sinal de que [o país] deve distribuir renda”. Segundo ele, “país rico tem que crescer economicamente e crescer em direitos humanos”.

Na avaliação da representante Marie-Pierre Poirier, “as desigualdades sociais historicamente construídas determinam como vão ser afetados os adolescentes”. Ela estima que Brasil tem nesta década, a oportunidade histórica de “quebrar o ciclo infernal da pobreza” e aproveitar os próximos anos de esperado crescimento econômico para aumentar os direitos e as condições de vida dos adolescentes. “O que está fazendo por muitos tem que fazer por todos”, assinala.

De acordo com o relatório do Unicef, o investimento social na adolescência é estratégico porque o país vive o período de “bônus demográfico” de ter 11% de sua população na faixa etária de 12 a 17 anos (mais de 21 milhões de pessoas), o maior contingente da história e que declinará nos próximos anos. “Um momento inédito de possibilidades reais para se fortalecer os importantes avanços nas últimas décadas nas áreas de saúde, educação, da inclusão”, diz o documento.

O relatório do Unicef compila dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério da Saúde, do Ministério da Educação, entre outras fontes.


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terça-feira, 29 de novembro de 2011

PURO PROMOVE FÓRUM SOBRE POLÍTICAS DE INCENTIVO À CULTURA

Professores e alunos do Curso de Produção Cultural do Pólo Universitário de Rio das Ostras (Puro) da Universidade Federal Fluminense, promovem no dia 29 de novembro, das 14h às 18h30, o Fórum de Políticas de incentivo á cultura de Rio das Ostras.

O evento, segundo os organizadores, consiste em um debate com especialistas na área de políticas culturais, graduandos em produção cultural, sociedade de Rio das Ostras, e demais interessados em viabilizar a criação de uma lei de incentivo fiscal à cultura do município de Rio das Ostras.

Durante o fórum serão abordados temas relacionados à questão cultural e as leis de incentivo a cultura do Estado do Rio de Janeiro, buscando apresentar a funcionalidade e como poderão servir de parâmetro para Rio das Ostras.

Mais informações pelo e-mail: lanna@id.uff.br

O Puro fica na Rua Recife, s/n, Jardim Bela Vista.


Confira a programação completa:

Painel 1 - Leis de incentivo à cultura
13h - Credenciamento
14h - Abertura: Mediador: Ernani Saraiva
14h20 - Palestra com Leandro Mendonça: Professor do Curso de Produção Cultural UFF/Puro
15h - Palestra com Mariana Várzea - Superintendente de Leis de Incentivo da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro
15h40 - Debate


Painel 2 - Políticas de Incentivo em Rio das Ostras
16h - Mediador Aluísio Moraes
16h20 - Palestrante Selma Rocha: Fundação de Cultura de Rio das Ostras
16h40 - Palestrante: Leonor Bianch: Associação Cultural Rio das Artes (Acra)
17h - Debate
18h - Show com Juliano Tavares e Wallerie Gondim + Coffee
18h30 - Encerramento


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II FESTIVAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA ACONTECE EM CAMPOS DOS GOYTACAZES, NO RIO DE JANEIRO


A cidade de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, promove a sua II Feira de Economia Solidária que acontece nos dias 8, 9 e 10 de dezembro na Fundação Cultural Osvaldo Lima. Cerca de 200 pessoas devem comparecer ao evento, entre grupos autogestionados ligados ao Fórum Local de Economia Solidária de Campos dos Goytacazes, profissionais do Centro de Referência de Assistência Social da cidade, comerciantes, agricultores, artesãos e membros indígenas dos movimentos quilombolas.

O Festival realiza o encontro de participantes de diversos segmentos da economia solidária, além de difundir a prática da comercialização justa dos produtos e serviços da cidade de Campos dos Goytacazes: "Nós queremos propagar essa ideia para que as pessoas tenham acesso e se sintam interessadas em participar do evento, além de promover a valorização da cultura local, já que toda a matéria-prima que utilizamos é produzida em nossa cidade, nada vem de fora’’, declara Nilza Franco, coordenadora da ITEP - Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF).

Embora a construção da economia solidária aconteça de forma lenta devido às necessidades locais e a iniciativa não seja tão abordada, a população de Campos dos Goytacazes tem uma participação relevante no processo de desenvolvimento do Festival. De acordo com Nilza, "as pessoas preferem trabalhar no coletivo, a união é importante, pois dessa forma se sentem estimuladas a exercerem suas atividades e agem para o fortalecimento dos grupos.’’

A programação do encontro conta com a participação de artistas com performances de música, dança e teatro, manifestações da cultura afro-brasileira, exposições de telas, artesanato em cerâmica, produtos feitos a partir da reciclagem de materiais pelas famílias do setor agrícola, culinária indígena produzida pelos quilombolas, entre outras representações econômicas, artísticas, sociais e culturais da cidade de Campos dos Goytacazes.



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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

6ª MOSTRA CINEMA E DIREITOS HUMANOS NA AMÉRICA DO SUL


A Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul chega em sua sexta edição alcançando um sonho colocado desde a sua criação em 2006: estar presente nas 27 capitais brasileiras. As recém-chegadas Macapá, Vitória, Boa Vista, Campo Grande, Porto Velho, Florianópolis e Palmas vibraram por fazer parte da maior mostra de cinema do gênero no mundo.

Este grande evento nacional só é hoje possível em tais proporções pelo trabalho incansável de inúmeras pessoas, autoridades e anônimos, que acreditaram e acreditam que o fim das violações aos Direitos Humanos é uma meta a ser perseguida, principalmente com ações de promoção e divulgação das garantias e direitos fundamentais de nosso povo, numa verdadeira estratégia de formação de uma massa crítica dona de seu próprio destino.

Nosso país passou e passa por transformações sociais. Em todos os estados e no Distrito Federal, a sexta edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos encontrará um pouco de cada mudança vivida nestes últimos anos. Mas também irá se deparar com grandes desafios; irá se encontrar com toda a multiplicidade cultural e histórica de nosso país. Vai falar de diferentes formas para diferentes públicos, mas sempre sob o signo universal e ao mesmo tempo contextual dos Direitos Humanos.

Francisco Cesar Filho, conhecido por todos como Chiquinho, é o curador também desta edição. Neste ano, ele foi desafiado a assistir e desempenhar a difícil tarefa de selecionar os filmes que integrarão a Mostra dentre os quase 240 enviados. Este é um número 40% maior que no ano passado, demonstrando a importância e o respeito que tem a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul e seu inesgotável potencial de crescimento.

A pluralidade dos Direitos Humanos é uma das características da Mostra, reforçada com os filmes selecionados que, neste ano, tratarão dos Direitos de Crianças e Adolescentes, do Direito à Terra, da Cidadania LGBT, da Educação em Direitos Humanos, Democracia, das Populações Tradicionais, Quilombolas e Afrodescendentes, das Pessoas Idosas, da Saúde Mental e Combate à Tortura, das Pessoas com Deficiência, Migrantes e do Direito à Memória e à Verdade, dentre outros tantos.

Na seção Filmes Contemporâneos, destinada às produções recentes, Cuatro Litros por Tonel (2010), de Belimar Román Rojas, conta a história de Vicenta, Marilin, Luisa, Victoria e outras oito mulheres camponesas venezuelanas que decidem se tornar uma cooperativa de adubos orgânicos. As demandas apresentadas pelo projeto fazem com que sofram ameaças, comprometendo todo o projeto. A autonomia financeira das mulheres é sem dúvida um desafio para a sociedade. A garantia de renda e o protagonismo desse grupo feminino serão capazes de nos fazer refletir sobre as dificuldades e desafios vividos pelas mulheres no mercado de trabalho ou diante de projetos de economia solidária.

Ainda na seção Filmes Contemporâneos, Camponeses do Araguaia - A Guerrilha Vista por Dentro (2010), de Vandré Fernandes, surpreenderá com imagens da época dos conflitos (1972-74), que conseguiram ser preservadas apesar dos esforços para que todos os documentos que retratassem a Guerrilha fossem destruídos. A proposta desse longa é mostrar a Guerrilha a partir dos moradores das imediações onde ocorreram os conflitos. O apoio popular ao movimento e o sofrimento a cada desaparecimento são pontos marcantes do filme.

A Retrospectiva Histórica, outra seção da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, novamente trará filmes que tratam do Direito à Memória e à Verdade. É propício o momento para que mais uma vez a Mostra traga em sua seleção produções sobre o tema. Os países da América do Sul foram marcados por fortes períodos ditatoriais e, em resposta à necessidade de se conhecer o passado e torná-lo acessível aos olhos dos seus cidadãos, deram importantes passos na construção de marcos legais, institucionais e culturais de transição democrática. Esses avanços influenciaram também o cinema. Verdadeiras obras-primas foram enviadas com a temática do Direito à Memória e à Verdade como, por exemplo, Diário de uma Busca (2010), de Flávia Castro, que tenta desvendar o desaparecimento do militante político Celso Castro (1964-1984) durante os anos de 1960. Confissões (2011), de Gualberto Ferrari, conta a história de Gustavo Scagliusi, ex-agente secreto do Batalhão 601, unidade do Serviço de Informações do Exército argentino durante a última ditadura militar (1976-1983), que se encontra frente a frente com o passado e as próprias culpas.

A 6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é uma realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira, patrocínio da Petrobras e apoio do SESC/SP, da TV Brasil e do Ministério das Relações Exteriores. Quem apresenta é o Ministério da Cultura.

Com filmes legendados para deficientes auditivos e com audiodescrição para deficientes visuais, com todas as sessões gratuitas e realizadas sempre em salas com acessibilidade garantida para as pessoas com deficiência, a 6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul se consolida como um dos principais instrumentos de nosso país para a criação de uma cultura de paz, de direitos, de liberdade e autodeterminação.

A Mostra chega em sua cidade! Divulgue-a! Aproveite-a! Viva-a! Façamos com que seja apropriada por todos, e que consigamos conquistar, inclusive, os amantes do cinema.


Maria do Rosário Nunes
Ministra de Estado-Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República


programação

Centro Cultural Banco do Brasil/ Cinema 2


50 lugares

(21) 3808.2020

R. Primeiro de Março, 66 - Centro

ENTRADA FRANCA

21/10- SEGUNDA-FEIRA


19h00 - Sessão de Abertura

DAMA DO PEIXOTO - Allan Ribeiro/ Douglas Soares (Brasil, 11 min, 2011, doc).
QUEM SE IMPORTA - Mara Mourão (Brasil, 96 min, 2011, doc).
Classificação indicativa: 10 anos

22/11 - TERÇA-FEIRA

15h00

TEMPO DE CRIANÇA - Wagner Novais (Brasil, 12 min, 2010, fic).
ARQUITETOS DA NATUREZA - Cléa Lúcia (Peru/ Brasil, 25min, 2011, doc).
TAVA - PARAGUAI TERRA ADENTRO - Lucas Keese/ Lucía Martin/ Mariela Vilchez (Argentina/ Brasil/ Paraguai, 70 min, 2011, doc).
Classificação indicativa: 10 anos

17h00
BALA PERDIDA - Maurício Durán Blacut (Bolívia, 52 min, 2010, doc).
NO FUTURO - Mauro Andrizzi (Argentina, 60min, 2010, fic).
Classificação indicativa: 10 anos



19h00

ORQUESTRA DO SOM CEGO - Lucas Gervilla (Brasil, 13 min, 2010, doc).
POLIAMOR - José Agripino (Brasil, 15 min, 2010, doc).
CAMPONESES DO ARAGUAIA - GUERRILHA VISTA POR DENTRO - Vandré Fernandes (Brasil, 73 min, 2010, doc).
Classificação indicativa: 10 anos

23/11 - QUARTA-FEIRA

15h00 - Sessão Audiodescrição
DIÁRIO DE UMA BUSCA - Flávia Castro (Brasil/ França, 105 min, 2010, doc).
Classificação indicativa: 10 anos

17h00

CAFÉ AURORA - Pablo Polo (Brasil, 19 min, 2010, fic).
CONFISSÕES - Gualberto Ferrari (Argentina/ Brasil/ França, 90 min, 2011, doc).
Classificação indicativa: Livre

19h00

A GRANDE VIAGEM - Caroline Fioratti (Brasil, 15 min, 2011, fic).
AVÓS - Carla Valencia Dávila (Equador/ Chile, 93 min, 2010, doc).
Classificação indicativa: Livre

24/11 - QUINTA-FEIRA

15h00 - Sessão de Audiodescrição

DOCE DE COCO - Allan Deberton (Brasil, 20 min, 2010, fic).
TEMPO DE CRIANÇA - Wagner Novais (Brasil, 12 min, 2010, fic).
MÁSCARA NEGRA - Rene Brasil (Brasil, 15 min, 2010, fic).
A GRANDE VIAGEM - Caroline Fioratti (Brasil, 15 min, 2011, fic).
GAROTO BARBA - Christopher Faust (Brasil, 14 min, 2010, fic).
O PLANTADOR DE QUIABOS - Coletivo Santa Madeira (Brasil, 15 min, 2010, fic).
Classificação indicativa: 14 anos

17h00

ACERCADACANA - Felipe Peres Calheiros (Brasil, 20 min, 2010, doc).
A OCUPAÇÃO - Angus Gibson/ Miguel Salazar (Colômbia/ EUA/ França, 88 min, 2011, doc).
Classificação indicativa: 12 anos

19h00

GAROTO BARBA - Christopher Faust (Brasil, 14 min, 2010, fic).
ASSUNTO DE FAMÍLIA - Caru Alves de Souza (Brasil, 13 min, 2011, fic).
COPA VIDIGAL - Luciano Vidigal (Brasil, 75 min, 2010, doc).
Classificação indicativa: 12 anos

25/11 - SEXTA-FEIRA

15h00

CENTRAL DO BRASIL - Walter Salles (Brasil, 112 min, 1998, fic).
Classificação indicativa: 16 anos


17h00

GRAFFITI QUE MEXE - Coletivo Graffiti com Pipoca (Brasil, 13 min, 2011, animação).
LICURI SURF - Guilherme Martins (Brasil, 15 min, 2011, doc).
CÉU SEM ETERNIDADE - Eliane Caffé (Brasil, 70 min, 2011, doc).
Classificação indicativa: 10 anos

19h00

A TERRA A GASTAR - Cássia Mary Itamoto/ Celina Kurihara (Brasil, 6 min, 2009, animação).
OS INQUILINOS (OS INCOMODADOS QUE SE MUDEM) - Sérgio Bianchi (Brasil, 103 min, 2010, fic).
Classificação indicativa: 14 anos

26/11 - SÁBADO

15h00

DOCE DE COCO - Allan Deberton (Brasil, 20 min, 2010, fic).
CORTINA DE FUMAÇA - Rodrigo Mac Niven (Brasil, 88 min, 2010, doc).
Classificação indicativa: 12 anos

17h00

CABRA CEGA - Toni Venturi (Brasil, 107 min, 2005, fic).
Classificação indicativa: 14 anos
19h00

BICHO DE SETE CABEÇAS - Laís Bodanzky (Brasil, 74 min, 2000, fic).
Classificação indicativa: 14 anos

27/11 - DOMINGO

15h00

SOBRA UMA LEI - Daiana Di Candia/ Denisse Legrand (Uruguai, 36 min, 2011, doc).
PEQUENAS VOZES - Óscar Andrade e Jairo Eduardo Carrillo (Colômbia, 76 min, 2010, doc).
Classificação indicativa: 10 anos


17h00

CHUVAS DE VERÃO - Carlos Diegues (Brasil, 93 min, 1977, fic).
Classificação indicativa: 16 anos


19h00

MORANGO E CHOCOLATE - Tomás Gutiérrez Alea/ Juan Carlos Tabío (Cuba/ México, 110 min, 1993, fic).
Classificação indicativa: 14 anos

29/11 - TERÇA-FEIRA

15h00

BARRAS E BARREIRAS, RETRATO DE KELLY ALVES - Riccardo Migliore (Brasil, 38 min, 2011, doc).
QUATRO LITROS POR TONEL - Belimar Román Rojas (Argentina/ Venezuela, 70 min, 2010, doc).
Classificação indicativa: 12 anos


17h00

DO OUTRO LADO DO MURO - Eleonora Menutti (Argentina, 12 min, 2010, doc).
ENTRE VÃOS - Luísa Caetano (Brasil, 20 min, 2010, doc).
VOCACIONAL, UMA AVENTURA HUMANA - Toni Venturi (Brasil, 77 min, 2011, doc).
Classificação indicativa: Livre


19h00

O PLANTADOR DE QUIABOS - Coletivo Santa Madeira (Brasil, 15 min, 2010, fic).
MÁSCARA NEGRA - Rene Brasil (Brasil, 15 min, 2010, fic).
UMA NOVA DANÇA - Nicolás Lasnibat (Chile/ França, 23 min, 2010, fic).
Classificação indicativa: 14 anos

30/11 - QUARTA-FEIRA

15h00

ARAGUAYA - A CONSPIRAÇÃO DO SILÊNCIO - Ronaldo Duque (Brasil, 105 min, 2005, fic).
Classificação indicativa: 12 anos


17h00
DAMA DO PEIXOTO - Allan Ribeiro/ Douglas Soares (Brasil, 11 min, 2011, doc).
QUEM SE IMPORTA - Mara Mourão (Brasil, 96 min, 2011, doc).
Classificação indicativa: 10 anos


19h00

D.O.R - Leandro Goddinho (Brasil, 4 min, 2010, doc).
SILÊNCIO 63 - Fábio Nascimento (Brasil , 23 min, 2011, doc).
E A TERRA SE FEZ VERBO - Erika Bauer (Brasil, 77 min, 2011, doc).
Classificação indicativa: 12 anos


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sábado, 26 de novembro de 2011

II SEMINÁRIO DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NEATES



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EXPO AMBIENTAL


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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

25 DE NOVEMBRO - DIA INTERNACIONAL DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER


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HOMENAGEM - MARIO LAGO, 100 ANOS


Ele nasceu na histórica Rua do Resende, no Rio de Janeiro, em 26 de novembro de 1911, filho único de Antônio Lago, um jovem compositor, maestro e violinista de sucesso, de uma família de músicos; e de Francisca Maria Vicência Croccia Lago, jovem descendente de calabreses, oriunda também de família de músicos.

Mário Lago foi criado no bairro da Lapa, no Rio. Formou-se em Direito, mas jamais exerceu a profissão. Chegou a trabalhar como jornalista e estatístico, mas por pouco tempo. Desde criança, a arte exerceu absoluto fascínio sobre ele; uma atração igualada apenas pela política, pela boemia e pela família. A todas elas se dedicou com igual empenho e paixão.

Falecido em 30 de maio de 2002, Mario Lago foi casado por quase 50 anos com Zeli Cordeiro Lago. O ator deixou cinco filhos (Vanda, Antonio Henrique, Graça, Luiz Carlos – falecido em 2010 – e Mário).


Breve currículo

Autor - A estréia de Mário Lago aconteceu em março de 33, como autor teatral. A maior parte de suas peças foi escrita nas décadas de 40 e de 50, para o chamado Teatro de Revista e para atores como Araci Côrtes, Elza Gomes, André Villon, Oscarito e Armando Nascimento. No início dos anos 1970, escreveu a sua última peça teatral: "Foru Quatro Tiradentes na Conjuração Baiana", sobre a Revolução dos Alfaiates, na Bahia. Proibida pela Censura, teve uma única leitura pública, com participação do próprio Mário, ao lado dos atores Oswaldo Loureiro, Wanda Lacerda, Francisco Milani e Milton Gonçalves, entre outros.

Também escreveu roteiros e argumentos para o cinema, entre eles, o do filme Banana da Terra (1939), em parceria com João de Barro, o Braguinha.

Compositor - Na música, estreou em 1936, com a marchinha Menina, eu sei de uma coisa, primeira parceria com Custódio Mesquita. O sucesso viria dois anos depois, com Nada além, da mesma dupla, na gravação de Orlando Silva. Sozinho, ou em parceria com nomes como Ataulfo Alves, Chocolate, Roberto Roberti, Roberto Martins, Benedito Lacerda, Elton Medeiros e João Nogueira, Mário compôs sucessos como Amélia, Atire a primeira pedra, Aurora, Dá-me tuas mãos, Enquanto houver saudade, Fracasso, Será e Número um.

Ator - Em 1942, estreou como ator de teatro, onde criou personagens de grande repercussão, como o Aprígio, no clássico O Beijo no asfalto, de Nélson Rodrigues. No cinema, atuou em alguns dos principais filmes brasileiros, como O Padre e a Moça, de Joaquim Pedro de Andrade, Os Herdeiros, de Cacá Diegues, O Bravo guerreiro, de Gustavo Dahl, e Terra em transe, de Glauber Rocha.

A popularização do ator veio com as novelas, a partir de 1966, destacando-se suas atuações em O Casarão, de Lauro César Muniz, Nina, de Walter George Durst, e Dancing Days, de Gilberto Braga, trabalhos que lhe renderam dois prêmios de Melhor Ator da Associação Paulista de Críticos de Artes e um Golfinho de Ouro.

Seus últimos papéis na TV foram a minissérie Hilda Furacão (1998), de Glória Perez, interpretando o velho boêmio Olavo; o especial Enquanto a Noite não Chega, em dezembro de 2000, e uma participação especial na novela O Clone, de Glória Perez, revivendo o personagem Dr. Molina, de Barriga de Aluguel, da mesma autora. Mário Lago gravou a novela no final de 2001, seis meses antes de falecer.

Radialista - No rádio, foi ator, autor de novelas, produtor e diretor. Seu trabalho mais conhecido foi a série Presídio de Mulheres, que escreveu para a Rádio Nacional e que liderou a audiência da emissora durante cinco anos seguidos. Em 1964, com o golpe militar, Mário Lago foi demitido da Nacional.

Escritor – Autor de 11 livros, Mário estreou com a coletânea de poemas políticos O Povo Escreve a História nas Paredes. Poeta e escritor - Sua produção literária inclui os títulos Chico Nunes das Alagoas, Na Rolança do Tempo, Bagaço de Beira Estrada, Rabo da Noite, Meia Porção de Sarapatel, Manuscrito do Heróico Empregadinho de Bordel, Segredos de Família e o infantil Monstrinho Medonhento, seu maior sucesso editorial. Deixou um livro inconcluso, dedicado às memórias das boas “molecagens” que praticou ao longo da vida.

Leia, aqui, livro inédito de Mário Lago

Militância - Desde jovem, Mário se dividiria entre o trabalho artístico, uma intensa atividade política e a boemia. A participação política lhe rendeu seis prisões, a primeira em janeiro de 1932, e a demissão da Rádio Nacional, em 1964, o que resultou em quase um ano de desemprego. Na época do golpe militar, era procurador do Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro, um dos mais combativos do país.

Mário participou de várias campanhas em defesa dos direitos humanos e do patrimônio do país, como O Petróleo é Nosso, Contra as Armas Nucleares, Campanha da Paz (durante a II Guerra), Anistia (décadas de 40 e 70), Contra a Censura, Diretas Já, Pela Condenação dos Assassinos de Chico Mendes etc. No século XX, não há registro de movimento político do gênero que não tenha tido o apoio e a participação direta de Mário Lago. Curiosamente, jamais foi filiado a qualquer partido. A partir de 1989, passou a dar apoio e militância ao PT, mas sem vínculo de filiação.


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MOSTRA OLHOS NEGROS III

A MOSTRA OLHOS NEGROS III vai de 26 de Novembro até 10 de Dezembro, outra data histórica extremamente importante, e desta vez sinistra: Na noite do dia 9 de Dezembro, os marinheiros atemorizados com boatos espalhados de que o Exército iria puni-los pela rebelião de 22/11/1910, acabaram entrando na pilha, e se inquietaram. E os fuzileiros navais da Ilha das Cobras atiraram sem saber porque. O Governo então esperou a noite passar, e na manhãzinha de 10/12,  mandou bombardear a Ilha das Cobras, onde no início havia 600, mas no final apenas cerca de 250 que não sabiam porque estavam sendo dizimados. A Marinha chamou este bombardeio de "a segunda revolta" e durante o dia 10 forçou o Congresso a aprovar o estado de sítio. Aí, povo, as prisões e mortes de marinheiros aumentaram. Em poucas horas, a Ilha das Cobras estava destruída, e serviria como cárcere para centenas de marinheiros. Aquele período sangrento ocorreu nestas duas semanas, exatamente há 101 anos atrás. MAS para que lembrar destes fatos? Para que tais abusos não se repitam!

O Ponto de Cultura CINEMA BRASIL tem promovido desde 2009 esta mostra de filmes dedicada à Cultura Negra. Agora é a terceira edição. O nome da mostra propõe que os frequentadores descubram uma nova forma de olhar, para perceberem a vida ao seu redor do ponto de vista e com a sensibilidade que os homens e mulheres negros tem para com a sociedade que insiste em lhes discriminar. O que é ter Olhos Negros para com o mundo, um novo Olhar, um sutil perceber? Difícil para a maioria de nós, brancos, negros, mestiços, que fomos "educados" a vida inteira para ignorar ou até reforçar preconceitos.

Fonte: Cinema Brasil


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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

PRIMAVERA DOS LIVROS 2011


A Primavera dos Livros nasceu, no ano 2001, como uma resposta ao processo da pasteurização cultural que ameaçava invadir o mundo das letras e da literatura. Seria a vitória do modelo do best-seller que ocupa todos os espaços nas livrarias, nas grandes bienais do livro e até nas compras governamentais.

Contra este modelo de literatura "hollywoodiana", editoras independentes de grandes grupos empresariais, mas que tinham o orgulho de exibir catálogos fortes, consistentes, fundados ao mesmo tempo na especialização e na diferença, organizaram a 1ª Primavera dos Livros, uma feira diferente, com entrada gratuita e espaço igualitário para as editoras participantes.

O sucesso foi tão grande que o evento deu origem a uma entidade, a Libre, cuja principal bandeira é a luta pela preservação e ampliação da bibliodiversidade, ou seja, a aplicação do conceito e da bandeira da diversidade também para o universo dos livros. É a diferença que dá força à leitura, à reflexão e à democracia.

A grande homenageada desta feira, a professora Heloísa Buarque de Hollanda, não poderia expressar melhor essa luta pela cultura da diferença. Coordenadora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea, diretora da Aeroplano Editora (uma das editoras da Libre) e Consultora e curadora do Portal Literal, Heloísa Buarque vem, desde os anos 1970, quando organizou a coletânea 26 poetas hoje, batalhando pela poesia e pela cultura marginal.

Nos últimos anos, Heloísa tem se dedicado especialmente à relação entre cultura e desenvolvimento, com foco na cultura produzida nas periferias das grandes cidades e no impacto das novas tecnologias digitais e da internet na produção e no consumo culturais. Nada mais Primavera, nada mais Libre.

Nesta 11ª Primavera, contamos com o patrocínio da Secretaria Municipal deCultura do Rio de Janeiro, que nos acompanha desde a primeira edição do evento e com o apoio da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, que realizará o Seminário Anual para Professsores de Sala de Leitura e Bibliotecas para 600 profissionais durante o evento, fortalecendo umas das principais bandeiras da Libre, que é a formação de leitores.

A Libre não poderia, finalmente, deixar de agradecer o apoio da Biblioteca Nacional, que, desta forma, colabora para transformar a bibliodiversidade num presente para o leitor e para a cidade do Rio de Janeiro.

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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

PENSAMENTOS E SONHOS SOBRE O B RASIL

por Leonardo Boff

1. O povo brasileiro se habituou a "enfrentar a vida” e a conseguir tudo "na luta”, quer dizer, superando dificuldades e com muito trabalho. Por que não iria "enfrentar” também o derradeiro desafio de fazer as mudanças necessárias, para criar relações mais igualitárias e acabar com a corrupção?

2. O povo brasileiro ainda não acabou de nascer. O que herdamos foi a Empresa-Brasil com uma elite escravagista e uma massa de destituídos. Mas do seio desta massa, nasceram lideranças e movimentos sociais com consciência e organização. Seu sonho? Reinventar o Brasil. O processo começou a partir de baixo e não há mais como detê-lo.

3. Apesar da pobreza e da marginalização, os pobres sabiamente inventaram caminhos de sobrevivência. Para superar esta anti-realidade, o Estado e os políticos precisam escutar e valorizar o que o povo já sabe e inventou. Só então teremos superado a divisão elites-povo e seremos uma nação una e complexa.

4. O brasileiro tem um compromisso com a esperança. É a última que morre. Por isso, tem a certeza de que Deus escreve direito por linhas tortas. A esperança é o segredo de seu otimismo, que lhe permite relativizar os dramas, dançar seu carnaval, torcer por seu time de futebol e manter acesa a utopia de que a vida é bela e que amanhã pode ser melhor.

5. O medo é inerente à vida porque "viver é perigoso” e sempre comporta riscos. Estes nos obrigam a mudar e reforçam a esperança. O que o povo mais quer, não as elites, é mudar para que a felicidade e o amor não sejam tão difíceis.

6. O oposto ao medo não é a coragem. É a fé de que as coisas podem ser diferentes e que, organizados, podemos avançar. O Brasil mostrou que não é apenas bom no carnaval e no futebol. Mas também bom na agricultura, na arquitetura, na música e na sua inesgotável alegria de viver.

7. O povo brasileiro é religioso e místico. Mais que pensar em Deus, ele sente Deus em seu cotidiano que se revela nas expressões: "graças a Deus”, "Deus lhe pague”, "fique com Deus”. Deus para ele não é um problema, mas a solução de seus problemas. Sente-se amparado por santos e santas e por bons espíritos e orixás que ancoram sua vida no meio do sofrimento.

8. Uma das características da cultura brasileira é a alegria e o sentido de humor, que ajudam aliviar as contradições sociais. Essa alegria nasce da convicção de que a vida vale mais do que qualquer coisa. Por isso deve ser celebrada com festa e diante do fracasso, manter o humor. O efeito é a leveza e o entusiasmo que tantos admiram em nós.

9. Há um casamento que ainda não foi feito no Brasil: entre o saber acadêmico e o saber popular. O saber popular nasce da experiência sofrida, dos mil jeitos de sobreviver com poucos recursos. O saber acadêmico nasce do estudo, bebendo de muitas fontes. Quando esses dois saberes se unirem, seremos invencíveis.

10. O cuidado pertence à essência de toda a vida. Sem o cuidado ela adoece e morre. Com cuidado, é protegida e dura mais. O desafio hoje é entender a política como cuidado do Brasil, de sua gente, da natureza, da educação, da saúde, da justiça. Esse cuidado é a prova de que amamos o nosso pais.

11.Uma das marcas do povo brasileiro é sua capacidade de se relacionar com todo mundo, de somar, juntar, sincretizar e sintetizar. Por isso, ele não é intolerante nem dogmático. Gosta e acolhe bem os estrangeiros. Ora, esses valores são fundamentais para uma globalização de rosto humano. Estamos mostrando que ela é possível e a estamos construindo.

12. O Brasil é a maior nação neolatina do mundo. Temos tudo para sermos também a maior civilização dos trópicos, não imperial, mas solidária com todas as nações, porque incorporou em si representantes de 60 povos que para aqui vieram. Nosso desafio é mostrar que o Brasil pode ser, de fato, um pedaço do paraíso que não se perdeu.


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CRIANÇAS SÃO MAIS VULNERÁVEIS A MUDANÇAS CLIMÁTICAS, DIZ ESTUDO

por Jéssica Lipinski, do CarbonoBrasil


Relatório do Unicef indica que alterações no clima agravarão as condições de vida de milhões de crianças no leste da Ásia e no Pacífico, e aumentarão ainda mais a falta de água e saneamento básico, doenças e desnutrição infantil.

É comum dizer que as crianças são o futuro, mas um novo estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) indica que esse futuro pode estar em perigo, sendo ameaçado pelas mudanças climáticas. Segundo a pesquisa, as alterações do clima agravarão a situação já preocupante de muitas populações do planeta, e atingirão principalmente as crianças, mais frágeis a este tipo de fenômeno. Agora, o que temos que decidir é se deixaremos para nossos filhos um legado diferente, ou se continuaremos a repassar a herança ambiental oferecida por nossos pais.

De acordo com o relatório Vulnerabilidades das Crianças para Mudanças Climáticas e Impactos de Desastres na Ásia Oriental e Pacífico, que traça um panorama para cinco países dessa região (Filipinas, Indonésia, Kiribati, Mongólia e Vanuatu), as transformações ambientais agravarão as condições de vida de milhões de crianças nessas áreas devido à maior ocorrência de falta de água e saneamento básico, doenças e desnutrição infantil.

“As temperaturas mais elevadas têm sido associadas ao aumento das taxas de desnutrição, cólera, doenças diarreicas e doenças como dengue e malária, enquanto que os sistemas imunológicos em desenvolvimento das crianças as colocam em muito mais risco de contrair essas doenças e sucumbirem às suas complicações”, explicou Isiye Ndombi, representante do Unicef para o Pacífico.

O problema é que, não bastassem as transformações ambientais que acontecerão, muitas crianças nessas regiões já passam por esses tipos de problemas, o que tornará a situação ainda pior. Para se ter uma ideia, uma em cada quatro crianças dessas áreas já sofre com a desnutrição.

“As descobertas nesse relatório nos lembram da conexão entre as mudanças climáticas e os outros desafios em relação a crianças. Elas também nos lembram que as experiências das crianças e os riscos que elas enfrentam em termos de sua saúde, educação e desenvolvimento são únicos”, alertou Anupama Rao Singh, diretora regional do Unicef para o Leste da Ásia e do Pacífico.

Além do cenário sobre a influência das mudanças climáticas na vida das crianças, o documento também apresenta a perspectiva do fenômeno do ponto de vista das crianças. Nas Filipinas, por exemplo, elas disseram aos pesquisadores que os períodos de chuva estavam mais intensos. No Kiribati, que a erosão costeira estava piorando, e na Mongólia, que os invernos estavam mais rigorosos e os recursos hídricos estavam diminuindo.

Em Vanuatu, elas afirmaram que a contaminação da água doce pela água salgada estava aumentando. Já na Indonésia, na Mongólia, no Pacífico, onde 50% da população depende da agricultura, as crianças declararam que as mudanças climáticas já haviam afetado a renda da família, sendo que, em alguns casos, elas próprias foram retiradas da escola para ajudar a família no trabalho e na coleta de água e de combustível.

“As crianças frequentemente sabem mais a respeito do problema das mudanças climáticas do que seus pais ou avós, porque problemas sobre mudanças climáticas estão sendo ensinados nas escolas e porque as crianças estão acessando mídias ambientais por meio de fontes de comunicação eletrônicas mais regularmente do que os mais velhos”, observou Ndombi.

A análise também revela que crianças que são educadas informadas a respeito do fenômeno tendem a dividir o conhecimento aprendido com suas famílias e comunidades, contribuindo para a proteção e preparação da população, além de aprenderem a se proteger e a se preparar sozinhas.

“Crianças não são espectadoras passivas e não deveriam nunca ser tratadas simplesmente como vítimas desamparadas. Elas têm capacidades que formam a base para sua participação ativa em respostas, preparação e mitigação emergenciais. Elas são comunicadoras eficientes do risco e condutoras de mudanças em suas comunidades”, enfatizou Ndombi.

“Engajar as crianças na adaptação e nas estratégias de redução de desastres será vital para o sucesso futuro. As crianças têm perspectivas únicas em seu ambiente, o que faz delas agentes vitais para melhorar a capacidade da comunidade para lidar com os riscos das mudanças climáticas”, concordou Rao Singh.

Além dessas informações, o relatório sugere ainda: preparar-se para riscos, ampliar a base de conhecimento com o reforço de vigilância, incluir as mudanças climáticas em documentos para crianças, fortalecer e intensificar sistemas e programas de saúde e nutrição, aumentar a proteção social, promover a educação ambiental, garantir a participação das crianças em esforços de adaptação às mudanças climáticas e expandir as intervenções de sucesso.

“Os impactos das mudanças climáticas nas vidas e no bem-estar das crianças são reais e as políticas e decisões feitas hoje darão o tom aos próximos anos. Agora é a hora de colocar em prática estratégias de adaptação que garantam que os riscos específicos para as crianças serão abordados. Fazendo isso, iremos de alguma forma ajudar a construir um mundo resistente ao clima para as crianças”, concluiu Rao Singh.

* Fonte: CarbonoBrasil.

 
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sábado, 19 de novembro de 2011

20 DE NOVEMBRO - DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA


A educação é um ato permanente, dizia Paulo Freire, e neste sentido que é necessário que construamos instrumentos para a construção de uma sociedade anti-racista, que privilegia o ambiente escolar como um espaço fundamental no combate ao racismo e à discriminação racial.

Sabemos das dificuldades, mas avaliamos ser importante dividir este momento com aqueles e aquelas que desejam uma educação verdadeiramente emancipadora , humanista e não racista.

Neste sentido, em atendimento às atuais demandas e necessidades educativas e pedagógicas que emergem das práticas sociais, bem como, o que estabelece a legislação vigente e as políticas públicas, em especial, a implementação das leis 10.639/2003 e 11.645/2007.

Devemos fazer a nossa parte e estamos tentando construir junto com todos e todas novas práticas de respeito ao ser humano.

Os 122 anos que nos separam da Lei Áurea não foram suficientes para resolver uma série de problemas decorrentes das dinâmicas discriminatórias forjadas ao longo dos quatro séculos de regime escravocrata.

Trazendo para nossa atualidade se considerarmos os mapas de escolaridade encontrado no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), bem como os dados na publicação do INSPIR (Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial), não precisaremos fazer muito esforço para compreender a extrema necessidade de diminuir a desigualdade sócio-econômicas a que está submetida a população negra ou parda de nosso país, um total de 43,7% da população brasileira.

Por isso, é necessário que problematizemos a questão da diversidade étnico–racial no âmbito do currículo das escolas , tanto quanto afirmar e estabelecer princípios, objetivos, estratégias para o desenvolvimento de práticas da educação das relações étnico-raciais.

Dia 20 de novembro , dia Nacional da Consciência Negra, nos leva a refletir: que tipo de consciência é esta que construímos no decorrer de nossa história?

Profª Guilhermina Rocha
Especialista em Educação e Historiadora
Presidente do CEPRO


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O PREÇO DO LIVRE ACESSO


por Nara Bianconi e Pedro Dias

Você já se perguntou como plataformas de compartilhamento de conteúdo conseguem se sustentar e seguir funcionando? Ou como é possível regulamentar o uso desse conteúdo para evitar a pirataria? Entenda o novo paradigma do compartilhamento de informação.

Responda rápido: quando foi a última vez que você comprou um cd ou dvd em uma loja? E quando foi a última vez que baixou músicas e filmes no computador? Não há como negar que o livre compartilhamento de conteúdo na internet mudou completamente o comportamento do consumidor. Ainda, colocou em xeque negócios milionários de gravadoras, editoras e empresas que tinham seu lucro pautado na venda de produtos protegidos por direitos autorais, e que estão tendo que repensar seus modelos para se adequar à nova realidade.

O cenário criou alternativas para o tradicional licenciamento e divulgação, caso da licença Creative Commons, que em dez anos de existência já disponibiliza mais de 400 milhões de obras na rede. Com ela, autores escolhem o nível de compartilhamento permitido – de uso pessoal a comercial, apenas trechos ou a íntegra do conteúdo, entre outras possibilidades. “O Creative Commons é uma ferramenta que estabelece novos mecanismos de distribuição de informação e incentiva a colaboração, com a produção de conteúdos feitos coletivamente, como é o caso da Wikipedia”, explica o diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas, Ronaldo Lemos.

Licenciada sob Creative Commons, a enciclopédia também completa uma década, batendo a casa dos 26 milhões de artigos em 251 idiomas. Os números impressionam e sua contribuição é inquestionável. Entretanto, dúvidas quanto ao seu modelo de negócio não comercial, que faz com que a empresa sobreviva de doações e receba muitas críticas por ser editada por qualquer usuário sem a tutela de especialistas que endossem o conteúdo, surgem todo o tempo. E essa efervescência de questionamento só vem a contribuir para a evolução da dinâmica de compartilhamento de conteúdo.

Este ano, Alex Konanykhin, fundador e presidente da WikiExperts.us, apresentou a primeira rede de escritores por contrato para editar de uma maneira rigorosa os conteúdos incluídos na Wikipédia. Konanykhin afirmou que a maneira como a empresa está estruturada hoje, sem cobrar pela edição dos artigos publicados e sem incluir publicidade em seu endereço, faz com que ela perca a oportunidade de trabalhar com profissionais que somem ao produto.

“Os colaboradores qualificados devem ser recompensados. A história demonstrou repetidas vezes que o trabalho gratuito não é o modelo de negócio ideal a longo prazo, nem em grande escala”, declarou Konanykhin à revista Exame. No final do ano passado, Jimmy Wales, cofundador da enciclopédia digital, estampou seu rosto na primeira página do site em uma campanha na qual pedia por doações. Arrecadou US$ 16 milhões e investiu em tecnologia. Frente ao Google, que alcança US$ 23 bilhões anuais em publicidade, o valor angariado pela Wikipédia parece apenas um trocado.


O compartilhamento é sustentável?

Se plataformas de livre compartilhamento de conteúdo não costumam cobrar pelos produtos que oferecem, resta saber quem é que paga essa conta. O jornalista Robert Levine, antigo editor das revistas Billboard e Wired, apontou em seu livro recente Free Ride, que são as grandes empresas de tecnologia da informação que costumam financiar, por meio de doações, essas organizações. Em suas pesquisas, descobriu que o Creative Commons recebeu US$ 1,5 milhão do Google em 2008 e mais US$ 500 mil em 2009.

“Acreditava que a indústria fonográfica e os produtores de conteúdo em geral deveriam abrir seus produtos, gratuitamente, na internet. Até notar, aos poucos, que as empresas de tecnologia cresciam lucrando com os mesmos produtos, mas resistiam a pagar por eles”, disse Levine à Folha de S.Paulo.

Nas 320 páginas do livro, o jornalista chama a atenção para uma questão pertinente nessa discussão: “quem tem o poder, o produto ou a plataforma?”. Estes sempre foram os dois lados na indústria do entretenimento, e, no modelo tradicional, o produto sempre valeu muito. Entretanto, com a internet, você não precisa pagar nada, então o desafio agora é fazer a plataforma pagar pelo valor do produto.

“A internet não foi estruturada para vender coisas, ela nasceu para compartilhar informações”, afirma ele. “Ainda assim, a Apple conseguiu construir um sistema muito bom para vender coisas e o Google disse que isso era imoral. Eu acho que é ruim para os negócios do Google, porque, quanto mais informação vai para a internet, mais ele lucra. Entretanto, se você quer lucrar também, precisa vender sua informação. Precisamos então estruturar um sistema para compartilhar os ganhos”, decreta.


O que pode e o que não pode

Na discussão sobre compartilhamento, direitos autorais e obtenção de lucro com o conteúdo disponibilizado está outro ponto delicado: o da pirataria. Enquanto Levine acredita que as discussões seguem por um rumo duvidoso, em que a grande preocupação é encontrar quem deve responder legalmente pelo ato ao invés de propor leis que estabeleçam limites do que é ou não permitido, governos pelo mundo se juntam em um Acordo Anti-Falsificação Comercial, conhecido como ACTA.

Assinado por Estados Unidos, Canadá, Coreia do Sul, Japão, Marrocos, Cingapura, Austrália e Nova Zelândia em 1º de outubro deste ano, o ACTA é um tratado que prevê punições sérias para acusados e cúmplices de pirataria na internet, incluindo o usuário que fizer, por exemplo, o download de um filme. Os signatários adotam uma posição contrária ao livre compartilhamento de conteúdo, e, dessa forma, desmotivam a afiliação de produtores de conteúdo às licenças abertas.

“O ACTA busca suprir uma demanda de autores e produtores de bens culturais que buscam possibilidades de controle sobre o que é disponibilizado no meio digital. Porém, essas medidas devem estar compatibilizadas com as necessidades e o grau de desenvolvimento de cada país, não podendo ser adotadas como receita única para o combate à pirataria”, pontua a diretora de Direitos Intelectuais do Ministério da Cultura, Márcia Regina Vicente Barbosa.

Ronaldo Lemos, da FGV, ressalta que o sistema de propriedade intelectual já se encontra em grave desequilíbrio e que, em sua opinião, o ACTA estabelece uma política ainda mais restritiva para a questão. “No Brasil, quem copia músicas de um CD para o seu iPod está violando o texto da lei”, pontua.

No fim das contas, enquanto iniciativa pública e privada tentam defender interesses aqui e ali, produtores e consumidores de informação equilibram-se entre partilhar e negociar conteúdos, numa massa de tentativas, estratégias, êxitos e falhas que constroem o novo paradigma do compartilhamento de conteúdo pelo mundo.



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CRIANÇAS NEGRAS AINDA SÃO PRETERIDAS POR FAMÍLIAS CANDIDATAS À ADOÇÃO

da Agência Brasil

Três anos após a criação do Cadastro Nacional de Adoção, as crianças negras ainda são preteridas por famílias que desejam adotar um filho. A adoção inter-racial continua sendo um tabu: das 26 mil famílias que aguardam na fila da adoção, mais de um terço aceita apenas crianças brancas. Enquanto isso, as crianças negras (pretas e pardas) são mais da metade das que estão aptas para serem adotadas e aguardam por uma família.

Apesar das campanhas promovidas por entidades e governos sobre a necessidade de se ampliar o perfil da criança procurada, o supervisor da 1ª Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal, Walter Gomes, diz que houve pouco avanço. “O que verificamos no dia a dia é que as família continuam apresentando enorme resistência [à adoção de crianças negras]. A questão da cor ainda continua sendo um obstáculo de difícil desconstrução.”

Hoje no Distrito Federal há 51 crianças negras habilitadas para adoção, todas com mais de 5 anos. Entre as 410 famílias que aguardam na fila, apenas 17 admitem uma criança com esse perfil. Permanece o padrão que busca recém-nascidos de cor branca e sem irmãos. Segundo Gomes, o principal argumento das famílias para rejeitar a adoção de negros é a possibilidade de que eles venham a sofrer preconceito pela diferença da cor da pele.

“Mas esse argumento é de natureza projetiva, ou seja, são famílias que já carregam o preconceito, e esse é um argumento que não se mantém diante de uma análise bem objetiva”, defende Gomes. O tempo de espera na fila da adoção por uma criança com o perfil “clássico” é em média de oito anos. Se os pretendentes aceitaram crianças negras, com irmãos e mais velhas, o prazo pode cair para três meses, informa.

Há cinco anos, a advogada Mirian Andrade Veloso se tornou mãe de Camille, uma menina negra que hoje está com 7 anos. Mirian, que tem 38 anos, cabelos loiros e olhos claros, conta que na rotina das duas a cor da pele é apenas um “detalhe”. Lembra-se apenas de um episódio em que a menina foi questionada por uma pessoa se era mesmo filha de Mirian, em função da diferença física entre as duas.

“Isso [o medo do preconceito] é um problema de quem ainda não adotou e tem essa visão. Não existe problema real nessa questão, o problema está no pré-conceito daquela situação que a gente não viveu. Essas experiências podem existir, mas são muito pouco perto do bônus”, afirma a advogada.

Hoje, Mirian e o marido têm a guarda de outra menina de 13 anos, irmã de Camille, e desistiram da ideia de terem filhos biológicos. “É uma pena as pessoas colocarem restrições para adotar uma criança porque quem fica esperando para escolher está perdendo, deixando de ser feliz.”

Para Walter Gomes, é necessário um trabalho de sensibilização das famílias para que aumente o número de adoções inter-raciais. “O racismo, no nosso dia a dia, é verificado nos comportamentos, nas atitudes. No contexto da adoção não tem como você lutar para que esse preconceito seja dissolvido, se não for por meio da afirmatividade afetiva. No universo do amor, não existe diferença, não existe cor. O amor, quando existe de verdade nas relações, acaba por erradicar tudo que é contrário à cidadania”, ressalta.


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