A festa
de origem anglo-saxônica, levada para os EUA no século XIX chegou até aqui e
ficou conhecida como o Dia das Bruxas. No Brasil a festa com características
americanas ganha cada dia mais força entre os jovens, que promovem festas à
fantasia para curtirem a data mesmo sem entender o porquê, sem nenhuma ligação
com as nossas raízes culturais.
Na
tentativa de valorizar o folclore nacional e diminuir a influência da cultura
americana, em 2003 institucionalizaram o dia 31 de outubro como o Dia do Saci.
A comemoração anual do “Dia do Saci” permite um contato com a variedade e a
beleza das tradições do nosso povo, fortalecendo assim o processo de
consolidação da identidade nacional. Criar, na mesma data, o “Dia do Saci” é,
portanto, uma forma de se oferecer à juventude brasileira a alternativa de
festejar as manifestações de sua própria cultura.
Há quem
diga que a lenda do Saci surgiu no sul do Brasil, em meados do século XVIII,
onde as histórias populares contam as travessuras de um pequeno índio de rabo
que assustava os animais e destruía plantações. A figura do saci vem da
mitologia africana que aqui se transformou em um menino negro que perdeu a
perna lutando capoeira, que ganhou um cachimbo e um gorrinho vermelho, de
influência européia, transformando-se em nosso Saci Pererê. Com toda essa
mistura, resultou num moleque brincalhão e travesso que se diverte com animais
e pessoas. Gosta de causar transtornos escondendo objetos.
Assim a
Comissão de Educação e Cultura elaborou o Projeto de Lei Federal nº 2.479, de
2013, que institui o 31 de Outubro como sendo o Dia do Saci. Muitas cidades
brasileiras, como São Paulo, já instituíram a data. Ao invés de sair pelas ruas
fantasiado com as roupas típicas do Halloween norte-americano, no Dia do Saci
as pessoas podem optar por fantasias que caracterizem os seres sobrenaturais do
folclore brasileiro, como o Saci-Pererê, a Matinta Pereira, o Curupira, a
Caipora, entre outros.
Para
fortalecer a data aqui no Brasil podemos incentivar algumas atividades para partilhar
com as crianças o Dia do Saci, como contar histórias sobre a lenda do
Saci-Pererê, fazer uma peça de teatro com o Saci-Pererê como personagem
principal, fazer desenhos do Saci e das demais figuras mitológicas da cultura
brasileira.
Goiânia - A discussão sobre
direitos humanos não precisa (e nem deve) ser papo apenas para adultos.
Pensando nisso, uma série de livros foram publicados para que a
abordagem sobre o tema esteja presente também no cotidiano das
crianças.
Uma lista reproduzida nesta segunda-feira (26/10) pelo blog Brasil
Post, assinado por Andréa Martinelli, traz boas opções de leitura. Os
títulos destacam a importância da conversa sobre direitos humanos com
textos leves e de fácil compreensão para crianças. Veja a lista:
1 - Malala - A menina que queria ir para a escola
No primeiro livro-reportagem destinado ao público infantil, a
jornalista Adriana Carranca relata às crianças a história da adolescente
paquistanesa Malala Yousafzai, baleada por membros do Talibã aos
catorze anos por defender a educação feminina. Na obra, a repórter traz
suas percepções sobre o vale do Swat, a história da região e a definição
dos termos mais importantes para entender a vida desta menina tão
corajosa
2 - A esperança é uma menina que vende frutas
Viajando de trem para uma cidade grande, uma garota sobe em seu
beliche, silenciosa mas com olhos que parecem dizer muitas coisas, e
permanece ali, sem comida e companhia. É com essa recordação que Amrita
Das inicia este livro, resultado de uma oficina de texto e ilustração
que cursou em Chennai, na Índia. Como uma das mais importantes
representantes da arte folclórica indiana chamada Mithila, a artista
aproveita este espaço para falar sobre as dificuldades de uma infância
pobre, a vida das mulheres na Índia, a luta pela liberdade em uma
sociedade patriarcal, entre outros assuntos que, de uma forma ou de
outra, dizem respeito a todos nós. Através de belas palavras e imagens,
ela apresenta a sua história e dissemina um pouco da esperança que
parece acompanhar sua arte.
3 - O que é a Liberdade?
Para muitos, o passarinho é um símbolo da liberdade. Mas será que ele
se sente livre mesmo? E afinal, o que é a liberdade? Foi pensando nesse
conceito tão difícil de compreender que Renata Bueno escreveu este livro
recheado de diálogos curiosos entre um passarinho e personagens como um
lápis, um camaleão, um espelho, um mágico... As respostas poéticas de
cada um deles sobre o que é a tal da liberdade vão fazer tanto o
passarinho quanto os leitores perceberem que essa sensação pode ser
diferente para cada um de nós — e nem por isso menos autêntica.
4 - Flicts
Em Flicts, Ziraldo conta a história de um mundo que é feito de cores,
mas nenhuma é Flicts. Uma cor rara, frágil, triste, que procurou em vão
por um amigo. Abandonada, Flicts olhou para longe, para o alto, e subiu,
e teve que sumir, para finalmente encontrar-se.
5 - Acompanhando meu pincel
Ao percorrer as delicadas e vibrantes ilustrações nas páginas deste
livro, o leitor fica conhecendo a história de como a sua autora, a
indiana Dulari Devi, se tornou uma artista. Nascida em uma família
pobre, de tradição pescadora, ela precisou trabalhar na infância,
ajudando a mãe na plantação de arroz, cuidando dos irmãos mais novos em
casa, fazendo trabalhos domésticos para os vizinhos. O que mais gostava
de fazer, no entanto, era parar no caminho para ver as outras crianças
brincarem.
6 - A diaba e sua filha
Todos os dias, ao anoitecer, uma diaba de pele escura, olhos brilhantes
e roupas muito limpas sai pelas ruas da cidade, batendo de porta em
porta, em busca de sua filha perdida. Prestes a ajudá-la, as pessoas
reparam que ela tem cascos negros e delicados no lugar dos pés e
imediatamente a expulsam de suas casas, apagando as luzes até que se
afaste. Ao narrar esse conto de mistério, antes uma alegoria sobre
nossos próprios medos e preconceitos, a autora coloca bem e mal,
humanidade e demônios, nós e os outros na mesma página, nos desafiando a
buscar qualquer traço de humanidade dentro de nós mesmos.
7 - A Bela Desadormecida
Quando Belinha nasceu, seus pais deram uma grande festa e chamaram todo
o mundo, menos a bruxa. Mas ela compareceu mesmo sem convite e levou
como presente uma maldição: ao completar catorze anos, Belinha seria
picada no dedo e, nesse instante, ela e todos os que estivessem por
perto dormiriam um século. Os pais de Bela passaram catorze anos
evitando que a filha se aproximasse de objetos pontudos ou cortantes.
Mas o que aconteceu quando chegou o dia tão temido? É para esse momento
que converge toda a emoção da história. O desenlace, como se verá, é
adequado à época em que Belinha vive: ela é uma menina da metrópole,
mora num apartamento e gosta de rock. As ilustrações, que têm um
colorido pouco habitual nos livros infantis, colaboram para que nada
seja adocicado nessa Belinha que desadormece, ainda que nela se espelhe a
doçura dos contos de fada.
8 - A História de Júlia - E sua sombra de menino
Os pais de Júlia a criticam muito, sempre dizendo que ela se parece com
um menino, no jeito, nas rouaps etc. Numa manhã, a garota percebe que
sua sombra adquire o formato de um garoto, repetindo todos os seus
gestos. Júlia se sente triste e acaba questionando sua própria
identidade.
9 - É tudo família!
Davi tem um três-quartos-de-pai que ele adora. Carla e Maurício têm
duas mães e dois pais. Carolina está muito triste e não quer ter outra
mãe. Paula ganha duas festas por ano: a de aniversário e a de dia da
chegada. O pai de Maurício chama-o de pituquinho. Lucinha tem a voz
igualzinha à da mãe. Porém, todos têm algo em comum: pertencem a uma
família, e toda família é única!
10 - O nascimento de Celestine
O nascimento de Celestine ocupa um lugar especial na obra da artista
belga Gabrielle Vincent (1928-2000), criadora da série de álbuns
ilustrados Ernest e Celestine, que conta com admiradores em todo o mundo
- e já inspirou um longa-metragem de animação de mesmo nome, finalista
do Oscar 2014. Neste livro de imagens, com delicadas ilustrações a
pincel e tinta sépia, a autora narra a história de como Ernest, um urso
solitário e de bom coração, encontrou a ratinha Celestine - e de como
ambos se tornaram companheiros inseparáveis. Um clássico sensível e
comovente, que praticamente dispensa as palavras, e toca direto o
coração do leitor.
11 - O mundo no black power de Tay'o
Tayó é uma princesinha que chega em forma de espelho para que outras
princesinhas se mirem, se reconheçam e cresçam, cumprindo a única missão
que nos foi dada, ao virmos viver neste planeta: a de sermos felizes.
12 - Um outro país para Azzi
A partir do olhar da menina Azzi, este livro retrata uma família do
Oriente Médio, que se vê obrigada a fugir quando a guerra começa a
afetar sua rotina. “Às vezes, o barulho das metralhadoras nos
helicópteros era tão alto que as galinhas ficavam assustadas e paravam
de botar ovos”, conta a protagonista, nessa narrativa ricamente
ilustrada, revelando sua perspectiva da aproximação do conflito.
13 - Crianças como você
Celina, do Brasil, Ji-Koo, da Coréia do Sul, Houda, do Marrocos, Meena,
da Índa, Esta, da Tanzânia... Crianças de verdade falam e escrevem
sobre sua vida e seu jeito de ser. Surpreendente e emocionante, este
livro é um marco. Ele faz uma viagem pelas diferentes culturas do mundo e
mostra o cotidiano das crianças nos mais variados países. Editado em
associação com o Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância.
FONTE : AR. a redação
CEPRO - Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras.
Você sabia que a poesia tem espaço
especial no calendário brasileiro? É isso mesmo! No Brasil, dedicamos um
dia para celebrar a poesia nacional. Até meados do ano de 2015, a data
era comemorada em 14 de Março, uma homenagem a um de nossos maiores
poetas, Antônio Frederico de Castro Alves, nascido na cidade de
Curralinho, nessa data, no ano de 1847. Porém, essa celebração não era
oficial. Houve uma proposta de lei para que a comemoração fosse
oficializada no dia 14 de Março, mas o Projeto foi arquivado. A
presidente Dilma, então, em 3 de junho de 2015, sancionou a Lei 13.131/2015, que criou oficialmente o Dia Nacional da Poesia.
Esse Projeto de Lei, sugerido pelo senador Álvaro Dias, teve proposta
aceita para que o Dia Nacional da Poesia fosse comemorado no dia 31 de Outubro, nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade.
Drummond, nascido em Minas Gerais, no ano
de 1902, é um dos maiores poetas brasileiros, sendo reconhecido
internacionalmente. Em Belo Horizonte, estudou, trabalhou como
funcionário público e iniciou sua carreira como escritor. Fundador do
periódico A Revista, órgão oficial do modernismo mineiro, foi destaque desse movimento literário. Em 1930, publicou sua primeira obra, Alguma poesia,
quando o modernismo já estava consolidado em terras brasileiras. Com
poemas que abordam temas de nosso cotidiano (família e amigos, conflitos
sociais, existência humana etc.) e uma escrita com toques de ironia e
pessimismo, Drummond é um marco na literatura brasileira.
Em 1987, infelizmente, no Rio de Janeiro, o autor faleceu, doze dias
após a morte de sua filha única, Maria Julieta Drummond de Andrade, amor
maior da vida do autor.
Confira o que Drummond nos deixou e entenda o porquê do autor ser o
homenageado e ter o dia de seu nascimento marcado no calendário
brasileiro como o Dia Nacional da Poesia.
Obras em destaque
Série “Nova Reunião”, da Editora Best Seller
Capa de Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade, Acervo Instituto Moreira Salles, 1920
Alguns poemas de Drummond
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Receita de ano novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Liberdade
O pássaro é livre
na prisão do ar.
O espírito é livre
na prisão do corpo.
Mas livre, bem livre,
é mesmo estar morto.
Declarações do poeta sobre a vida e a literatura
→ Carlos Drummond de Andrade em documentário de Fernando Sabino e David Neves. 1972.
31 de Outubro – Dia Nacional da Poesia
Datas Comemorativas
Dilma Rousseff sancionou lei que
oficializa o dia 31 de outubro, dia do nascimento de Carlos Drummond de
Andrade, como o Dia Nacional da Poesia.
0
PUBLICIDADE
Você
sabia que a poesia tem espaço especial no calendário brasileiro? É isso
mesmo! No Brasil, dedicamos um dia para celebrar a poesia nacional. Até
meados do ano de 2015, a data era comemorada em 14 de Março, uma
homenagem a um de nossos maiores poetas, Antônio Frederico de Castro
Alves, nascido na cidade de Curralinho, nessa data, no ano de 1847.
Porém, essa celebração não era oficial. Houve uma proposta de lei para
que a comemoração fosse oficializada no dia 14 de Março, mas o Projeto
foi arquivado. A presidente Dilma, então, em 3 de junho de 2015,
sancionou a Lei 13.131/2015, que criou oficialmente o Dia Nacional da Poesia.
Esse Projeto de Lei, sugerido pelo senador Álvaro Dias, teve proposta
aceita para que o Dia Nacional da Poesia fosse comemorado no dia 31 de Outubro, nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade.
Drummond, nascido em Minas Gerais, no ano
de 1902, é um dos maiores poetas brasileiros, sendo reconhecido
internacionalmente. Em Belo Horizonte, estudou, trabalhou como
funcionário público e iniciou sua carreira como escritor. Fundador do
periódico A Revista, órgão oficial do modernismo mineiro, foi destaque desse movimento literário. Em 1930, publicou sua primeira obra, Alguma poesia,
quando o modernismo já estava consolidado em terras brasileiras. Com
poemas que abordam temas de nosso cotidiano (família e amigos, conflitos
sociais, existência humana etc.) e uma escrita com toques de ironia e
pessimismo, Drummond é um marco na literatura brasileira.
Em 1987, infelizmente, no Rio de Janeiro, o autor faleceu, doze dias
após a morte de sua filha única, Maria Julieta Drummond de Andrade, amor
maior da vida do autor.
Confira o que Drummond nos deixou e entenda o porquê do autor ser o
homenageado e ter o dia de seu nascimento marcado no calendário
brasileiro como o Dia Nacional da Poesia.
Obras em destaque
Série “Nova Reunião”, da Editora Best Seller
Capa de Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade, Acervo Instituto Moreira Salles, 1920
Alguns poemas de Drummond
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Receita de ano novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Liberdade
O pássaro é livre
na prisão do ar.
O espírito é livre
na prisão do corpo.
Mas livre, bem livre,
é mesmo estar morto.
Declarações do poeta sobre a vida e a literatura
→ Carlos Drummond de Andrade em documentário de Fernando Sabino e David Neves. 1972.
Antologia Poética, Carlos Drummond de Andrade, pela Editora Record
FONTE : UOL EDUCAÇÃO - BRASIL ESCOLA
Gostaria de fazer a
referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
PACHECO, Mariana do Carmo.
"31 de Outubro – Dia Nacional da Poesia"; Brasil Escola.
Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-nacional-poesia.htm.
Acesso em 31 de outubro
de 2
29 de outubro !A leitura e a escrita são práticas muito importantes para o desenvolvimento intelectual e cognitivo, bem como para o desenvolvimento socioemocional. Como a leitura tem um grande potencial formador, é fundamental incentivá-la na escola, mostrando aos alunos os benefícios que os livros podem trazer para as suas vidas.
No Dia Nacional do Livro nada melhor do que refletir a respeito da importância de se praticar e incentivar a leitura. Vamos celebrar essa data juntos? Continue lendo!
CEPRO - Biblioteca Popular Patativa do Assaré
CENTRO CULTURAL DE EDUCAÇÃO POPULAR DE RIO DAS OSTRAS
O CEPRO –
Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras - é uma entidade da
sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada no município de Rio das Ostras,
estado do Rio de Janeiro, em 30 de maio de 2008. Investe suas ações sociais a
partir de alguns pilares: Educação, Arte, Cultura, Infância-Juventude, Meio
Ambiente, Direitos Humanos e Cidadania. Conforme seu estatuto social, a
instituição atende a crianças e adolescentes em situação de risco ou não,
jovens e adultos, trabalhando a cidadania e o resgate da auto-estima e para
isso investindo em projetos sócio-culturais e de geração de renda. Nosso
desafio é promover a democratização de oportunidades através do ativismo e da
mobilização da sociedade.
Nesses 12
anos o CEPRO concentrou sua energia em torno de duas convicções que
norteiam o projeto: a de cuidar de crianças e jovens em situação de risco e de
suas famílias, promovendo ações que não sejam assistencialistas, mas
permanentes; e, ao mesmo tempo, a de criar oportunidades aos assistidos para
que possam aprender a ganhar com seus próprios esforços ampliando suas chances
de melhorar a qualidade de vida de suas famílias.
Nosso
projeto está voltado para a promoção da cidadania, da cultura, da arte, da
educação e da inclusão social, atendendo a crianças, jovens e adultos,
moradores de Rio das Ostras, em especial do bairro Residencial Praia Âncora,
onde se localizava o antigo “lixão” da cidade.
É
evidente que esse processo de fortalecimento da cidadania e da política social
é longo e penoso. No entanto, este compromisso é fundamental para que possamos
cumprir as obrigações assumidas com nossa sociedade e, assim, contribuir para
erradicar a pobreza, reduzir as desigualdades sociais e construir uma sociedade
mais livre, justa e solidária, conforme o art. 3.º da Constituição Federal que
estabelece os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
Neste
compromisso, o CEPRO é uma organização civil que tem como propósito
apoiar, gratuitamente, a população de Rio das Ostras, em especial do bairro
Residencial Praia Âncora, na luta pelo processo de democratização da sociedade
brasileira e de inclusão social de parcela carente de políticas públicas.
Realizamos
este sonho através dos projetos: Biblioteca Popular “Patativa do Assaré”, que
se desdobra na Oficina da ContAção de História; Ciranda da Leitura; Varal do
Cordel; Projeto Reforço Escolar; Cidadania, Arte e Cultura; Inclusão + Digital;
Brinquedoteca; Oficina de Arte e Reciclagem ( Artesanato e Geração de Renda);
Oficina Ambiental e na participação e divulgação das campanhas pela Defesa do
Direitos Sociais.
Por fim,
almejamos que neste momentopossamos
refletir usando as palavras de Mahatma Gandhi “Seja a mudança que você deseja
ver no mundo”
Agradecemos
a todos o apoio e o incentivo aos Projetos do CEPRO.
Diretoria do CEPRO
UM PROJETO DE CIDADANIA, EDUCAÇÃO , CULTURA E DIREITOS HUMANOS EM RIO DAS OSTRAS E REGIÃO.
Endereço: Alameda Casimiro de Abreu , 292 , 3º andar , sala 311- Centro - Rio
das Ostras Cel.:(22)99871-2894.