A maioria dos(as) leitores(as) estará diante de diversos artigos que trarão satisfação e alegria por mais um aniversário de nossa cidade. Ela chegou à maioridade! Desde sua emancipação a cidade vem tentando construir sua própria marca trazida pelos indígenas e portugueses. Ela cresceu – e põe crescimento nisso! Tanto do ponto de vista geográfico em ocupações desordenadas, quanto populacional que, segundo os dados do IBGE, em menos de 6 anos o município teve um aumento de 400%.
Poderíamos estar aqui levantando diferentes fatores que contribuíram para esse crescimento.
Infelizmente, as opiniões se dividem sobre o que chamamos “desenvolvimento”. Existem aqueles que gostariam que a cidade de Rio das Ostras se mantivesse como “antigamente” com o bucolismo e a tranquilidade, sem muito trânsito e multidão”.
Outros avaliam ser positivo o seu crescimento e desenvolvimento. Assim, produz oportunidade de emprego e renda, a cidade entra no cenário nacional.
Penso que, tanto uma como outra visão, apesar de distintas trazem alguns elementos significativos para a organização administrativa de uma cidade. Ambas as visões combinam memória e tradição cultural com inovações e experiências bem sucedidas, que contribuem para o crescimento econômico e administrativo da cidade.
Entretanto, este é o Brasil, um país de contradições. Poucos lugares no mundo apresentam contrastes tão intensos e enraizados, e com tanto potencial de crescimento.
O desafio é construir uma cidade no mundo contemporâneo que combine o binômio “experiência e renovação”. Não é uma fórmula, mas tende a ser um bom ingrediente.
Um outro aspecto muito evocado é o da “responsabilidade social”, muitas às vezes utilizada, demagogicamente, como um efeito de marketing. Responsabilidade Social é um lema muito empregado e praticado por alguns governos e empresas. O nosso entendimento é que precisa ocorrer de fato, fazendo parte do seu programa de ação e de governo.
Em pleno século XXI notícias demonstram os desafios para a superação das desigualdades ainda marcantes em nosso ESTADO. Escolas públicas precárias, falta de professores, profissionais mal-remunerados, taxa de analfabetismo ainda elevada, pouco acesso ao estudo universitário tanto para os jovens com os adultos, violência, principalmente, contra os jovens, que tem aumentado assustadoramente.
Outro aspecto são as tecnologias de ponta em áreas como exploração do petróleo e o biocombustível que contrastam com indústrias reféns do setor primário. Além, da ausência de mecanismos mais democráticos que garantam a participação da população e em suas decisões, como a construção dos marcos regulatórios sobre o royalties do petróleo e outros.
Não podemos permitir nossa população humilde, mas digna, ser manipulada. Prometer é algo fácil, pois as palavras voam ao vento...
E por falar em democracia, você, cidadão e cidadã, o que avalia desses 18 anos sobre o nosso município? A cidade de Rio das Ostras conseguiu atingir metas importantes para o seu desenvolvimento? Na área da educação, é garantido o atendimento à educação para todas às crianças e jovens? As creches (apesar da Lei de Diretrizes e base) são oferecidas às crianças de 0 a 3 anos e às mães trabalhadoras? Quanto à saúde, o atendimento, o medicamento e a marcação dos exames? Quanto à infra-estrutura, como andam o saneamento básico e a água potável (como um direito à vida)? Quanto à segurança pública, a violência às mulheres e aos jovens? O transporte? Uma cidade com mais de 100 mil habitantes somente uma empresa? E a Cultura, ela é extensiva aos setores mais desfavorecidos?
Poderíamos elencar mais, porém deixamos para que o(a) leitor(a), neste momento de felicidade, também pense que tipo de “CIDADE DESEJAMOS VIVER”.
Aliás, não podemos só pensar... Precisamos construir mecanismos de mudanças e transformação e a população – donas de casa, trabalhadores (as), estudantes, aposentados(as), dentre outros – são os diretamente interessados em manter suas vidas numa cidade, mas principalmente humana e sustentável.
Rio das Ostras ganha sua maioridade e a responsabilidade de ser uma cidade que constitua em suas ações com ética, democracia, transparência e respeito ao ser humano.
Por fim, PARABÉNS ao povo Riostrense que defende dia-a-dia o pão de sua família e a sobrevivência de seu maior patrimônio, que é a sua própria vida.
PARABÉNS!
Profª Guilhermina Rocha
Especialista em Educação e Historiadora
Presidente do CEPRO
Colunista do Jornal Razão - Rio das Ostras
E-mail: guilherminarocha@ig.com.br
CEPRO – Um projeto de cidadania, educação e cultura em Rio das Ostras
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