quinta-feira, 19 de junho de 2014

BP: Participação do carvão na matriz mundial é a maior desde 1970


Apesar de todas as marcas alcançadas pelas fontes renováveis nos últimos anos, com recordes de instalação sendo batidos com frequência, é o carvão o combustível que mais está atendendo à demanda causada pelo crescimento do consumo mundial de energia.

Essa é a constatação que faz a Revisão Estatística sobre a Energia Mundial em 2014 (BP Statistical Reviewof World Energy June 2014), publicada nesta segunda-feira (16) pela gigante britânica BP.
De acordo com o documento, o consumo de carvão cresceu 3,7% no último ano, respondendo hoje por 30,1% da matriz energética mundial, a maior taxa desde 1970. Porém, o ritmo de crescimento vem desacelerando, já que a média da década foi de 9%.

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Mesmo a União Europeia, uma grande incentivadora do uso de energias renováveis, está entre as regiões que aumentaram o uso do carvão no último ano, importando uma quantidade maior dos EUA, onde o carvão tem sido substituído pelo gás natural pelo fato deste último apresentar preços menores nos últimos anos.

O dado que talvez possa ser comemorado é o de que os países emergentes, em especial a China, que é a maior consumidora de carvão no mundo, mostraram uma desaceleração no crescimento do uso. Em 2013, o carvão respondeu por 67,5% da matriz chinesa, o valor mais baixo já registrado. Mesmo assim, as emissões de gases do efeito estufa do setor de energia da China subiram 4,2% em relação ao ano anterior.

O petróleo continua a ser o principal combustível mundial, tendo uma participação de 33% no consumo global de energia. Nos últimos 14 anos, contudo, tem perdido mercado, e essa porcentagem foi a participação mais baixa desde que a BP começou a compilar esses dados, em 1965.

O relatório aponta que as fontes renováveis respondem hoje por 5% da matriz mundial, sendo que o maior crescimento se deu na China, e em seguida, nos Estados Unidos. O uso de fazendas eólicas para geração de eletricidade aumentou 21% no último ano, e a energia solar cresceu ainda mais rapidamente, 33%.

“Renováveis só conseguem avançar com subsídios. O grande desafio é tornar essas tecnologias competitivas com relação aos combustíveis fósseis – como vemos com a energia eólica em algumas partes dos EUA e com os biocombustíveis no Brasil”, afirmou Bob Dudley, diretor executivo do Grupo BP.

No total, o consumo de energia cresceu 2,3% em 2013, mais rapidamente do que os 1,8% em 2012, mas abaixo da média dos últimos dez anos, 2,5%. Os países emergentes responderam por 80% desse crescimento.

“Os dados nessa revisão mostram um sistema flexível de energia global se adaptando a um mundo em transformação. Isso demonstra como a busca do mundo por energia segura e com preço justo pode ser atingida através de indústrias competitivas que levam à inovação e políticas de governo inteligentes que amplifiquem a energia criativa”, disse Bob Dudley, diretor executivo do Grupo BP.

Entretanto, Nick Stern, autor do famoso relatório Stern Review, não se mostra tão otimista quanto ao panorama energético mundial, sugerindo que a demora na substituição dos combustíveis fósseis por renováveis pode intensificar ainda mais as mudanças climáticas.

“É extremamente importante entender as limitações severas dos modelos econômicos padrão, que fizeram suposições que simplesmente não refletem o atual conhecimento sobre as mudanças climáticas e seus possíveis impactos na economia”, comentou ao jornal de Guardian.



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